terça-feira, dezembro 24, 2024

Arqueologia Sentimental

Aproveitando o primeiro dia “útil” do recesso de final de ano, ontem, utilizei o tempo em casa para mergulhar fundo em um armário há muito esquecido, que guardava memórias de tempos já há muito passados. Podemos considerar como parte do ritual de final de ano, do qual venho falando (vivendo) nos últimos dias. E existem mais armários a serem 'desbravados'.

 

Não tinha a menor ideia (não lembrava) o que estava guardado naquele armário, que certamente abrigava objetos há mais de dez anos sem serem mexidos, como - por exemplo – um time de futebol de botão dos meus tempos de guri, e que – não sei por que – não me desfiz quando saí de casa. Encontrei discos de vinil (que eram da Jacque) em perfeito estado de conservação, e que tornaram mais real o plano de voltar a ter em casa um toca-discos para rodá-los, ainda mais depois que adquiri o vinil ‘Ramilonga’, do Vitor Ramil, e o ‘Coisa de Louco II’, da Graforreia (comprado do Alemão, que com ele é mais caro, certo?), mesmo sem ter um...

 

Encontrei exames de imagem meus, ressonâncias de coluna cervical muito tempo antes de ter feito hérnia de disco, e, também, de joelho, da época em que operei os meniscos. Alguns exames muito antigos de pacientes, dos quais devo me desfazer. A cópia do meu prontuário médico de 1990, quando internei por trauma de crânio por um acidente de trânsito e passei trezes dias em coma em uma UTI. Um troféu de um campeonato de vôlei misto de 1988, e uma medalha de campeão de futebol de 1992. Algumas declarações de imposto de renda de mais de vinte anos. Uma série de papeis com músicas cifradas para violão.

 

Como parte desse inventário sentimental, a partir de guardados, revi pastas em que estavam armazenadas memórias de viagens, como recibos, mapas de cidades, folhetos de lugares, restaurantes e hotéis, tickets aéreos do tempo em que ainda vinham dessa forma, como se fossem um carnê. Com calma refiz sentimentalmente essas viagens.

 

Encontrei inclusive, uma ata que fizemos como preparação para a primeira viagem dos Perdidos na Espace, assim como planos de roteiro em uma época em que virtualmente não se utilizava a internet, no máximo enviávamos e-mails. Contatos com hotéis eram feitos por fax! Não resisti. Fotografei a ata e os roteiros e enviei para os integrantes do grupo, mesmo que já não sejamos um grupo, e mesmo que não seja mais possível a reunião de todos, porque a vida seguiu e rumos diferentes foram tomados, e está tudo bem.

 

Como já disse, tenho profundo respeito pela minha memória, pelo que vivi e pelas pessoas que fizeram parte dela, assim como valorizo ainda mais os que ficaram e os que estão por perto, sempre presentes, mesmo que não tenhamos a convivência diária.

 

Eles sabem quem são.

 

Bom Natal a todos nós.

Até.

Um comentário:

Paulo Partichelli disse...

👏👏 😢😢 😍😍