domingo, outubro 30, 2022

A Sopa

Domingo de eleições no Brasil. 

Não, não vou falar de política por aqui. Não agora, o que não quer dizer que eu não possa voltar a fazer em um futuro, distante ou não. Eu ia comparar com o comportamento que tenho procurado ter em redes sociais, sabedor de que as pessoas NÃO querem saber a minha opinião política, assim como não querem saber a os outros.

 

Para ficar claro: publicações em redes sociais não mudam voto de ninguém. Podem, isso sim, angariar antipatia e resistência por aqueles que pensam diferente. Publicações inflamadas e definitivas sobre política apenas tornam o autor e/ou disseminador um chato. Até porque na maioria das situações estão pregando para convertidos, integrantes da sua própria bolha, o que os torna mais chatos ainda.

 

Há dois dias, cometi um deslize.

 

Compartilhei em um stories do Instagram m texto que achei bem interessante, que fechava com o que penso, não sendo agressivo e nem ofensivo. Evidentemente, mostrava de que lado estou. Após poucos minutos, apaguei. Como eu disse, as pessoas não querem saber o que penso, e não vou fazê-las mudar de opinião (seria muita pretensão minha querer isso).

 

As pessoas têm o direito de votar em quem quiserem, óbvio.

 

Por mais que eu ache a escolha das pessoas que votam diferente de mim está absolutamente errada, é a opção delas, e devo respeitar, apesar de não entender como podem votar na opção diferente da minha. Isso é democracia: se a maioria estiver errada e ganhar, todos vamos arcar com as consequências. Paciência.

 

O que não dá para aguentar mais são as pessoas rotulando de maneira simplista umas às outras a partir de sua escolha política. Além de ridículo, é de uma soberba e arrogância extremas. 

 

Fazer o quê?

 

Até.

sábado, outubro 29, 2022

Sábado (ainda sobre domingo passado)

 

Bar Opinião, Porto Alegre


                  Show de Temporada School of Rock Benjamin POA

                  Tocando Rolling Stones.

                  Sem palavras.

                 Até.

domingo, outubro 23, 2022

A Sopa

 

C’era um ragazzo

Che come me

Amava i Beatles e i Rolling Stones…

 

Foi Gianni Morandi quem gravou em 1966 essa música, cuja versão brasileira foi por sua vez gravada em 1967 pela banda Os Incríveis e depois em 1990 pelos Engenheiros do Hawaii, que conta a história de um jovem guitarrista americano que foi convocado para a Guerra do Vietnã, e que perdeu sua juventude, seu futuro como músico e, no final, sua própria vida na guerra. É um protesto contra a guerra. Uma outra versão dessa música foi gravada ao vivo pelo Jerry Adriani, que a cantou no italiano original. Todas as versões me agradam.

 

Eu também fui um garoto que amava os Beatles (mais) e os Rolling Stones e que em algum momento quis ser músico. Não fui para a guerra no sentido literal, mas da guitarra me separei porque contingências da vida me obrigaram, ou mais provavelmente porque eu tenha permitido, tanto faz. Não morri na guerra (quase, no trânsito, uma vez, mas não conta) mas estive separado da música por um tempo que – percebo agora – foi longo demais. 

 

Não que eu fosse ou me considerasse músico, que fique bem claro.

 

Sempre fui um entusiasta e, mesmo quando fiz parte de uma banda, eu tinha muito mais atitude do que talento ou mesmo dedicação ao ofício de tocar um instrumento e cantar, como diria o Milton Nascimento. Era – confesso – uma diversão que não me exigia muito esforço e dedicação (o resultado evidentemente sendo proporcional ao esforço e à dedicação). E estava tudo bem.

 

A mudança desse cenário, como já contei por aqui, se deu por causa, por inspiração da Marina, que descobriu que aqui perto de casa havia uma escola de música cujo foco era o rock, e quis embarcar nessa jornada de conhecimento musical. Se integrou perfeitamente na School of Rock Benjanmin POA desde o início, a ponto de passar a considerá-la sua “segunda casa”, conhecendo novas pessoas, fazendo amigos, e expandindo seu mundo mais ainda. Além de, como falei em entrevista que demos na rádio semana passada (!), sendo exposta, estudando, conhecendo e (sim!) gostando de bandas as quais não conheceria tão bem caso não estivesse na escola. Mas não só isso, pois acabou me afetando também.

 

Involuntariamente, me arrastou para o “furacão”.

 

Inspirado por ela, voltei a tocar, pela primeira vez na vida com disciplina e por um tempo mais continuamente. Voltei aos “bancos escolares” como aluno, a música como diversão, prazer, mas também como estudo, e está sendo muito legal como parte de um processo maior de vida, que os meus cinquenta anos completados em abril são o símbolo maior.

 

Como disse no início, eu era um garoto que amava mais os Beatles que os Rolling Stones, até por conhecer menos os últimos, o que tem mudado nos últimos meses, porque temos os estudado nos últimos meses, rigorosa e metodicamente, e tocado, evidentemente, e tem sido um grande prazer. O resultado desse “estudo” será apresentado hoje no Bar Opinião, templo da música no Rio Grande do Sul, em um “festival” dedicado aos Rolling Stones.

 

Vai ser muito legal!

 

Até.

sábado, outubro 22, 2022

Sábado (e uma foto antiga de viagem 13)

Outubro/2007


          Saint-Paul-de-Vence, Côte D'Azur

           Perdidos na Espace 'Se Achando'...

           Bom sábado a todos.

        

domingo, outubro 16, 2022

A Sopa

 Metrossexual.

 

Fazia anos que eu não ouvia essa palavra, pensei comigo enquanto processava a informação: haviam acabado de me dizer que eu era um metrossexual seja lá o que isso quer dizer ou, ainda, o que a pessoa que me chamou considerar ser um. Respondi que tomava isso como um elogio.

 

Não que eu me considere um. Aliás, nunca haviam me chamado de.

 

Mas quem recém me chamara de metrossexual esclareceu o porquê de me considerar dessa forma: me vestia bem, havia perdido peso e me preocupava em mantê-lo, fazia atividade física regular (pedalava). Tirando o ‘vestir bem’, que é um conceito abstrato, um julgamento pessoal, as outras afirmações são verdadeiras. Mas isso me torna um metrossexual?

 

O que é ser metrossexual, afinal de contas?

 

Fui estudar, para saber o que significa. Parece que metrossexual (e estar falando disso) é um assunto que nos remete ao início dos anos 2000, mas posso estar errado. De qualquer forma, li que metrossexual vem da junção das palavras “metropolitano” (cidade, metrópole) e “sexual”, cujo significado se refere a um homem urbano que se preocupa em cuidar da aparência. O metrossexual gostaria de se vestir bem e de estar na moda. Investe em vestuário e acessórios sofisticados, frequenta cabeleireiros e institutos de beleza, cuida da pele, usa cosméticos, bons perfumes, faz manicure, pedicure, depilação etc. O comportamento metrossexual teria, então, a ver com vaidade e preocupação excessiva com a aparência.

 

Honestamente falando, não me enquadro nessa definição. Se fosse o caso, por outro lado, não teria nenhum problema.

 

Isso me fez pensar – uma vez mais – em como as pessoas com quem convivemos nos veem. Qual a imagem que os outros tem de nós? Nunca temos como saber. E é importante saber o que os outros pensam de nós?

 

Perguntas, perguntas.

 

Até.

sábado, outubro 15, 2022

Sábado (e uma foto antiga de viagem 12)

 

2007

          Menton, Perle de la France, Côte d'Azur.
            Perdidos 'Se Achando'.

            Bom sábado a todos.

             

domingo, outubro 09, 2022

A Sopa

 Há 10 anos, chegávamos à Liverpool, vindos de Oxford, e antes e seguir para o País de Gales. Eram curtas férias em pleno outubro de 2012 que havia acontecido porque seis meses antes, durante uma promoção de voos da LATAM, havíamos comprado as passagens para Londres.

 

Só que era uma promoção de voos nacionais...

 

Pois é.

 

Tempos mais simples aqueles, em que comprávamos as passagens e organizávamos as férias a partir delas. Certo, confesso que foi a única vez que fizemos isso, porque sempre definimos antes de tudo o destino e só depois íamos atrás de passagens, hotéis, etc. Essa vez, talvez a única, fizemos o inverso: a partir da passagem definimos o roteiro.

 

O que só ocorreu cerca de quarenta dias antes de viajar. Como eu disse, havíamos comprado as passagens seis meses antes, e praticamente esquecemos delas. Quando estava mais ou menos perto é que fomos pensar em roteiro, hotéis e carro. Sim, circulamos pela Inglaterra e País de Gales de carro, comigo – como sempre – dirigindo. Foi tenso no início (mão inglesa), mas logo nos acostumamos.

 

Decidimos visitar Londres, ponto de chegada e partida, e depois visitar Oxford, Stratford-upon-Avon e Liverpool, antes de seguir para o Pais de Gales, onde visitaríamos Conwy, Betws-y-Coed, Llandrindod Wells, Swansea e uma rápida passada por Cardiff, que certamente merece mais tempo, antes de retornarmos à Inglaterra e ficarmos em Windsor, para visitar a Legoland.

 

Foi uma viagem muito legal, com paisagens bucólicas, longos trechos de estrada por campos com ovelhas. Difícil dizer qual foi o ponto alto, afinal Londres é uma cidade maravilhosa, e todos os lugares têm seu encanto, mas Liverpool tem um significado gigante para alguém que tem a música como parte importante da vida. 

 

Existem cidades (para mim, para mim) que são essencialmente musicais, por todas as referências a elas em muitas canções. Como o Rio de Janeiro, cantado por incontáveis compositores e cantores, e que foi a primeira cidade que visitei em que as referências “saltavam” em minha frente. Paris, Nova Iorque, e muitas outras são assim também: não tem como não passar o tempo todo cantando odes a elas.

 

Liverpool, obviamente por causa dos Beatles, é uma delas, e assim foi quando a visitamos em 2012. Além de tudo, ficamos no Hard Day’s Night Hotel, que fica atrás do Cavern Club, e é temático – como o nome diz – dos Beatles. Mais significativo ainda foi que chegamos lá em um nove de outubro, dia em o nasceu John Lennon. Que momento...

 

E isso não tem preço.

 

Até.

sábado, outubro 08, 2022

Sábado (e uma foto antiga de viagem 11)

Maio/2006


       Fronteira terrestre Canadá / USA.

       Maine ("The way life should be")


       Bom sábado a todos.
 


domingo, outubro 02, 2022

A Sopa

 Estive ausente por uns dias desse espaço que me é caro. As razões não importam, nem vou inventar desculpas. Ao menos dessa vez, não.

 

Tenho vivido.

 

Corrido sempre vai ser, como tem sido, a vida como uma sucessão de acontecimentos que vão ocorrendo de maneira frenética enquanto – algumas vezes atônitos – observamos o fluxo da vida passar por nós e nos levar. Somos, sim, muitas vezes arrastados pela onda quando deveríamos na verdade estar surfando.

 

Há muito tempo, num passado realmente já distante, senti-me em um momento de quase lucidez absoluta, em um momento “matrix”, de conseguir enxergar a realidade por trás das aparências, de entender o mundo. Passou, como tudo passa, ou não me preocupei em tentar entender o mundo, e decidido apenas a viver. 

 

Sei lá.

 

À época, eu era alguém cheio de ideias/projetos que eram paralelos a ser médico, enquanto – confesso – minha “carreira” médica meio que “patinava” entre plantões e poucos pacientes no consultório. Quase como planos de fuga, esses projetos, essas ideias alternativas, serviam como válvula de escape para uma realidade que não era exatamente como eu queria, podemos dizer. Se, por um lado, tinha esse poder “terapêutico” de me alienar de uma realidade que era naquele momento, e por razões que não importam, não como eu gostaria, por outro acabavam me impedindo, em tese, de me dedicar, focar, inteiramente à carreira médica.

 

E então houve o momento da virada.

 

Isso aconteceu há mais de vinte anos, ainda antes de completar trinta anos de idade. Foi quando eu decidi que era hora de parar de “palhaçada” e realmente me dedicar ao meu trabalho, à profissão que eu havia escolhido. Por um tempo, eu deveria me “atirar de cabeça” na medicina, talvez como nunca antes, e esperar pelo resultado do esforço. Se não houvesse frutos, bom, partiria para os planos B, C ou qualquer outra letra que surgisse. 

 

E assim foi.   

 

E, no final das contas, deu certo.

 

Fiz o Doutorado, o Pós-doutorado no Canadá, retornei. Profissionalmente, as coisas andaram bem, procurando sempre progredir tentando me comparar apenas comigo, ser melhor do que eu era e não me comparar com ninguém mais, afinal cada um tem sua trajetória singular, única. O que – confesso – nem sempre é fácil.

 

Muitas voltas deu o mundo desde então, inúmeras mudanças ocorreram, pessoas chegaram e pessoas se foram, literal e figuradamente, mudamos, mudei. Cheguei aos cinquenta anos (assunto recorrente por aqui, pelo simbolismo da data e suas reflexões) e – realmente de repente – senti a necessidade / inspiração de repensar o mundo, e de desengavetar antigas ideias e projetos e revisitá-los, dessa vez não como forma de fuga da realidade, mas como complemento, ou adição ao que já faço.

 

O que está sendo muito legal.

 

Até.

sábado, outubro 01, 2022