quinta-feira, abril 20, 2006

Sobre cristais e amigos

Existe dito popular afirma que relacionamentos amorosos são como um cristal. Devem ser carregados nas mãos com todo o cuidado, atenção, dedicação. Todo cuidado com eles é pouco.

Um momento de desatenção, uma palavra ou ação mal colocadas e ele cai no chão e quebra. Pode-se até juntar as partes, colar pedaço por pedaço. Aparentemente, pode ser consertado mas, uma vez quebrado, nunca mais será a mesma coisa. Com o tempo, entretanto, o cristal (metáfora para a relação amorosa) torna-se mais resistente e – conseqüentemente – cada vez mais difícil de ser quebrado.

Por isso todo começo de relação é, de certa forma, complicado. Algo como sermos aquele elefante que circula pela loja de cristais. Temos que ter uma leveza a qual não estamos habituados, uma delicadeza estranha à natureza selvagem que nos é característica. Com o tempo, e à medida que cresce a intimidade e os laços se estreitam, ficamos mais à vontade e passamos a transitar com segurança, sem medo de inadvertidamente deixar cair algo que nos é importante.

Amizades, por outro lado, não são como cristais.

Durante um tempo, podem até ser de ferro. Se não formos atentos, não fizermos a manutenção de maneira correta, podem até oxidar e perder valor, o que nunca queremos. Eventualmente, aceitamos como parte da vida esse processo. Esquecemos do amigo na chuva, exposto às intempéries, e ele oxida.

Mesmo assim, ainda é possível remediar a situação. Contudo, as verdadeiras amizades, aquelas da qual volta e meio falo por aqui, essas não são cristal nem de ferro.

Essas são de aço.

Até.