domingo, dezembro 22, 2024

A Sopa

O Velho Marcelo.

 

Ainda de certa forma impactado pela passagem dos trinta anos de formado, que se será seguida por marcas significativas em minha vida, como os trinta anos que conheço a Jacque e, mais um pouco, que estamos juntos, tenho olhado para trás como forma de lembrar quem eu era e o quê eu esperava da vida. A coincidência do final do ano, e agora de recesso do trabalho, intensificou isso.

 

Tenho procurado e relido escritos meus de mais de trinta anos, ainda em cadernos que eu usava para registrar pensamentos, ansiedades e angústias sobre o futuro, sobre como seria tudo, quem me tornaria e, principalmente, com quem eu faria essa caminhada. São textos sem nenhum valor literário, alguns constrangedores para mim, ao ler depois de mais de trinta e cinco anos, que é de quando são os primeiros.

 

Servem, contudo, aqueles em que falo do que espero do futuro como ponto inicial, para lembrar onde eu estava, de como eu imaginava que seria minha vida e, tendo percorrido já uma boa parte dela, comparar com o que foi e tem sido. Quase como se quisesse saber se o ‘Marcelo daquela época’ se orgulharia do ‘Marcelo de agora’. 

 

O problema é que o ‘Marcelo daquela época’ era um chato...

 

Para começar, ele escrevia mal.

 

Era um adolescente tímido e muito dramático, cheio de teorias sobre o mundo e de nenhuma prática. Zero confiança e autoestima, como a maioria dos adolescentes na época. Quase dá para dizer que era um espírito velho em um corpo adolescente...

 

Estou exagerando, claro, mas não muito. 

 

É bom lembrar porque, mesmo assim, as coisas saíram bem.

 

Posso dizer ao ‘Marcelo daquela época’ que estamos bem, que ele fique tranquilo. O caminho a ser percorrido será muitas vezes tortuoso, encontraremos pedras no meio da estrada, que algumas vezes vai parecer que não estamos avançando, mas que – no fim – tudo dará certo.

 

E vamos ter uma família linda.


Até. 

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