A Viagem (27)
Quarta-feira, dezessete de outubro, véspera da greve geral dos transportes de Paris, que começaria à meia-noite do dia 18 e terminaria às 20 horas do mesmo dia. Não teríamos problemas no dia de voltar ao Brasil, o dia seguinte ao da greve, à noite.
O dia amanheceu nublado, com possibilidade de chuva.
Após o café, caminhamos até o Sena e seguimos em direção à Rive Gauche para o primeiro roteiro do dia: o Museu D`Orsay. Antes, contudo, paramos sobre uma das pontes para que eu, com o celular do Paulo, ligasse para a Air France e confirmasse nosso vôo da sexta-feira para o Brasil. Não seríamos surpreendidos por um overbooking e a alegação de que não confirmáramos nossa reserva. Não éramos marinheiros de primeira viagem, isso não.
Voltando ao Museu D`Orsay…
Localizado em frente ao jardim das Tulleries, do outro lado do rio, o museu foi instalado onde era a antiga estação de Orsay, inaugurada para a Exposição Mundial de 1900. O prédio é, portanto, contemporâneo da Torre Eiffel. O museu, por seu turno, foi aberto ao público no final de 1986, e seu acervo contempla a arte produzida no ocidente no período de 1848 e 1914.
Abriga obras de Cézanne, Gustave Courbet, Degas, Delacroix, Fantin-Latour, Paul Gauguin, Manet, Millet, Monet, Renoir, Paul Signac, Sisley, Toulouse-Lautrec e Van Gogh, entre os pintores, sem falar na esculturas, como as de Rodin, Camille Claudel, e muitos outros. Muito mais tranqüilo de se visitar do que o Louvre, acaba sempre sendo uma visita mais longa, pois há muito o que se ver e exige um detalhamento maior. Ao menos essa é a sistemática que a Jacque e eu adotamos desde a primeira vez que estivemos no museu (era a nossa terceira), sempre fazendo a visita lendo o guia de obras do museu.
Após a visita ao museu, saímos todos e atravessamos as Tulleries e fomos até a Place Vendome, onde fica o hotel Ritz e algumas da joalherias mais caras de Paris. Rápida olhada nas vitrines e seguimos até o almoço, que – estranhamente – foi numa Pizza Hut (heresia, mas quem se importa?). O almoço foi seguido de uma caminhada pela região das Galerias Laffayette e de lá, de metrô, fomos até a base do Montmartre. Para subir e visitar o famoso bairro boêmio, subimos no funicular que leva até o alto, quase na Sacre Couer; nós e milhões de pessoas que queriam subir ao mesmo tempo (o Pedro quase foi prensado na porta do bondinho).
Lá em cima, visitamos a Basílica de Sacre Couer e depois ficamos sentados na escada em frente à basílica, apreciando a tarde e os telhados de Paris, como manda o figurino. Após um tempo sentados observando o movimento, em que até um rapazinho do High School Music apareceu, para delírio das menininhas que circulavam pelo local, fomos para a Place du Tertre e sentamos em um dos cafés/bares do entorno, bem numa esquina, e comemos crepes e tomamos vinho, um beaujolais, cujo preço não tivemos certeza até que viesse a conta, o que causou certa tensão… O pitoresco da nossa estada ali, contudo, foram os passarinhos que, enquanto comíamos os crepes foram chegando perto, chegando perto e passaram a receber comida do grupo, em especial da Karina, do Pedro e da Jacque. Eu, à primeira menção de aproximação desses animais tentando compartilhar o meu crepe de chocolate, afastei-os de pronto, afinal eles já tinham quem os alimentasse e o meu crepe de chocolate era uma porção suficiente apenas para um…
A volta de lá foi através da Pigalle, rua onde fica o Moulin Rouge e diversos “inferninhos”. Após a tradicional foto em frente a casa noturno do moinho vermelho, pegamos o metrô de volta ao hotel, para descanso, banho. Antes de sair para jantar, nos reunimos para tomar uma champagne comprada em algum momento nos dias anteriores. A janta foi na Rive Gauche, num restaurante próximo ao Blv. St-Michel. Voltamos ao hotel para descansar e nos preparar para o dia seguinte.
O dia da greve.
Até.
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