domingo, junho 14, 2009

A Sopa 08/45

Diz a “sabedoria popular” que ir a Roma e não ver o Papa não é ir a Roma, assim como ir à Paris e não subir na Torre Eiffel é não ter visitado Paris. OK, confesso, então, eu nunca fui nem a Roma nem à Paris, se esses critérios forem os determinantes, os definitivos. Quanto tempo e dinheiro desperdiçado visitando isso que podemos chamar, então, de espectros, simulacros talvez, das duas cidades!

De qualquer forma, seja lá que nome dêem a esta cidade que não é Roma, que por não ver o Papa visitei pensando ser a capital da Itália (se bem que o Papa não mora na Itália e, por extensão, não pode morar em Roma já que a última é parte da primeira, e o Papa vive no Vaticano, estado independente, bom… deixa prá lá…) e – por segurança e tradição joguei uma moedinha sobre o meu ombro (esquerdo? direito? já não lembro) na Fontana de Trevi para poder voltar a esta cidade que – já disse – eu pensava ser Roma. Assim como, ao percorrer caminhando o trecho entre os jardins do Trocadero até o Arc du Triumph e daí pela Champs Elysees até a Place de la Concorde e desta até o nosso hotel perto da Sorbonne, na madrugada de primeiro de janeiro de 2001, a primeira madrugada do milênio, sob uma chuva fria e constante, nós (a Jacque, o Caio, a Aline, o Magno e eu) não estávamos em Paris, mas em algum outro lugar ou dimensão, tudo por culpa minha, que não subi para apreciar a vista do alto da torre.

Ficou claro que não simpatizo com essas “obrigações turísticas”. O mais legal de uma viagem é simplesmente andar, descobrir a cidade – seja ela qual for – por conta (claro que seguimos orientações de um guia – o meu preferido é o Fodor’s), mas sempre temos a possibilidade e a liberdade de visitarmos alguns lugares fora do roteiro mais tradicional. Talvez por isso nunca tenha viajado de excursão.

Nada contra quem viaja desta forma, absolutamente. Só que não é pra mim. Talvez um dia seja, mas não por enquanto.

Porém, contudo, entretanto, fugi do que queria falar.

Quando em Paris, não dá para não ir ao Louvre… Brincadeira, claro que dá. Mas eu fiz questão de ir, porque – ao contrário de subir na Torre Eiffel – me senti compelido a ir. Um imperativo moral, expressão que gosto muito mas devo evitar usar com freqüência para não banalizá-la. Museus são locais que eu sinto dever de visitar.

Mas o Louvre não é um museu fácil. É muito grande, é um mar de coisas a serem vistas. Claro, não dá para ver tudo numa visita, é extremamente cansativo, fisica e mentalmente falando. Existem outros museus que se pode fazer isso, comprar o guia explicativo das obras do museu e visitá-lo olhando obra por obra, cada escultura e cada pintura, mas o Louvre não. Pelo menos não em uma única visita. O ideal é fazer várias visitas. Se não é possível, dá para estudar um roteiro das principais (“mais famosas”) obras, só ir vê-las e sair.

Agora – e finalmente chego ao que eu queria dizer desde o início – dá para se ter uma idéia boa do museu, de suas obras, fotos do exterior do museu, da pirâmide e dos Jardins da Tulleries. É só visitar o site do museu aqui.

Vale à pena, se não para planejar uma visita, ao menos para sonhar com uma.

Até.

(publicado originalmente em setembro de 2005)

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