sexta-feira, outubro 30, 2020

Crônicas de uma Pandemia – Duzentos e Trinta Dias

 Política.

 

Estamos há cerca de duas semanas da eleição para prefeitos e, em Porto Alegre, as pesquisas – nunca esquecendo dos vieses que elas possuem – apontam a candidata do partido comunista (sério, de verdade) como a líder das pesquisas, tendo como vice um candidato do partido dos trabalhadores (não riam). Inacreditável. É bem provável que ela esteja no segundo turno e, então, seremos todos os outros contra os comunistas, assim espero.

 

Porque – vamos admitir – não dá para levar a sério alguém que defenda o comunismo (ou socialismo, que seja). São ideologias e sistemas fracassados e que nunca trouxeram bem-estar a quem quer que seja, com exceção de uma pequena casta governante. Nem vale a pena falar sobre isso.

 

E então circulava eu de carro por Porto Alegre, no caminho entre o hospital e minha casa, ouvindo rádio. Gosto de ouvir rádio. Por coincidência, estava sendo entrevistado o eterno (sempre concorre) candidato do partido socialista dos trabalhadores unificado, que prega o socialismo revolucionário, seja lá o que for isso. Tive que ouvir, mesmo sabendo que – por princípio – jamais votaria nesse partido e/ou candidato.

 

Fiquei constrangido.

 

Conselhos populares eleitos nas fábricas, nos sindicatos, nos quilombos e nas regiões mais pobres da cidade, seriam quem decidiria os rumos da administração, trabalhando contra os capitalistas, empresários e bancos. E quanto ao legislativo, perguntou o entrevistador (que são representantes eleitos pelo povo, lembro eu). Ou aceitariam as determinações ou haveria confronto, deu a entender ele, com outras palavras. E o transporte público? Seria municipalizado, e o “patrões” pagariam para que fosse gratuito para os trabalhadores...

 

Não vai ser eleito, claro.

 

Mas me pergunto se ele realmente pensa isso.

 

Não pode ser sério...

 

Até.

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