Dois mil e sete está logo ali, dobrando a esquina.
Pouco mais de sete horas nos separam – aqui no sul do mundo, a oeste de Greenwich, 51°13’48’’ – do novo ano que chega e, junto a ele, as mais diferentes expectativas e aspirações. Para cada um de nós, há um conjunto de planos e esperanças que nos é único, por mais que, em linhas gerais, desejemos todos a mesma lista básica de benesses, dinheiro no bolso, saúde para dar e vender, felicidade, etc. Que todos alcancemos nossos desejos num plano geral e nos nossos planos próprios, que são os que mais nos afligem – quando distantes, difíceis – e que nos satisfazem, quando conquistados.
Habitualmente, mas que já não consigo ou tenho ânimo para fazer, eu fazia a minha própria retrospectiva do ano que passou e obviamente planejava o futuro próximo, sabendo que o que planejamos normalmente não ocorre da forma que imaginávamos, o que quase sempre é uma coisa positiva. Já não faço mais, talvez pela avalanche de acontecimentos que têm caracterizado a (minha) vida, que faz com que eu não consiga parar e recuperar em detalhes e reflexões o que se passou. Acho que se fosse retomar de onde parei, teria que começar a minha análise lá por 1986...
Não estou falando sério, claro, mas para ser totalmente honesto, teria que falar de 2002 para cá, o que faria o texto ficar longo, longo, eu passaria a virada (em 6h59) sentado em frente ao computador escrevendo. Não vou fazê-lo, não insistam...
Até porque essa é a idéia, para contar como foi o ano – de novo, o que falo aqui é da perspectiva totalmente pessoal – teria que explicar o contexto dos fatos, que nos faria retroceder até o início dos anos dois mil. Antes disso, para ser bem exato: desde que nasci. Tudo o que vem acontecendo, como sempre foi e sempre será, é um continuum, uma seqüência de eventos e histórias que se inter-relacionam, se sobrepõe, e continuam. Assim é a vida.
Houve um tempo em que eu conseguia, mesmo que sem nenhuma utilidade prática e apenas com objetivo de me situar na minha história, dividi-la em períodos. Agora não mais. Até porque sou o mesmo em evolução, em constante metamorfose.
Dois mil e seis foi marcado por mais um recomeço, de volta para casa, novo trabalho (sob certo prisma), novas atribuições. Desafios, evidentemente, e esses são sempre bem recebidos. Sem falar que 2006 foi um ano de duas primaveras, e isso só pode ser bom.
Feliz 2007 a todos.
Até ano que vem.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
domingo, dezembro 31, 2006
sábado, dezembro 30, 2006
Sábado
Little darlin' it's been a long cold lonely winter
Little darlin' it feels like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Little darlin' the smiles returning to their faces
Little darlin' it seems like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Sun, sun, sun, here it comes
Sun, sun, sun, here it comes
Sun, sun, sun, here it comes
Sun, sun, sun, here it comes
Sun, sun, sun, here it comes
Little darlin' I feel the ice is slowly meltin'
Little darlin' it seems like years since it's been clear
Here come the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Here come the sun, here comes the sun
It's all right, it's all right
Bom sábado a todos.
Até.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Vídeo de casal na praia
Você já deve ter ouvido falar nesse polêmico vídeo...
muito bom, muito bom...
Até.
muito bom, muito bom...
Até.
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Pensamentos perdidos no fim do ano
O Pinochet morreu.
O Fidel está malecho.
Qual a diferença entre os dois? Um já morreu, claro.
Os dois são responsáveis por milhares de mortes, assim como o Saddam - que vai morrer, por sinal - mas um deles deixou um país MUITO melhor que os outros dois.
Qual deles eu prefiro?
Nenhum.
Os três são criminosos.
Até.
O Fidel está malecho.
Qual a diferença entre os dois? Um já morreu, claro.
Os dois são responsáveis por milhares de mortes, assim como o Saddam - que vai morrer, por sinal - mas um deles deixou um país MUITO melhor que os outros dois.
Qual deles eu prefiro?
Nenhum.
Os três são criminosos.
Até.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
O (meu) Primeiro Natal (na neve)
Novamente é chegado o Natal, a data que se convencionou ser a do nascimento de Jesus Cristo, o principal personagem da mais bela história já escrita pelo homem. Diz-se que é momento de fraternidade, de solidariedade, de paz entre os homens. A minha pergunta é: por que só no Natal? Se esta (“Paz entre os homens”) é a mensagem de Deus, Javé, Alah, o Pai, ou qualquer que seja o nome dado pelas pessoas a esta entidade superior que, de certa forma rege, fiscaliza ou controla nossas vidas, por que há tanta intolerância? Acho que porque a religião é feita por homens. Mas hoje não é dia deste tipo de indagações.
Também não é o momento para voltar às questões levantadas quando afirmei que Deus (a entidade superior...) rege e/ou controla as nossas vidas. Não, não vou entrar em questões filosóficas relacionadas ao livre-arbítrio, à liberdade do homem, etc. Isso fica para um outro dia, talvez numa quarta-feira filosófica. Os dias próximos ao Natal são de reflexão. Por isso vou contar como foi o meu primeiro Natal. O primeiro que passei no frio, na neve.
Acordei cedo naquele vinte e quatro de dezembro, e abri a cortina para ver a rua. Branco, tudo branco. O céu, azul celeste, indicava que não haveria precipitação de neve, mas seu contraste com o branco que cobria as ruas e os campos dava a impressão de estarmos num dos contos dos irmãos Grimm. Avistava também casas com os telhados cobertos de branco e das chaminés saindo a fumaça de – quem sabe – fogões à lenha ou lareiras.
Coloquei as calças por sobre as ceroulas, a camisa de lã por sobre uma camiseta, e por cima de tudo o meu casaco pronto para suportar temperaturas glaciais (-60°C, segundo quem tinha me vendido ainda em Porto Alegre) e desci para o café. Antes de entrar na sala do café, fui até a rua para olhar os carros, todos cobertos por uma camada de gelo. Ao entrar para o café, encontrei o Annes, filho do dono do hotel e o único que falava inglês, que me disse que a temperatura estava por volta de –18°C.
Após o café, a Jacque, o nosso amigo e eu (parceiros de viagem) rumamos para Anterselva (Antholz) para nossa primeira e única aula de esqui da vida, até aquele momento. Não podia sequer imaginar que um dia moraria num lugar frio, onde até neva, como Toronto. O nosso amigo, que torcia o pé até caminhando no plano, não quis. A Jacque e eu tivemos uma hora de aula de esqui fondo (o que não desce montanhas, só anda no plano) e depois ficamos andando por nossa conta. Falando em conta, se contarmos bem, caí mais ou menos uma quinze vezes durante a aula (e não estávamos descendo!). Foi legal.
Durante a tarde, após o almoço, passeamos pela região – norte da Itália, quase na Áustria – próxima à Brunico. Às dezoito horas, começou a ceia de Natal. No início, teve um coquetel acompanhado por músicos vestidos com trajes tiroleses. Sob o comando da dona do hotel (Andréas Hofer, em Oberassen, norte da Itália) cantamos juntos “Noite Feliz” (claro que quem cantou foi quem conhecia a letra em alemão), todos de mãos dadas. Foi uma longa ceia, com vários pratos, vinho. No final, todos os locais foram assistir à missa do galo. Nós, após ligar para o Brasil, fomos dormir. Na manhã de Natal, quando deixaríamos Oberassen para seguir em frente em nossa viagem, fomos brindados pelo belo e perigoso – para quem dirige - espetáculo da neve caindo.
Também não é o momento para voltar às questões levantadas quando afirmei que Deus (a entidade superior...) rege e/ou controla as nossas vidas. Não, não vou entrar em questões filosóficas relacionadas ao livre-arbítrio, à liberdade do homem, etc. Isso fica para um outro dia, talvez numa quarta-feira filosófica. Os dias próximos ao Natal são de reflexão. Por isso vou contar como foi o meu primeiro Natal. O primeiro que passei no frio, na neve.
Acordei cedo naquele vinte e quatro de dezembro, e abri a cortina para ver a rua. Branco, tudo branco. O céu, azul celeste, indicava que não haveria precipitação de neve, mas seu contraste com o branco que cobria as ruas e os campos dava a impressão de estarmos num dos contos dos irmãos Grimm. Avistava também casas com os telhados cobertos de branco e das chaminés saindo a fumaça de – quem sabe – fogões à lenha ou lareiras.
Coloquei as calças por sobre as ceroulas, a camisa de lã por sobre uma camiseta, e por cima de tudo o meu casaco pronto para suportar temperaturas glaciais (-60°C, segundo quem tinha me vendido ainda em Porto Alegre) e desci para o café. Antes de entrar na sala do café, fui até a rua para olhar os carros, todos cobertos por uma camada de gelo. Ao entrar para o café, encontrei o Annes, filho do dono do hotel e o único que falava inglês, que me disse que a temperatura estava por volta de –18°C.
Após o café, a Jacque, o nosso amigo e eu (parceiros de viagem) rumamos para Anterselva (Antholz) para nossa primeira e única aula de esqui da vida, até aquele momento. Não podia sequer imaginar que um dia moraria num lugar frio, onde até neva, como Toronto. O nosso amigo, que torcia o pé até caminhando no plano, não quis. A Jacque e eu tivemos uma hora de aula de esqui fondo (o que não desce montanhas, só anda no plano) e depois ficamos andando por nossa conta. Falando em conta, se contarmos bem, caí mais ou menos uma quinze vezes durante a aula (e não estávamos descendo!). Foi legal.
Durante a tarde, após o almoço, passeamos pela região – norte da Itália, quase na Áustria – próxima à Brunico. Às dezoito horas, começou a ceia de Natal. No início, teve um coquetel acompanhado por músicos vestidos com trajes tiroleses. Sob o comando da dona do hotel (Andréas Hofer, em Oberassen, norte da Itália) cantamos juntos “Noite Feliz” (claro que quem cantou foi quem conhecia a letra em alemão), todos de mãos dadas. Foi uma longa ceia, com vários pratos, vinho. No final, todos os locais foram assistir à missa do galo. Nós, após ligar para o Brasil, fomos dormir. Na manhã de Natal, quando deixaríamos Oberassen para seguir em frente em nossa viagem, fomos brindados pelo belo e perigoso – para quem dirige - espetáculo da neve caindo.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
terça-feira, dezembro 19, 2006
O último comentário sobre futebol
Para encerrar os posts comemorativos da conquista do mundo pelo Inter, encerro uma polêmica de 23 anos.
Está lá no site da FIFA.
Brazilian football notched up another major achievement when SC Internacional of Porto Alegre overcame Spain's FC Barcelona to win the FIFA World Club Cup Japan 2006. In the process, Inter became the third Brazilian side to taste success in the competition after Corinthians in 2000 and Sao Paulo in 2005.
Antes, era Torneio Intercontinental. Agora, Campeonato Mundial. Ponto.
Encerrado o assunto.
Até.
UPDATE - Claro que isso é só brincadeira. Na verdade, Porto Alegre deve orgulhar-se de ter dois campeões mundiais. Ponto.
Até.
Está lá no site da FIFA.
Brazilian football notched up another major achievement when SC Internacional of Porto Alegre overcame Spain's FC Barcelona to win the FIFA World Club Cup Japan 2006. In the process, Inter became the third Brazilian side to taste success in the competition after Corinthians in 2000 and Sao Paulo in 2005.
Antes, era Torneio Intercontinental. Agora, Campeonato Mundial. Ponto.
Encerrado o assunto.
Até.
UPDATE - Claro que isso é só brincadeira. Na verdade, Porto Alegre deve orgulhar-se de ter dois campeões mundiais. Ponto.
Até.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
domingo, dezembro 17, 2006
A Sopa 06/22
Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Leva as plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil
É teu passado alvirubro
Motivo de festas
Em nossos corações
O teu presente diz tudo
Trazendo às torcidas
Alegres emoções
Colorado de ases celeiro
Teus astros cintilam
Num céu sempre azul
Vibra o Brasil inteiro
Com o clube do povo
Do Rio Grande do Sul
Nada pode ser maior.
Até.
sábado, dezembro 16, 2006
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Barcelona
Entrei no restaurante, hoje ao meio-dia, e encontro um amigo colorado.
Sozinho, almoça e fita o horizonte imaginário, catatônico, com um olhar de ausência de esperança, de alguém que sabe que vai morrer em muito pouco tempo. Alguém que viu sua cidade destruída por um bombardeio inimigo (sempre lembro do Vietnã, sempre o Vietnã). Chego próximo, ele me olha e pergunta:
- Viste o Barcelona?
Logo entendo o motivo de seu mal estar, de sua angústia. Solidário, ainda tento animá-lo.
- Nossa obrigação já fizemos, que era chegar na final, o que vier agora é lucro.
Ele balança a cabeça, desolado. “Não vai dar, não vai dar”, lamenta. “Ninguém ganha jogo de véspera”, argumento, e ele concorda sem muita convicção.
Domingo é a final. Esperemos.
Pode ser um dia de glória. Ou não.
Até.
Sozinho, almoça e fita o horizonte imaginário, catatônico, com um olhar de ausência de esperança, de alguém que sabe que vai morrer em muito pouco tempo. Alguém que viu sua cidade destruída por um bombardeio inimigo (sempre lembro do Vietnã, sempre o Vietnã). Chego próximo, ele me olha e pergunta:
- Viste o Barcelona?
Logo entendo o motivo de seu mal estar, de sua angústia. Solidário, ainda tento animá-lo.
- Nossa obrigação já fizemos, que era chegar na final, o que vier agora é lucro.
Ele balança a cabeça, desolado. “Não vai dar, não vai dar”, lamenta. “Ninguém ganha jogo de véspera”, argumento, e ele concorda sem muita convicção.
Domingo é a final. Esperemos.
Pode ser um dia de glória. Ou não.
Até.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Muito tenso
Ontem, ao sair de casa, encontrei o zelador do nosso prédio, que me comentou sobre o Mundial de Clubes no Japão, que o Inter começa a disputar amanhã. Falei que tinha esperanças, e ele lembrou que o Inter havia conquistado a Libertadores da América apenas após eu voltar do Canadá.
Lembrei que eu havia voltado no dia em que o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo, e ele respondeu que o Inter era mais importante. Concordei, mas fiquei tenso.
Não sabia dessa minha responsabilidade.
Amanhã, o primeiro jogo.
Até.
Lembrei que eu havia voltado no dia em que o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo, e ele respondeu que o Inter era mais importante. Concordei, mas fiquei tenso.
Não sabia dessa minha responsabilidade.
Amanhã, o primeiro jogo.
Até.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
domingo, dezembro 10, 2006
A Sopa 06/21
Cabelos. Ou a falta de.
Percebi, com o passar do tempo, que a calvície (real, provável ou possível) é um tema que causa profunda angústia nas pessoas. As deixa sem dormir, é motivo de longos pensamentos e reflexões. Não importa se a calvície é própria ou de outrem. Mais: esse outrem pode ser conhecido próximo ou não. Por isso eu afirmo com convicção que nem a fome, as guerras, a Palestina, a pastelina, o terrorismo, a violência urbana, nada disso é importante quando comparamos com esse assunto mais grave.
O mal do mundo é o pouco cabelo.
Aprendi essa verdade aos poucos, à medida que o meu próprio cabelo foi tornando-se mais escasso. Sim, porque esse é um processo gradativo, e para nós, agentes ativos dele, é difícil notar grandes diferenças sem que tenhamos um termo de comparação, como uma foto. Por outro lado, aqueles que não convivem diariamente conosco, calvos (reais, prováveis ou possíveis), é que assustam-se ao nos encontrar depois de um período maior. Vocês sabem como é isso. É o mesmo que acontece com relação ao peso: “Puxa vida, estás mais forte, não?”, dizem os mais educados, enquanto os diretos vão de “Baita gordão?!”… Mas eu falava de cabelos, ou de sua ausência.
Pois bem, dizia eu que há alguns anos noto que o meu cabelo estava tornando-se menos presente onde sempre estivera. E, sinceramente, não fiquei preocupado com isso. Se é para ser careca, sejamos carecas, paciência. É da vida, pelo menos tenho saúde, coisa e tal. E a vida continua. Mas aí vi que as pessoas preocupam-se com o fato de potencialmente (ou não) estares rumando para a completa ausência de cabelos. E comentam, dão conselhos. Chega a ser tocante. E não adianta explicar que tudo bem, estou tranquilo, minha auto-estima não se abala, etc. Torna-te parte das orações diárias, “…e que o Marcelo não fique completamente calvo, amém”.
E comentam contigo. Mesmo pessoas que mal te conhecem, nunca te viram mais gordos, e acham que tem o direito de “alertar para o fato”. “Vem cá, sabia que estás ficando careca?” é a pergunta mais cretina que podem fazer. Aconteceu comigo num jantar com pneumologistas brasileiros num congresso em Montreal. Quem fazia a pergunta era um colega do Ceará COMPLETAMENTE careca. A resposta que pensei foi “Não, não notei isso a última vez que me olhei no espelho, em 1985…”, mas a educação não permitiu que eu a dissesse. É óbvio que alguém que perde cabelo sabe que está perdendo o cabelo. Ponto.
Dentro dessa preocupação capilar para comigo, esses tempos o meu pai - que não é careca – resolver tomar uma atitude: comprou para mim uma loção que um conhecido havia usado e estava ajudando. Dentro do espírito “tudo tranquilo” comecei a usar. E começou a aumentar o cabelo onde estava diminuindo! Parei de usar correndo.
Fiquei com medo. Sei lá, posso estar indo contra os desígnios divinos, sei lá.
Até.
Percebi, com o passar do tempo, que a calvície (real, provável ou possível) é um tema que causa profunda angústia nas pessoas. As deixa sem dormir, é motivo de longos pensamentos e reflexões. Não importa se a calvície é própria ou de outrem. Mais: esse outrem pode ser conhecido próximo ou não. Por isso eu afirmo com convicção que nem a fome, as guerras, a Palestina, a pastelina, o terrorismo, a violência urbana, nada disso é importante quando comparamos com esse assunto mais grave.
O mal do mundo é o pouco cabelo.
Aprendi essa verdade aos poucos, à medida que o meu próprio cabelo foi tornando-se mais escasso. Sim, porque esse é um processo gradativo, e para nós, agentes ativos dele, é difícil notar grandes diferenças sem que tenhamos um termo de comparação, como uma foto. Por outro lado, aqueles que não convivem diariamente conosco, calvos (reais, prováveis ou possíveis), é que assustam-se ao nos encontrar depois de um período maior. Vocês sabem como é isso. É o mesmo que acontece com relação ao peso: “Puxa vida, estás mais forte, não?”, dizem os mais educados, enquanto os diretos vão de “Baita gordão?!”… Mas eu falava de cabelos, ou de sua ausência.
Pois bem, dizia eu que há alguns anos noto que o meu cabelo estava tornando-se menos presente onde sempre estivera. E, sinceramente, não fiquei preocupado com isso. Se é para ser careca, sejamos carecas, paciência. É da vida, pelo menos tenho saúde, coisa e tal. E a vida continua. Mas aí vi que as pessoas preocupam-se com o fato de potencialmente (ou não) estares rumando para a completa ausência de cabelos. E comentam, dão conselhos. Chega a ser tocante. E não adianta explicar que tudo bem, estou tranquilo, minha auto-estima não se abala, etc. Torna-te parte das orações diárias, “…e que o Marcelo não fique completamente calvo, amém”.
E comentam contigo. Mesmo pessoas que mal te conhecem, nunca te viram mais gordos, e acham que tem o direito de “alertar para o fato”. “Vem cá, sabia que estás ficando careca?” é a pergunta mais cretina que podem fazer. Aconteceu comigo num jantar com pneumologistas brasileiros num congresso em Montreal. Quem fazia a pergunta era um colega do Ceará COMPLETAMENTE careca. A resposta que pensei foi “Não, não notei isso a última vez que me olhei no espelho, em 1985…”, mas a educação não permitiu que eu a dissesse. É óbvio que alguém que perde cabelo sabe que está perdendo o cabelo. Ponto.
Dentro dessa preocupação capilar para comigo, esses tempos o meu pai - que não é careca – resolver tomar uma atitude: comprou para mim uma loção que um conhecido havia usado e estava ajudando. Dentro do espírito “tudo tranquilo” comecei a usar. E começou a aumentar o cabelo onde estava diminuindo! Parei de usar correndo.
Fiquei com medo. Sei lá, posso estar indo contra os desígnios divinos, sei lá.
Até.
sábado, dezembro 09, 2006
Sábado (800º post)
Vou andando feliz pelas ruas sem nome...
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se é muito longe o Mar Oceano...
Mas há vasos cobertos de conchinhas
Sobre as mesas... e moças na janelas
Com brincos e pulseiras de coral...
Búzios calçando portas... caravelas
Sonhando imóveis sobre velhos pianos...
Nisto,
Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous,
E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
De su'alma perdida e vaga na neblina...
Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
Uma caixa de música
Uma bússola
Um mapa figurado
Uns poemas cheios de beleza única
De estarem inconclusos...
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei, eu nem sei como te chamas...
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
Quando eu também já não tiver mais nome.
(Mário Quintana)
Bom sábado a todos.
Até.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Claro, ele tem o seu próprio avião...
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro (PT-RS), disse que o presidente "não tem uma pressa neurótica para resolver os problemas dos aeroportos". Segundo ele, Lula está tomando as medidas necessárias com os outros órgãos envolvidos na situação de uma maneira sóbria.
Notícia completa aqui.
Notícia completa aqui.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Coisas que realmente me irritam
Pessoas que – por laços de amizade - tem a obrigação de serem totalmente honestas comigo e não o são.
Mas a irritação é só por uma fração de segundo, não mais. Porque se estão agindo assim é porque não valem a minha irritação.
Simples assim.
Até.
Mas a irritação é só por uma fração de segundo, não mais. Porque se estão agindo assim é porque não valem a minha irritação.
Simples assim.
Até.
domingo, dezembro 03, 2006
A Sopa 06/20
Cuidado com o que dizes (ou escreves).
Há um tempo atrás escrevi aqui que eu estava pronto para morrer. Foi um estresse. As pessoas tiveram reações diferentes.
Um primeiro grupo mandou emails me chamando de mórbido, e “que eu virasse a boca pra lá”. Perguntando se eu não tinha mais nada para fazer do que ficar pensando bobagens. Dava até azar falar uma coisa dessas. Bate três vezes na madeira. Toc, toc, toc. Para que mexer com a matungona?
Um segundo grupo me escreveu perguntando se eu estava doente. É isso, certo? É câncer, pode falar. Esse cabelos ficando escassos não eram sinal de calvície, era a quimioterapia. Tu tens que ser forte, luta, não te entrega. Que promessas já fizeste? Nós já fizemos algumas, que tu vais pagar se melhorares…
Finalmente, um terceiro grupo achou que era uma declaração suicida. Você sabe, o suicida sempre avisa, dá sinais de que quer ou planeja se matar. Só podia ser isso, era um pedido desesperado de ajuda. E resolveram me ajudar. Primeiro, não me deixaram mais ficar sozinho. Sempre tinha alguém por perto. Depois, não me deixaram mais cozinhar. “Longe das facas! Longe das facas!”. Até aí, tudo bem, tinha um desculpa para não ajudar nas lides domésticas… Mas quando resolveram não me deixar mais usar cinto e tiraram todos os cadarços dos meus sapatos e tênis, achei que a coisa estava indo longe demais. Resolvi explicar a situação de uma vez por todas.
Não era nada do que estavam pensando.
Não, eu não queria nem pretendia morrer tão cedo. Aliás, a morte, a matungona, não estava nos meus planos, mesmo os mais distantes.
O que eu queria dizer no início de tudo é que eu tinha me dado conta que já tinha tocado a vida de alguém, já tinha sido importante na vida de alguém, e isso já tornava a minha uma vida produtiva e significativa. De certa forma, eu já me imortalizara.
E que esse era o sentido da vida.
Até.
Há um tempo atrás escrevi aqui que eu estava pronto para morrer. Foi um estresse. As pessoas tiveram reações diferentes.
Um primeiro grupo mandou emails me chamando de mórbido, e “que eu virasse a boca pra lá”. Perguntando se eu não tinha mais nada para fazer do que ficar pensando bobagens. Dava até azar falar uma coisa dessas. Bate três vezes na madeira. Toc, toc, toc. Para que mexer com a matungona?
Um segundo grupo me escreveu perguntando se eu estava doente. É isso, certo? É câncer, pode falar. Esse cabelos ficando escassos não eram sinal de calvície, era a quimioterapia. Tu tens que ser forte, luta, não te entrega. Que promessas já fizeste? Nós já fizemos algumas, que tu vais pagar se melhorares…
Finalmente, um terceiro grupo achou que era uma declaração suicida. Você sabe, o suicida sempre avisa, dá sinais de que quer ou planeja se matar. Só podia ser isso, era um pedido desesperado de ajuda. E resolveram me ajudar. Primeiro, não me deixaram mais ficar sozinho. Sempre tinha alguém por perto. Depois, não me deixaram mais cozinhar. “Longe das facas! Longe das facas!”. Até aí, tudo bem, tinha um desculpa para não ajudar nas lides domésticas… Mas quando resolveram não me deixar mais usar cinto e tiraram todos os cadarços dos meus sapatos e tênis, achei que a coisa estava indo longe demais. Resolvi explicar a situação de uma vez por todas.
Não era nada do que estavam pensando.
Não, eu não queria nem pretendia morrer tão cedo. Aliás, a morte, a matungona, não estava nos meus planos, mesmo os mais distantes.
O que eu queria dizer no início de tudo é que eu tinha me dado conta que já tinha tocado a vida de alguém, já tinha sido importante na vida de alguém, e isso já tornava a minha uma vida produtiva e significativa. De certa forma, eu já me imortalizara.
E que esse era o sentido da vida.
Até.
sábado, dezembro 02, 2006
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Take Action Today
We can stop the spread of HIV
Around forty million people are living with HIV throughout the world - and that number increases in every region every day. In the UK alone, more than 60,000 people are living with HIV and more than 7,000 more are diagnosed every year. Ignorance and prejudice are fuelling the spread of a preventable disease.
World AIDS Day, 1 December is an opportunity for people worldwide to unite in the fight against HIV and AIDS. This year, it's up to you, me and us to stop the spread of HIV and end prejudice.
Leia mais aqui.
Até.
Around forty million people are living with HIV throughout the world - and that number increases in every region every day. In the UK alone, more than 60,000 people are living with HIV and more than 7,000 more are diagnosed every year. Ignorance and prejudice are fuelling the spread of a preventable disease.
World AIDS Day, 1 December is an opportunity for people worldwide to unite in the fight against HIV and AIDS. This year, it's up to you, me and us to stop the spread of HIV and end prejudice.
Leia mais aqui.
Até.
quinta-feira, novembro 30, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
Tenho problemas
Existem certas coisas que, por mais que eu tente, eu não consigo entender ou mesmo aceitar. E acho – argumento de velho – que não tenho mais idade para isso. Quando não é uma questão presente no dia-a-dia, é até fácil “ir levando”. Como o caso do churrasco.
Como todo bom gaúcho, sou apreciador de churrasco, e uma das opções de refeição nos finais de semana (e durante a semana também, claro) é o prato (nem sei se podemos chamar churrasco de prato, refeição, talvez) que nos identifica como gaúchos. Essa semana, por exemplo, fui a um aniversário de um amigo na segunda-feira: churrasco. Ontem, fomos jantar com os meus sogros e a prima Rafaela que chegou de Brasília para passar uns dias aqui em casa: churrasco. Pois é.
Por isso, tenho me defrontado com a questão do churrasco com uma freqüência maior por esses dias. Qual é a questão? O ponto. Sei que já falei disso, mas vale repetir.
Durante centenas, milhares de anos, desde que o homo sapiens descobriu o fogo e que com ele podia preparar aquele javali que – cru – tinha o gosto meio duvidoso, desde o primeiro churrasco ancestral, provavelmente numa caverna lá pros lados do Alegrete/RS, desde aquele momento que o ser humano vem aperfeiçoando o modo de assar a carne, procurando o sabor e a textura perfeitos, até que o encontrou o momento exato em que deveria tirá-la do fogo e servi-la. Aquele momento em que os astros, o universo, conspiram para que a experiência do churrasco seja indescritível, uma visão da face divina.
O ponto.
Qualquer coisa fora disso não está bem. Mal-passada, a carne não está no ponto. Bem-passada, passou do mesmo. Simples assim. Mesmo que tentem provar o contrário.
De qualquer maneira, eu queria mesmo era falar de coisas que não entendo e não aceito. E queria falar do trânsito (1) e de corrupção (2).
(1) Por que é tão difícil – e falo de Porto Alegre, especificamente – as pessoas respeitarem as mais simples regras de trânsito?
(2) Não suporto aquelas pessoas que se queixam da corrupção de governantes – independente da esfera de governo – mas que são as mesmas que sonegam imposto, e outras pequenas corrupções diárias. Corrupção deve ser intolerável sempre. Sempre.
Até.
Como todo bom gaúcho, sou apreciador de churrasco, e uma das opções de refeição nos finais de semana (e durante a semana também, claro) é o prato (nem sei se podemos chamar churrasco de prato, refeição, talvez) que nos identifica como gaúchos. Essa semana, por exemplo, fui a um aniversário de um amigo na segunda-feira: churrasco. Ontem, fomos jantar com os meus sogros e a prima Rafaela que chegou de Brasília para passar uns dias aqui em casa: churrasco. Pois é.
Por isso, tenho me defrontado com a questão do churrasco com uma freqüência maior por esses dias. Qual é a questão? O ponto. Sei que já falei disso, mas vale repetir.
Durante centenas, milhares de anos, desde que o homo sapiens descobriu o fogo e que com ele podia preparar aquele javali que – cru – tinha o gosto meio duvidoso, desde o primeiro churrasco ancestral, provavelmente numa caverna lá pros lados do Alegrete/RS, desde aquele momento que o ser humano vem aperfeiçoando o modo de assar a carne, procurando o sabor e a textura perfeitos, até que o encontrou o momento exato em que deveria tirá-la do fogo e servi-la. Aquele momento em que os astros, o universo, conspiram para que a experiência do churrasco seja indescritível, uma visão da face divina.
O ponto.
Qualquer coisa fora disso não está bem. Mal-passada, a carne não está no ponto. Bem-passada, passou do mesmo. Simples assim. Mesmo que tentem provar o contrário.
De qualquer maneira, eu queria mesmo era falar de coisas que não entendo e não aceito. E queria falar do trânsito (1) e de corrupção (2).
(1) Por que é tão difícil – e falo de Porto Alegre, especificamente – as pessoas respeitarem as mais simples regras de trânsito?
(2) Não suporto aquelas pessoas que se queixam da corrupção de governantes – independente da esfera de governo – mas que são as mesmas que sonegam imposto, e outras pequenas corrupções diárias. Corrupção deve ser intolerável sempre. Sempre.
Até.
terça-feira, novembro 28, 2006
Quase
Vivemos a época do "quase".
Das "quase-notícias", "quase-tragédias", "quase-escândalos".
Já repararam?
Falo mais sobre isso em breve.
Até
Das "quase-notícias", "quase-tragédias", "quase-escândalos".
Já repararam?
Falo mais sobre isso em breve.
Até
segunda-feira, novembro 27, 2006
domingo, novembro 26, 2006
A Sopa 06/19
Mudei de idéia.
Eu estava preparado para escrever sobre um assunto suuper-atual e importante para nossas vidas, mas desisti. Talvez temporariamente, provavelmente em definitivo. Mesmo que fosse importante para nossa felicidade enquanto seres humanos habitando esse pequeno planeta que orbita em torno do sol, uma pequena estrela dentro a galáxia que chamamos de Via Láctea, uma entre bilhões, quiçá trilhões de outras, mesmo assim abdiquei da idéia de falar sobre o que eu pretendia falar.
O bacon.
Provavelmente nenhum de nós tem a verdadeira noção da importância do bacon para a humanidade enquanto espécie. Não. Os americanos devem saber, e por isso que o consomem em grandes quantidades. Talvez devêssemos seguir o exemplo, não sei. Deixa prá lá, prometi que não ia falar disso.
Quero falar um pouco de voltas. De voltar, da volta.
Antes, quando ainda morava no Canadá e ansiava – a despeito de toda a qualidade de vida, condições de trabalho, amigos e tal – retornar ao Brasil, falava como seria a minha volta e retomada da vida no sul do mundo. Vivo isso agora e, diferente da minha chegada – que foi como morrer, e já falei disso -, a volta não é uma só. São várias, e nesse final de semana que termina tive duas voltas simbólicas.
Começou na sexta-feira na hora do almoço, com uma picanha sob a sombra de um jacarandá na churrascaria Barranco. Almoçamos eu e o Luciano, grande e velho amigo, muitas histórias e voltas desde o tempo da faculdade. Não tínhamos nos encontrado pessoalmente desde a minha volta. A última vez tinha sido no meu aniversário de 2005, quando vim de Toronto e praticamente fui do aeroporto para a festa organizada pela Jacque. Foi um longo almoço, e colocamos a vida em dia. Lembramos histórias, falamos de projetos. Contou-me a respeito do seu recém nascido filho, de como a vida muda. A vida muda. Sempre. E isso é o que ela tem de melhor. O sábado à noite também foi marcado por momentos simbólicos, um em especial: um vinho que abrimos e tomamos, os Perdidos. Foi o vinho da volta definitiva.
Em agosto de 2004, entre as muitas despedidas que fizemos antes de eu ir para o exílio, a última foi na véspera de minha viagem, quarta-feira, dezoito de agosto. Nesse dia, ganhei do Caio uma garrafa de vinho com uma etiqueta com os dizeres “Para ser aberta na volta definitiva”. Assim foi. Dois anos e três meses depois abri a garrafa (guardei a rolha) brindamos e a tomamos, os Perdidos originais.
Conversamos muito, rimos, lembramos de histórias – de viagem ou não – e terminamos a noite assistindo o vídeo ‘Perdidos na Espace – Uma Van na Europa’. Foi uma noite completa, como nos velhos tempos, com a diferença de que a vida muda, nós mudamos e, se continuamos andando por caminhos que se encontram aqui e ali, então tudo está bem.
Muito bem.
Até.
Eu estava preparado para escrever sobre um assunto suuper-atual e importante para nossas vidas, mas desisti. Talvez temporariamente, provavelmente em definitivo. Mesmo que fosse importante para nossa felicidade enquanto seres humanos habitando esse pequeno planeta que orbita em torno do sol, uma pequena estrela dentro a galáxia que chamamos de Via Láctea, uma entre bilhões, quiçá trilhões de outras, mesmo assim abdiquei da idéia de falar sobre o que eu pretendia falar.
O bacon.
Provavelmente nenhum de nós tem a verdadeira noção da importância do bacon para a humanidade enquanto espécie. Não. Os americanos devem saber, e por isso que o consomem em grandes quantidades. Talvez devêssemos seguir o exemplo, não sei. Deixa prá lá, prometi que não ia falar disso.
Quero falar um pouco de voltas. De voltar, da volta.
Antes, quando ainda morava no Canadá e ansiava – a despeito de toda a qualidade de vida, condições de trabalho, amigos e tal – retornar ao Brasil, falava como seria a minha volta e retomada da vida no sul do mundo. Vivo isso agora e, diferente da minha chegada – que foi como morrer, e já falei disso -, a volta não é uma só. São várias, e nesse final de semana que termina tive duas voltas simbólicas.
Começou na sexta-feira na hora do almoço, com uma picanha sob a sombra de um jacarandá na churrascaria Barranco. Almoçamos eu e o Luciano, grande e velho amigo, muitas histórias e voltas desde o tempo da faculdade. Não tínhamos nos encontrado pessoalmente desde a minha volta. A última vez tinha sido no meu aniversário de 2005, quando vim de Toronto e praticamente fui do aeroporto para a festa organizada pela Jacque. Foi um longo almoço, e colocamos a vida em dia. Lembramos histórias, falamos de projetos. Contou-me a respeito do seu recém nascido filho, de como a vida muda. A vida muda. Sempre. E isso é o que ela tem de melhor. O sábado à noite também foi marcado por momentos simbólicos, um em especial: um vinho que abrimos e tomamos, os Perdidos. Foi o vinho da volta definitiva.
Em agosto de 2004, entre as muitas despedidas que fizemos antes de eu ir para o exílio, a última foi na véspera de minha viagem, quarta-feira, dezoito de agosto. Nesse dia, ganhei do Caio uma garrafa de vinho com uma etiqueta com os dizeres “Para ser aberta na volta definitiva”. Assim foi. Dois anos e três meses depois abri a garrafa (guardei a rolha) brindamos e a tomamos, os Perdidos originais.
Conversamos muito, rimos, lembramos de histórias – de viagem ou não – e terminamos a noite assistindo o vídeo ‘Perdidos na Espace – Uma Van na Europa’. Foi uma noite completa, como nos velhos tempos, com a diferença de que a vida muda, nós mudamos e, se continuamos andando por caminhos que se encontram aqui e ali, então tudo está bem.
Muito bem.
Até.
sábado, novembro 25, 2006
sexta-feira, novembro 24, 2006
quinta-feira, novembro 23, 2006
quarta-feira, novembro 22, 2006
Falecimento
Ocorreu hoje o falecimento do iPod Mini 4GB do Marcelo. Os atos fúnebres terão lugar na gaveta da esquerda da minha mesa de trabalho, e o sepultamento será hoje, logo depois de escrever este comunicado. Comunicamos o falecimento do iPod Mini 4GB do Marcelo. Os familiares, ainda consternados com a súbita perda, agradecem as manifestações de apoio nessa hora difícil.
Até.
Até.
terça-feira, novembro 21, 2006
domingo, novembro 19, 2006
A Sopa 06/18
Lendas urbanas.
Chega um momento da vida em que percebemos que estamos velhos. É inevitável. 100% certo. Só não digo que é batata porque nada é batata, só a batata é batata. Parênteses. A frase anterior é uma descarada referência a um texto do Luís Fernando Veríssimo. Achei honesto citar. Fecha parênteses.
Antes de chegarmos nesse momento, em que percebemos que envelhecemos, existe um marco que é exatamente isso mas dito de forma mais suave, de forma que não nos espante como inevitavelmente acontece quando acordamos um dia e, ao olharmos no espelho, nossa primeira reação é se perguntar quem é esse senhor nos olhando: é quando percebemos que não somos mais guris.
É uma sutil diferença essa. Não ser mais guri ainda não é ser um velho, mas é a manifestação da inevitabilidade da passagem do tempo, a qual estamos todos condenados (certo, condenados foi meio pesado, admito). Saber que não somos mais guris tem algumas implicações práticas que, se por um lado nos limitam em alguns pontos, por outro nos livram do risco de alguns constrangimentos. Como na história do Cidão. Cidão tinha esse nome por causa da música “Os seus botões”, do Roberto Carlos, no trecho que diz “nos lençóis macios, amantes se dão”… Deixa pra lá.
Bom, a história não é do Cidão. Ele é um personagem emblemático dela, mas não o protagonista. Aconteceu com um conhecido de um conhecido meu. E atenção, isso – além de uma crônica – é também um alerta. Avisem seus amigos que ninguém está livre disso, a não ser, claro, aqueles que perceberam que já não são mais guris e não freqüentam determinados lugares e festas.
Pois bem, o conhecido de um conhecido meu saiu uma noite dessas para se divertir com amigos. Foram a um bar onde tomaram várias doses de bebidas com alto teor alcóolico, conversaram amenidades diversas – política e religião, por exemplo – até que resolveram ir a uma festa, numa conhecida casa noturna de uma conhecida cidade da região sudeste do Brasil. Chegando lá, se dispersaram naquilo que costumeiramente chamavam de “ir à luta”. O personagem em questão engrenou uma conversa com uma ruiva num vestido branco. Tomaram mais alguns drinks. E é tudo o que ele se lembra. A partir daí, tudo é escuridão e silêncio.
No momento seguinte acordou com o ruído do ventilador de teto num quarto de motel barato, sem roupas e apenas com um lençol cobrindo até pouco acima da cintura. De bruços. Ao lado dele, roncava um cara barbudo.
Era o Cidão.
Até.
Chega um momento da vida em que percebemos que estamos velhos. É inevitável. 100% certo. Só não digo que é batata porque nada é batata, só a batata é batata. Parênteses. A frase anterior é uma descarada referência a um texto do Luís Fernando Veríssimo. Achei honesto citar. Fecha parênteses.
Antes de chegarmos nesse momento, em que percebemos que envelhecemos, existe um marco que é exatamente isso mas dito de forma mais suave, de forma que não nos espante como inevitavelmente acontece quando acordamos um dia e, ao olharmos no espelho, nossa primeira reação é se perguntar quem é esse senhor nos olhando: é quando percebemos que não somos mais guris.
É uma sutil diferença essa. Não ser mais guri ainda não é ser um velho, mas é a manifestação da inevitabilidade da passagem do tempo, a qual estamos todos condenados (certo, condenados foi meio pesado, admito). Saber que não somos mais guris tem algumas implicações práticas que, se por um lado nos limitam em alguns pontos, por outro nos livram do risco de alguns constrangimentos. Como na história do Cidão. Cidão tinha esse nome por causa da música “Os seus botões”, do Roberto Carlos, no trecho que diz “nos lençóis macios, amantes se dão”… Deixa pra lá.
Bom, a história não é do Cidão. Ele é um personagem emblemático dela, mas não o protagonista. Aconteceu com um conhecido de um conhecido meu. E atenção, isso – além de uma crônica – é também um alerta. Avisem seus amigos que ninguém está livre disso, a não ser, claro, aqueles que perceberam que já não são mais guris e não freqüentam determinados lugares e festas.
Pois bem, o conhecido de um conhecido meu saiu uma noite dessas para se divertir com amigos. Foram a um bar onde tomaram várias doses de bebidas com alto teor alcóolico, conversaram amenidades diversas – política e religião, por exemplo – até que resolveram ir a uma festa, numa conhecida casa noturna de uma conhecida cidade da região sudeste do Brasil. Chegando lá, se dispersaram naquilo que costumeiramente chamavam de “ir à luta”. O personagem em questão engrenou uma conversa com uma ruiva num vestido branco. Tomaram mais alguns drinks. E é tudo o que ele se lembra. A partir daí, tudo é escuridão e silêncio.
No momento seguinte acordou com o ruído do ventilador de teto num quarto de motel barato, sem roupas e apenas com um lençol cobrindo até pouco acima da cintura. De bruços. Ao lado dele, roncava um cara barbudo.
Era o Cidão.
Até.
sábado, novembro 18, 2006
quinta-feira, novembro 16, 2006
segunda-feira, novembro 13, 2006
De novo Jack Bauer
Sai no Brasil, no próximo dia 24, a 5ª temporada de '24'. Dá para comprar aqui (que eu não ganho NADA com isso...).
Para quem não conhece, 24 é a MELHOR série de televisão que eu já vi. Se não a melhor, certamente a mais tensa. Jack Bauer, vivido pelo ator Kiefer Sutherland, é um agente da CTU (Counter Terrorist Unit) de Los Angeles, agência do governo responsável pelas ações de anti-terrorismo.
Recomendo fortemente.
Para entrar no clima, o Treo 650 de Jack Bauer:
Um fato sobre Jack Bauer: Jack Bauer uma vez jogou queda de braço com o Superman. O combinado era que o perdedor teria que usar a cueca sobre as calças.
Até.
Para quem não conhece, 24 é a MELHOR série de televisão que eu já vi. Se não a melhor, certamente a mais tensa. Jack Bauer, vivido pelo ator Kiefer Sutherland, é um agente da CTU (Counter Terrorist Unit) de Los Angeles, agência do governo responsável pelas ações de anti-terrorismo.
Recomendo fortemente.
Para entrar no clima, o Treo 650 de Jack Bauer:
Um fato sobre Jack Bauer: Jack Bauer uma vez jogou queda de braço com o Superman. O combinado era que o perdedor teria que usar a cueca sobre as calças.
Até.
domingo, novembro 12, 2006
A Sopa 06/17
Passagem do tempo.
Esse final de semana que passou foi dedicado ao encontro que marcou o 12º ano de formatura em medicina. A ATM94 se reuniu em Bento Gonçalves. Nem todos, claro, porque é sempre difícil reunir uma turma grande assim, mesmo com mais de um ano de antecedência.
(Os Originais)
Palmas para o organizador, em primeiro lugar. Organizar um evento desse porte é sempre um trabalho hercúleo. Lembro de quando organizava a ‘Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo’: preparar tudo, convidar, confirmar e reconfirmar as presenças. Perde-se tempo e energia, e inevitavelmente muitos dos que confirmaram e reconfirmaram acabam não aparecendo e nem ao menos justificando. No caso do nosso encontro, tudo bem, as despesas eram por conta de cada um, mas na época da Sopa era sempre prejuízo meu. Sempre.
(Todos)
Por isso que, na janta de sábado à noite, entendi perfeitamente o sentimento do Alexei quando constatou que – mesmo depois de todo o esforço para reunir o pessoal – estavam presentes menos de 20% da turma, ele disse que “estavam os de fé”. Estávamos os de fé. Nas próximas vezes vamos trazer outros, certamente. É assimque funciona e é assim que vale à pena.
(Os Filhos)
Lembramos de histórias, de pessoas, brindamos à memória daqueles que não estão mais entre nós. Rimos muito, falamos da vida. Foi muito bom.
Encontrei colegas com quem não conversava desde a formatura. Oportunidades como essa não surgem sempre, e por isso não podem ser perdidas. O tempo passou (vimos isso nos nossos poucos cabelos e quilos a mais), e acho que não podemos nos queixar.
Até.
Esse final de semana que passou foi dedicado ao encontro que marcou o 12º ano de formatura em medicina. A ATM94 se reuniu em Bento Gonçalves. Nem todos, claro, porque é sempre difícil reunir uma turma grande assim, mesmo com mais de um ano de antecedência.
(Os Originais)
Palmas para o organizador, em primeiro lugar. Organizar um evento desse porte é sempre um trabalho hercúleo. Lembro de quando organizava a ‘Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo’: preparar tudo, convidar, confirmar e reconfirmar as presenças. Perde-se tempo e energia, e inevitavelmente muitos dos que confirmaram e reconfirmaram acabam não aparecendo e nem ao menos justificando. No caso do nosso encontro, tudo bem, as despesas eram por conta de cada um, mas na época da Sopa era sempre prejuízo meu. Sempre.
(Todos)
Por isso que, na janta de sábado à noite, entendi perfeitamente o sentimento do Alexei quando constatou que – mesmo depois de todo o esforço para reunir o pessoal – estavam presentes menos de 20% da turma, ele disse que “estavam os de fé”. Estávamos os de fé. Nas próximas vezes vamos trazer outros, certamente. É assimque funciona e é assim que vale à pena.
(Os Filhos)
Lembramos de histórias, de pessoas, brindamos à memória daqueles que não estão mais entre nós. Rimos muito, falamos da vida. Foi muito bom.
Encontrei colegas com quem não conversava desde a formatura. Oportunidades como essa não surgem sempre, e por isso não podem ser perdidas. O tempo passou (vimos isso nos nossos poucos cabelos e quilos a mais), e acho que não podemos nos queixar.
Até.
sábado, novembro 11, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
Você sabe que está ficando velho
Quando é só dormir duas noites numa cama que não a tua e acabas tendo que fazer fisioterapia para se recuperar do problema na coluna. Vou começar a levar o meu travesseiro quando for para congresso ou outras viagens...
Até.
Até.
terça-feira, novembro 07, 2006
segunda-feira, novembro 06, 2006
A Sopa 06/16
De volta à Porto Alegre.
Quando morei em Toronto, sempre que saía da cidade – por via aérea - por qualquer razão que fosse, a volta sempre era interessante. Especialmente nas vezes em que eu ia do aeroporto para casa de táxi. Já falei disso antes, as conversas com os taxistas sempre valiam à pena, quer por serem de uma cultura diferente (indianos, paquistaneses, etc), quer por serem mais velhos e mais experientes do que eu. Vocês sabem, a maioria dos taxistas também é filósofo.
Pois bem, voltei hoje de Fortaleza, onde estive desde quarta-feira passada para um congresso. Acordei às 2h50 (hora local, sem horário de verão) para o transfer das 3h25 do vôo que saui às 5h25, foi até Brasília (aonde chegou às 9h, horário de verão), esperei das 9 às 10h35 quando saiu sem atrasos o vôo direto até Porto Alegre, onde desembarquei às 13h15. Quase uma epopéia.
O congresso foi bom, o congresso foi bom.
Fiz uma imersão na quinta, sexta e sábado assistindo palestras (sem perder os eventos sociais noturnos, claro), além de alguns contatos profissionais promissores para o meu futuro mais ou menos imediato. Tudo ia bem até a madrugada de sexta para sábado, quando fui dormir após o luau na Praia do Futuro e acordei logo após pegar no sono com uma terrível contratura muscular cervical que não me deixou dormir essa noite, não aliviou com uma sessão de massagem e antiinflamatório no sábado e que me fez sair do hotel na noite de sábado, 23h, atrás de uma farmácia ou ambulatório de ortopedia (o que fosse mais próximo). Era a farmácia, onde comprei um relaxante muscular e um spray tipo “Gelol”. Consegui dormir, acordei ainda todo contraído e com dor no domingo, mas mesmo assim fui à praia. Parecia um robô, mas afinal de contas, robôs também são gente... Hoje, contudo, foi bem, a dor melhorou e a viagem até o sul do Brasil foi tranqüila.
Mas eu falava dos taxistas filósofos.
Saí com minha mala do aeroporto e peguei um táxi. Não conversamos, confesso. Foi um monólogo dele. E muito interessante. Começou com o livro que ele está escrevendo “Um cidadão direito num país torto” e foi para o problema do Brasil: “impunidade”. Discorreu ele sobre o problema da colonização brasileira por Portugal e a religião católica, os males, segundo ele, que impedem nosso desenvolvimento. “Uma colônia sempre é um simulacro da matriz, e se esta é ruim, a colônia será pior”. A religião católica porque condena o dinheiro e, com isso, o desenvolvimento e a conseqüente justiça social.
Citou Descartes, adaptando o famoso dito para a situação brasileira, em que o “Penso, logo existo” se transforma em “Penso, logo sofro”. Lamentou não ter deixado o país para morar na Austrália ou Canadá quando teve chance e, autodidata no idioma inglês, comentou que conversando com um cliente citou Lennon e sua música “Working Class Hero”, de 1971, que no Brasil tornara-se “Working Class Zero”.
Falou mais, falou até da família com quem casara, “de antes da revolução industrial inglesa”. De suas filhas e de que é a vez delas, jovens, porque o seu tempo já passou.
Confesso que saí do táxi tonto e reflexivo.
Até.
Quando morei em Toronto, sempre que saía da cidade – por via aérea - por qualquer razão que fosse, a volta sempre era interessante. Especialmente nas vezes em que eu ia do aeroporto para casa de táxi. Já falei disso antes, as conversas com os taxistas sempre valiam à pena, quer por serem de uma cultura diferente (indianos, paquistaneses, etc), quer por serem mais velhos e mais experientes do que eu. Vocês sabem, a maioria dos taxistas também é filósofo.
Pois bem, voltei hoje de Fortaleza, onde estive desde quarta-feira passada para um congresso. Acordei às 2h50 (hora local, sem horário de verão) para o transfer das 3h25 do vôo que saui às 5h25, foi até Brasília (aonde chegou às 9h, horário de verão), esperei das 9 às 10h35 quando saiu sem atrasos o vôo direto até Porto Alegre, onde desembarquei às 13h15. Quase uma epopéia.
O congresso foi bom, o congresso foi bom.
Fiz uma imersão na quinta, sexta e sábado assistindo palestras (sem perder os eventos sociais noturnos, claro), além de alguns contatos profissionais promissores para o meu futuro mais ou menos imediato. Tudo ia bem até a madrugada de sexta para sábado, quando fui dormir após o luau na Praia do Futuro e acordei logo após pegar no sono com uma terrível contratura muscular cervical que não me deixou dormir essa noite, não aliviou com uma sessão de massagem e antiinflamatório no sábado e que me fez sair do hotel na noite de sábado, 23h, atrás de uma farmácia ou ambulatório de ortopedia (o que fosse mais próximo). Era a farmácia, onde comprei um relaxante muscular e um spray tipo “Gelol”. Consegui dormir, acordei ainda todo contraído e com dor no domingo, mas mesmo assim fui à praia. Parecia um robô, mas afinal de contas, robôs também são gente... Hoje, contudo, foi bem, a dor melhorou e a viagem até o sul do Brasil foi tranqüila.
Mas eu falava dos taxistas filósofos.
Saí com minha mala do aeroporto e peguei um táxi. Não conversamos, confesso. Foi um monólogo dele. E muito interessante. Começou com o livro que ele está escrevendo “Um cidadão direito num país torto” e foi para o problema do Brasil: “impunidade”. Discorreu ele sobre o problema da colonização brasileira por Portugal e a religião católica, os males, segundo ele, que impedem nosso desenvolvimento. “Uma colônia sempre é um simulacro da matriz, e se esta é ruim, a colônia será pior”. A religião católica porque condena o dinheiro e, com isso, o desenvolvimento e a conseqüente justiça social.
Citou Descartes, adaptando o famoso dito para a situação brasileira, em que o “Penso, logo existo” se transforma em “Penso, logo sofro”. Lamentou não ter deixado o país para morar na Austrália ou Canadá quando teve chance e, autodidata no idioma inglês, comentou que conversando com um cliente citou Lennon e sua música “Working Class Hero”, de 1971, que no Brasil tornara-se “Working Class Zero”.
Falou mais, falou até da família com quem casara, “de antes da revolução industrial inglesa”. De suas filhas e de que é a vez delas, jovens, porque o seu tempo já passou.
Confesso que saí do táxi tonto e reflexivo.
Até.
domingo, novembro 05, 2006
Sopa?
Fortaleza - Hoje não posso escrever. Tem sol lá fora, e está MUITO quente. Além disso, estou sob o efeito dos fortes analgésicos que venho tomando desde ontem. A boa notícia é que posso caminhar, apesar da dor.
Tirando o que dói, o resto vai suuuuper-bem.
De Porto Alegre, mando A Sopa.
Até.
Tirando o que dói, o resto vai suuuuper-bem.
De Porto Alegre, mando A Sopa.
Até.
sábado, novembro 04, 2006
Daqui (3)
Fortaleza - Ontem, num lugar que eu acho que se chama "Parque dos Vaqueiros", estava marcada a 'Festa da Saia'.
Fiquei pensando a respeito.
O que seria a festa da saia?
Todo mundo de saia? Todo mundo sem saia? Todo mundo tira a saia? Ou o vento na praia é tanto que levanta a saia?
Dúvidas, dúvidas.
Eu é que não ia lá para saber.
Até.
Fiquei pensando a respeito.
O que seria a festa da saia?
Todo mundo de saia? Todo mundo sem saia? Todo mundo tira a saia? Ou o vento na praia é tanto que levanta a saia?
Dúvidas, dúvidas.
Eu é que não ia lá para saber.
Até.
sexta-feira, novembro 03, 2006
Daqui (2)
Fortaleza.
Mais um dia inteiro no Congresso.
Ontem.
Risoto de carne do sol com tomates secos + 2 chopes = R$21,00
Voltar pro hotel e ver o Inter ganhar do Botafogo no último minuto = priceless.
Hoje.
Luau na Praia do Futuro.
Até.
Mais um dia inteiro no Congresso.
Ontem.
Risoto de carne do sol com tomates secos + 2 chopes = R$21,00
Voltar pro hotel e ver o Inter ganhar do Botafogo no último minuto = priceless.
Hoje.
Luau na Praia do Futuro.
Até.
quinta-feira, novembro 02, 2006
Daqui
Fortaleza - Está decidido. Vou comprar uma Kombi e voltar para Porto Alegre dirigindo. O plano é entrar em algumas praias e testar a máquina para a expedição maior.
Detalhes em breve.
Até.
Detalhes em breve.
Até.
terça-feira, outubro 31, 2006
Celebrar
Pois é.
Algumas vezes temos razões para celebrar com os amigos. E devemos celebrar.
Mas existem aqueles outros momentos em que devemos comemorar que está tudo bem, não tem nada, foi só um susto, estamos prontos para outra.
Hoje é um dia desses.
Até.
PS - Mando notícias de Fortaleza.
Algumas vezes temos razões para celebrar com os amigos. E devemos celebrar.
Mas existem aqueles outros momentos em que devemos comemorar que está tudo bem, não tem nada, foi só um susto, estamos prontos para outra.
Hoje é um dia desses.
Até.
PS - Mando notícias de Fortaleza.
segunda-feira, outubro 30, 2006
Day After
Eleições.
No Brasil, deu Lula.
No Rio Grande do Sul, Yeda.
Pronto. É hora de deixar de palhaçada e começarmos a trabalhar para, e torcer que as coisas melhorem. Ninguém precisa de inimigos na trincheira.
Como dizem, as urnas são soberanas. Então o presidente é o presidente de todos, gostem ou não. O mesmo vale para a governadora da nossa querência.
Até.
No Brasil, deu Lula.
No Rio Grande do Sul, Yeda.
Pronto. É hora de deixar de palhaçada e começarmos a trabalhar para, e torcer que as coisas melhorem. Ninguém precisa de inimigos na trincheira.
Como dizem, as urnas são soberanas. Então o presidente é o presidente de todos, gostem ou não. O mesmo vale para a governadora da nossa querência.
Até.
domingo, outubro 29, 2006
A Sopa 06/15
Domingo de eleições no Brasil.
Como todos sabem, não sou aquele tipo de pessoa que fica se auto-elogiando, narrando seus feitos e tornando-os epopéias quando na verdade não o são (como estão fazendo com o episódio da volta do Grêmio à primeira divisão, mas isso é assunto para outra sopa, num outro dia). Prefiro não falar e apenas deixar que os fatos falem por si. Por ser dia de eleição, e por esta envolver a tentativa de reeleição do atual e polêmico governo do partido dos trabalhadores, vou lembrar uma história de junho de 2004, quando ainda nem se falava em mensalão e muito menos em dossiês.
Denúncia.
Vou parar de falar mal do governo do PT. Não que eu ache que tenha melhorado, ou que ele não tenha graves problemas como tiveram também os do FHC. Vou parar de falar mal – criticar, mesmo que construtivamente, ao contrário da maioria das pessoas com quem converso, que critica apenas por ser do PT – porque recebi um aviso de que eu deveria parar de falar sobre o assunto. É a lei da mordaça agindo sobre mim.
Obviamente se vocês forem perguntar para o governo se eles fizeram isso mesmo – bem claro, me censurar – eles vão negar. Assim como vão negar que têm agentes infiltrados controlando todos os nossos passos, mas que têm, isso tem. E vou contar para vocês o que aconteceu, para todos saberem. Não ficarei calado!
Estávamos, Jacque, eu, e os seus pais (meus sogros, óbvio) jantando despreocupadamente no Restaurante Copacabana, sexta à noite, quando aconteceu: discutíamos outro assunto qualquer quando, do nada, surgiram agentes da Polícia Federal por todos os lados do restaurante, fechando todas as saídas. Estávamos cercados, sem possibilidade de fuga. Aí, então, entrou o primeiro, o José Dirceu, cercado de colaboradores, sorrindo. Cumprimentou um e outro e, de relance, deu uma olhadinha para mim, como quem diz “Eu sei quem você é e estou de olho, fique atento”. Nem me perturbei.
Foi quando entrou – também cercado de seguranças – o José Genoíno. Sorridente e simpático como sempre, cumprimentava a todos e, ao olhar para mim e abanou, como quem diz “É melhor levar a sério o aviso, estamos te cuidando”. Foi o suficiente para eu saber que com esse pessoal não se brinca...
Mas também não se brinca comigo. Pergunta: o que aconteceu com os dois personagens do PT que participaram dessa história? Preciso dizer mais alguma coisa?
:-)
Até.
Como todos sabem, não sou aquele tipo de pessoa que fica se auto-elogiando, narrando seus feitos e tornando-os epopéias quando na verdade não o são (como estão fazendo com o episódio da volta do Grêmio à primeira divisão, mas isso é assunto para outra sopa, num outro dia). Prefiro não falar e apenas deixar que os fatos falem por si. Por ser dia de eleição, e por esta envolver a tentativa de reeleição do atual e polêmico governo do partido dos trabalhadores, vou lembrar uma história de junho de 2004, quando ainda nem se falava em mensalão e muito menos em dossiês.
Denúncia.
Vou parar de falar mal do governo do PT. Não que eu ache que tenha melhorado, ou que ele não tenha graves problemas como tiveram também os do FHC. Vou parar de falar mal – criticar, mesmo que construtivamente, ao contrário da maioria das pessoas com quem converso, que critica apenas por ser do PT – porque recebi um aviso de que eu deveria parar de falar sobre o assunto. É a lei da mordaça agindo sobre mim.
Obviamente se vocês forem perguntar para o governo se eles fizeram isso mesmo – bem claro, me censurar – eles vão negar. Assim como vão negar que têm agentes infiltrados controlando todos os nossos passos, mas que têm, isso tem. E vou contar para vocês o que aconteceu, para todos saberem. Não ficarei calado!
Estávamos, Jacque, eu, e os seus pais (meus sogros, óbvio) jantando despreocupadamente no Restaurante Copacabana, sexta à noite, quando aconteceu: discutíamos outro assunto qualquer quando, do nada, surgiram agentes da Polícia Federal por todos os lados do restaurante, fechando todas as saídas. Estávamos cercados, sem possibilidade de fuga. Aí, então, entrou o primeiro, o José Dirceu, cercado de colaboradores, sorrindo. Cumprimentou um e outro e, de relance, deu uma olhadinha para mim, como quem diz “Eu sei quem você é e estou de olho, fique atento”. Nem me perturbei.
Foi quando entrou – também cercado de seguranças – o José Genoíno. Sorridente e simpático como sempre, cumprimentava a todos e, ao olhar para mim e abanou, como quem diz “É melhor levar a sério o aviso, estamos te cuidando”. Foi o suficiente para eu saber que com esse pessoal não se brinca...
Mas também não se brinca comigo. Pergunta: o que aconteceu com os dois personagens do PT que participaram dessa história? Preciso dizer mais alguma coisa?
:-)
Até.
sábado, outubro 28, 2006
De novo, sábado
Sábado, manhã.
Sol. O melhor momento da semana.
Após ter ido dormir antes das 22h de sexta-feira, talvez para fugir de assistir o debate entre os presidenciáveis, acordo às 6h10, pronto para começar o sábado. O céu é azul e o sol brilha lá fora.
Dia de ir na Feira.
Até.
Sol. O melhor momento da semana.
Após ter ido dormir antes das 22h de sexta-feira, talvez para fugir de assistir o debate entre os presidenciáveis, acordo às 6h10, pronto para começar o sábado. O céu é azul e o sol brilha lá fora.
Dia de ir na Feira.
Até.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Aos meus três leitores
quarta-feira, outubro 25, 2006
Quase lá
A poucos dias de não votar para presidente nem governador
(estou com meus direitos políticos cassados).
Procuro não pensar no que vai acontecer, mas é difícil não enxergar nuvens escuras no horizonte. Independente de quem ganhar. Um não é muito diferente do outro. Sério.
Só que não poderia ser reeleito um presidente que sabidamente foi parte ou foi conivente com um esquema de corrupção. Repito, não devemos tolerar isso.
Sem falar no resto (beijando a mão de Jader Barbalho, no mesmo palanque que Sarney, etc). Não pensei que viveria para ver o PT aliado ao que há de mais atrasado nesse país. Eu, que votei muitas vezes numa idéia de mundo defendida pelo PT, vejo que as coisas não eram bem assim.
Ética e honestidade transformados em conceitos relativos, que variam conforme o interesse de um e outro. É o fim, ou quase.
Que venha a tempestade, então.
Até.
(estou com meus direitos políticos cassados).
Procuro não pensar no que vai acontecer, mas é difícil não enxergar nuvens escuras no horizonte. Independente de quem ganhar. Um não é muito diferente do outro. Sério.
Só que não poderia ser reeleito um presidente que sabidamente foi parte ou foi conivente com um esquema de corrupção. Repito, não devemos tolerar isso.
Sem falar no resto (beijando a mão de Jader Barbalho, no mesmo palanque que Sarney, etc). Não pensei que viveria para ver o PT aliado ao que há de mais atrasado nesse país. Eu, que votei muitas vezes numa idéia de mundo defendida pelo PT, vejo que as coisas não eram bem assim.
Ética e honestidade transformados em conceitos relativos, que variam conforme o interesse de um e outro. É o fim, ou quase.
Que venha a tempestade, então.
Até.
terça-feira, outubro 24, 2006
Sensibilidade e a escrita
Muitas vezes, escrever é tão difícil quanto um parto a fórceps. Senta-se em frente ao computador de olho na tela branca, esperando a inspiração aparecer, sempre cogitando escrever sobre a falta de inspiração, maneira fácil de enrolar o leitor, como parece que estou fazendo agora. Parece, mas não estou. Por mais que vocês concluam que eu estou fazendo, vocês estão enganados. (Viu como é fácil? Enchi um parágrafo inteiro).
Mas eu queria falar de sensibilidade, de estar aberto ao mundo ao redor, captar as histórias que estão por aí, etéreas, esperando para serem contadas. O mesmo fenômeno ocorre com a música. Penso que nas vezes em que não surge assunto é porque não estamos sensíveis ao que nos cerca, ao mundo. Por outro lado, é porque estamos conectados com a “Grande História do Mundo”, da qual todas pequenas (ou grandes) histórias são parte, que algumas vezes a história “se atira” na nossa frente.
Como no caso do homem com a tatuagem entre parênteses. Estava saindo de uma lancheria (restaurante, se preferirem) quando passou por mim uma pessoa que tinha ideogramas chineses tatuados no braço direito. Entre parênteses! Aquilo me intrigou profundamente. O que significava aquilo? Uma seita, um culto, uma mensagem ou uma indecisão? Algo como “O Senhor é meu pastor. Ou não.” Talvez significasse “Eu amo Rosa, mas sem exageros”. Ou “Este lado para cima”. “Produto japonês, mas fabricado em Cacequi”. Quem pode saber...
Os parênteses são um recurso da gramática que eu admiro com sinceridade, porque eles são a mensagem subliminar, são o pensamento oculto, muitas vezes a ironia. O poder de usar os parênteses não devia ser outorgado a qualquer um. Aliás, acho que só deveriam ter o direito de usá-los pessoas treinadas para tal tarefa, cujas qualificações teriam sido testadas e certificadas previamente. Todo texto com parênteses bem utilizados poderia vir com um selo de autenticidade e certificação de origem.
Para aqueles que os usassem de maneira leviana seriam aplicadas multas. Casos reincidentes seriam punidos com afastamento do convívio social, pelos menos em bibliotecas. Na verdade, acho que deveriam ser punidos também os assassinos de vírgulas, dos negligentes com acentos e outros criminosos da Língua Portuguesa.
(texto antigo, mais ou menos reciclado)
Até.
Mas eu queria falar de sensibilidade, de estar aberto ao mundo ao redor, captar as histórias que estão por aí, etéreas, esperando para serem contadas. O mesmo fenômeno ocorre com a música. Penso que nas vezes em que não surge assunto é porque não estamos sensíveis ao que nos cerca, ao mundo. Por outro lado, é porque estamos conectados com a “Grande História do Mundo”, da qual todas pequenas (ou grandes) histórias são parte, que algumas vezes a história “se atira” na nossa frente.
Como no caso do homem com a tatuagem entre parênteses. Estava saindo de uma lancheria (restaurante, se preferirem) quando passou por mim uma pessoa que tinha ideogramas chineses tatuados no braço direito. Entre parênteses! Aquilo me intrigou profundamente. O que significava aquilo? Uma seita, um culto, uma mensagem ou uma indecisão? Algo como “O Senhor é meu pastor. Ou não.” Talvez significasse “Eu amo Rosa, mas sem exageros”. Ou “Este lado para cima”. “Produto japonês, mas fabricado em Cacequi”. Quem pode saber...
Os parênteses são um recurso da gramática que eu admiro com sinceridade, porque eles são a mensagem subliminar, são o pensamento oculto, muitas vezes a ironia. O poder de usar os parênteses não devia ser outorgado a qualquer um. Aliás, acho que só deveriam ter o direito de usá-los pessoas treinadas para tal tarefa, cujas qualificações teriam sido testadas e certificadas previamente. Todo texto com parênteses bem utilizados poderia vir com um selo de autenticidade e certificação de origem.
Para aqueles que os usassem de maneira leviana seriam aplicadas multas. Casos reincidentes seriam punidos com afastamento do convívio social, pelos menos em bibliotecas. Na verdade, acho que deveriam ser punidos também os assassinos de vírgulas, dos negligentes com acentos e outros criminosos da Língua Portuguesa.
(texto antigo, mais ou menos reciclado)
Até.
segunda-feira, outubro 23, 2006
Um ano atrás (15)
Roma, Lazio
23 de outubro de 2005
Há exatamente um ano, terminava nossa viagem à Itália.
Como havia virado rotina - por menos que gostássemos disso - foi um dia de despedida. Na estação Termini, em Roma, embarquei e o trem para o aeroporto de Fiumucino saiu, deixando a Jacque acenando na estação. Eu rumo ao Canadá, ela para o Brasil. Ainda faltava quase um ano para a minha volta definitiva ao Brasil.
Como o tempo voa.
Até.
domingo, outubro 22, 2006
A Sopa 06/14
Eu entendo o terrorismo.
Atenção agora: não estou dizendo que concordo, aceito ou apoio o terrorismo. De maneira alguma. O que estou dizendo simplesmente é que consigo entender o sentimento que leva alguém a jogar um avião contra o World Trade Center, por exemplo.
É a sensação de estar sendo injustiçado (ou oprimido, roubado, etc) por um inimigo sem face. É quando não se tem como personalizar a revolta contra quem nos causa algum mal.
Veja o caso do Bin Laden e sua organização terrorista: ele planejou e executou a ação de 11/09/2001 – todos, e eu mais que a maioria, estão carecas de saber – que não foi um atentado contra os valores ou o estilo de vida ocidental, mas uma agressão ao governo norte-americano, que mantém bases militares e tropas no Oriente Médio, etc. Não foi contra uma pessoa em especial, mas sim contra o inimigo sem face, os Estados Unidos. Bem diferente da resposta norte-americana, que foi em busca do Osama, um coisa pessoal (mesmo que, como conseqüência prática, tenho matado bem mais gente...).
De novo, não concordo nem apoio nenhum tipo de violência. Mas a revolta contra esse “inimigo sem face”, que não pode nem deve ser personificado, é o que causa esse tipo de reação extremada, e até posso entender o sentimento. Guardadas as devidas proporções, foi o que aconteceu no caso do meu imbróglio com a NET, a empresa de TV a cabo que tenta (ainda não conseguiu) me aplicar um golpe.
Para falar a verdade, até acho que não é a empresa que está fazendo isso, estou sendo vítima de um golpe aplicado por algum terceirizado que trabalha para ela e que fez a troca dos aparelhos e tal. Para quem não sabe, explico (pode ler no texto abaixo a história mais completa): quando fui fazer a troca do sistema analógico para o digital, os dois decoders que eu tinha em casa funcionavam perfeitamente bem e, além disso, eu nunca tinha feito qualquer tipo de adulteração neles para desbloqueá-los (até porque pagava plano máximo). Foram retirados da minha casa pelo técnico em perfeito estado, repito, e dez dias depois a NET me ligou dizendo que ia me multar em R$ 700,00 porque um deles não funcionava e o outro estava adulterado.
Não adiantou ir lá e argumentar que deveria haver um erro e tal, eles insistem que vão me cobrar o valor na mensalidade e que eu devo ir à justiça para discutir o caso. Como estou inocente, é o que vou ter que fazer. Mas o tempo todo em que estive lá, insinuaram que era eu quem estava tentando aplicar um golpe neles. Ressarcimento por danos morais serão solicitados na justiça também. Mas isso não vem ao caso agora.
O importante é que, durante a discussão com a coordenadora do setor na NET, em cada vez que ela insinuava que eu tinha feito a alteração que eu dizia que não tinha feito (e não fiz), eu pensava que a única solução para aliviar minha raiva era “me botar nela” e “dar um pau nela”. Só que, pensava ao mesmo tempo, não era culpa dela, funcionária, o que estava acontecendo, era a estrutura, a máquina, a NET, quem estava tentando me prejudicar, e de nada adiantava agredir um funcionária que não ia adiantar. O inimigo não tinha rosto, era uma engrenagem que estava no processo de me esmagar (ou tentava, a justiça é quem vai dizer).
Foi quando sorri e entendi o Bin Laden.
Até.
Atenção agora: não estou dizendo que concordo, aceito ou apoio o terrorismo. De maneira alguma. O que estou dizendo simplesmente é que consigo entender o sentimento que leva alguém a jogar um avião contra o World Trade Center, por exemplo.
É a sensação de estar sendo injustiçado (ou oprimido, roubado, etc) por um inimigo sem face. É quando não se tem como personalizar a revolta contra quem nos causa algum mal.
Veja o caso do Bin Laden e sua organização terrorista: ele planejou e executou a ação de 11/09/2001 – todos, e eu mais que a maioria, estão carecas de saber – que não foi um atentado contra os valores ou o estilo de vida ocidental, mas uma agressão ao governo norte-americano, que mantém bases militares e tropas no Oriente Médio, etc. Não foi contra uma pessoa em especial, mas sim contra o inimigo sem face, os Estados Unidos. Bem diferente da resposta norte-americana, que foi em busca do Osama, um coisa pessoal (mesmo que, como conseqüência prática, tenho matado bem mais gente...).
De novo, não concordo nem apoio nenhum tipo de violência. Mas a revolta contra esse “inimigo sem face”, que não pode nem deve ser personificado, é o que causa esse tipo de reação extremada, e até posso entender o sentimento. Guardadas as devidas proporções, foi o que aconteceu no caso do meu imbróglio com a NET, a empresa de TV a cabo que tenta (ainda não conseguiu) me aplicar um golpe.
Para falar a verdade, até acho que não é a empresa que está fazendo isso, estou sendo vítima de um golpe aplicado por algum terceirizado que trabalha para ela e que fez a troca dos aparelhos e tal. Para quem não sabe, explico (pode ler no texto abaixo a história mais completa): quando fui fazer a troca do sistema analógico para o digital, os dois decoders que eu tinha em casa funcionavam perfeitamente bem e, além disso, eu nunca tinha feito qualquer tipo de adulteração neles para desbloqueá-los (até porque pagava plano máximo). Foram retirados da minha casa pelo técnico em perfeito estado, repito, e dez dias depois a NET me ligou dizendo que ia me multar em R$ 700,00 porque um deles não funcionava e o outro estava adulterado.
Não adiantou ir lá e argumentar que deveria haver um erro e tal, eles insistem que vão me cobrar o valor na mensalidade e que eu devo ir à justiça para discutir o caso. Como estou inocente, é o que vou ter que fazer. Mas o tempo todo em que estive lá, insinuaram que era eu quem estava tentando aplicar um golpe neles. Ressarcimento por danos morais serão solicitados na justiça também. Mas isso não vem ao caso agora.
O importante é que, durante a discussão com a coordenadora do setor na NET, em cada vez que ela insinuava que eu tinha feito a alteração que eu dizia que não tinha feito (e não fiz), eu pensava que a única solução para aliviar minha raiva era “me botar nela” e “dar um pau nela”. Só que, pensava ao mesmo tempo, não era culpa dela, funcionária, o que estava acontecendo, era a estrutura, a máquina, a NET, quem estava tentando me prejudicar, e de nada adiantava agredir um funcionária que não ia adiantar. O inimigo não tinha rosto, era uma engrenagem que estava no processo de me esmagar (ou tentava, a justiça é quem vai dizer).
Foi quando sorri e entendi o Bin Laden.
Até.
sábado, outubro 21, 2006
sexta-feira, outubro 20, 2006
quinta-feira, outubro 19, 2006
quarta-feira, outubro 18, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
Golpe
Estão tentando me aplicar um golpe.
Sou cliente da NET (empresa de TV a cabo) há exatos dez anos. Neste período todo, sempre assinei o pacote de canais mais completo. Não só isso, tenho dois pontos de TV a cabo e sempre paguei pelos dois, religiosamente. Tenho (tinha) até débito em conta, para não correr o risco de esquecer de pagar a minha mensalidade.
Sempre fui contra as pessoas que contratavam alguém para "desbloquear" o sinal e receber todos os canais de pay-per-view. Ou seja, meu relacionamente com esta operadora sempre foi pautado pela boa fé de minha parte. E parecia ser recíproco.
Duas semanas atrás, decidimos trocar o sistema analógico pelo digital, que além disso vinha com o que eles chamam de 'Combo': TV a cabo digital, internet de banda larga e telefone. Novamente, assinei a opção mais completa. Tudo bem, tudo bom.
Cerca de dez dias atrás, passei uma manhã em casa para o técnico vir fazer a troca e instalar o novo sistema. Com isso, recolheu os aparelhos antigos que, por sinal, funcionavam perfeitamente bem. Tudo correu às mil maravilhas. Até propaganda do novo sistema eu vinha fazendo para amigos. Até hoje de manhã.
Atendia eu o consultório quando recebi uma ligação por alguém que se identificava como funcionário da NET e queria falar sobre os meus aparelhos antigos. Não podia falar naquele momento e pedi que ligasse mais tarde. No final da manhã, ligou e me deu a seguinte notícia: análise no laboratório deles havia identificado que os meus dois aparelhos estavam com problemas. Um havia sido adulterado e o outro não funcionava. Por isso, seriam cobrados R$700,00 (setencentos reais!!)a título de ressarcimento. Perdi o bom humor.
Falei que não havia a menor possibilidade de ter acontecido o que ele tinha dito e que não iria pagar nada. Quando retirados da minha casa funcionavam, depois disso não era mais minha responsabilidade. Pediu que eu fosse lá para verificar o ocorrido. Disse que iria, mas que - como profissional liberal que sou - pediria ressarcimento da NET pelo tempo que perdesse indo até lá e verificando a situação.
Fui e, em resumo, ele vão me cobrar setencentos reais por supostas alterações que fiz (por telepatia, talvez) e por não estar funcionando um dos aparelhos (como se eu estivesse pagando parta manter um ponto estragado). Não adiantou nada argumentar e discutir.
O caminho agora é judicial contra eles. Pior é que nem posso cancelar a NET porque, ao trocar o sistema para digital, assinei um contrato de fidelidade que diz que se eu cancelar no período de dezoito meses eu pago uma multa.
De qualquer maneira, PROCON e justiça neles.
E fazer essa história correr pela internet, via e-mail ou outros, e botar a boca no mundo.
Conto com a ajuda de vocês.
Até.
segunda-feira, outubro 16, 2006
O Peso do Mundo
Sabe aqueles dias em que parece que estamos carregando o mundo nas costas?
Pois é, hoje foi assim.
Preocupações?
Que nada. Contratura muscular cervical. Atrapalhou todo o meu dia, hoje. Menos o futebol, evidentemente...
Até.
Pois é, hoje foi assim.
Preocupações?
Que nada. Contratura muscular cervical. Atrapalhou todo o meu dia, hoje. Menos o futebol, evidentemente...
Até.
domingo, outubro 15, 2006
A Sopa 06/13
A intolerância.
A cada dia está mais claro – ao menos para mim – que a intolerância é o caminho para salvar o Brasil, quiçá o mundo. O único caminho possível. Alternativas já foram tentadas, principalmente no Brasil, e todas falharam miseravelmente. Os países que a adotaram têm hoje um condição muito melhor que a nossa.
Sei que não sou o único a pensar assim. Tenho ouvido e lido opiniões concordantes com a minha nos mais variados lugares, e vindas de pessoas completamente diferentes. Desde o empresário Jorge Gerdau Johannpeter (Zero Hora, 11/10/2003) até o General Gilberto Barbosa Figueiredo, presidente do Clube Militar (Folha de São Paulo, 13/10/2006), entre outros, todos concordam que é chegada a hora de tomarmos uma atitude, de pararmos de nos queixar da vida e finalmente sermos responsáveis por nosso destino. Sermos cidadãos. Certo, não falaram exatamente isso, mas – sim – que é necessário que sejamos intolerantes com o desrespeito à lei e aos nossos direitos como cidadãos. Não só isso, que sejamos cobrados dos nossos deveres.
Sim, porque é muito fácil falar mal de políticos, dos governantes, enquanto não olhamos para nossos próprios umbigos (ou colocamos o dedo na consciência, escolham a imagem que preferirem) para o que fazemos no dia-a-dia. Pequenas coisas, muitos dirão, insignificantes até, argumentarão outros, mas afirmo que tudo começa aí.
Como alguém pode falar de corrupção se sonega imposto? Como pode falar de instituições que não funcionam quando desrespeita sistematicamente as leis de trânsito? Joga lixo pela janela do carro? Quando acha que “com jeitinho” tudo se resolve?
Bobagem?
Certamente que não. Como dizem, todo povo tem o governo que merece. O que acontece nos gabinetes de Brasília é uma amplificação do que acontece no dia-a-dia, em todos os lugares, do Oiapoque ao Chuí. Não ver isso (ou não admitir, tanto faz) é cegueira ou má intenção.
O que não exime ninguém de culpa. Uns são culpados por ação (emenda da reeleição, bingos, mensalão, sanguessugas, etc), mas a maioria o é por omissão. O mais embaraçador de tudo é que um crime não é mais grave que o outro. Temos que dar um basta nisso tudo. Acabar com a hipocrisia. Sim, a sociedade brasileira é hipócrita. Só poderemos ter desenvolvimento e justiça social quando superarmos esse traço de caráter. Não é impossível.
Temos que começar por ser intolerantes. Estava pretendendo lançar um manifesto da intolerância. Seria simples, composto de poucos artigos. Algo como:
Artigo 1° - Todas as pessoas são iguais perante a lei.
Artigo 2° - As leis – todas – foram criadas para serem respeitadas.
Artigo 3° - O desrespeito à lei – independente de qual seja, em qual instância e por quem seja – será punido conforme previsto.
Artigo 4° - Não são necessários adendos ao que está escrito acima.
Começando por aí, e realmente punindo que a desrespeitasse, independente se fosse alguém que ultrapassa o sinal vermelho ou o deputado que recebeu dinheiro de caixa 2, ou quem não aplicasse o previsto em lei em educação, e as coisas começariam a mudar. O que torna o Brasil “essa gandaia” que muitos criticam é a impunidade. Isso tem que acabar. Só assim, e com educação, é que o Brasil tem solução.
Quero mudar o mundo?
Não. Quero mudar as pessoas. As pessoas é que vão mudar o mundo.
Até.
A cada dia está mais claro – ao menos para mim – que a intolerância é o caminho para salvar o Brasil, quiçá o mundo. O único caminho possível. Alternativas já foram tentadas, principalmente no Brasil, e todas falharam miseravelmente. Os países que a adotaram têm hoje um condição muito melhor que a nossa.
Sei que não sou o único a pensar assim. Tenho ouvido e lido opiniões concordantes com a minha nos mais variados lugares, e vindas de pessoas completamente diferentes. Desde o empresário Jorge Gerdau Johannpeter (Zero Hora, 11/10/2003) até o General Gilberto Barbosa Figueiredo, presidente do Clube Militar (Folha de São Paulo, 13/10/2006), entre outros, todos concordam que é chegada a hora de tomarmos uma atitude, de pararmos de nos queixar da vida e finalmente sermos responsáveis por nosso destino. Sermos cidadãos. Certo, não falaram exatamente isso, mas – sim – que é necessário que sejamos intolerantes com o desrespeito à lei e aos nossos direitos como cidadãos. Não só isso, que sejamos cobrados dos nossos deveres.
Sim, porque é muito fácil falar mal de políticos, dos governantes, enquanto não olhamos para nossos próprios umbigos (ou colocamos o dedo na consciência, escolham a imagem que preferirem) para o que fazemos no dia-a-dia. Pequenas coisas, muitos dirão, insignificantes até, argumentarão outros, mas afirmo que tudo começa aí.
Como alguém pode falar de corrupção se sonega imposto? Como pode falar de instituições que não funcionam quando desrespeita sistematicamente as leis de trânsito? Joga lixo pela janela do carro? Quando acha que “com jeitinho” tudo se resolve?
Bobagem?
Certamente que não. Como dizem, todo povo tem o governo que merece. O que acontece nos gabinetes de Brasília é uma amplificação do que acontece no dia-a-dia, em todos os lugares, do Oiapoque ao Chuí. Não ver isso (ou não admitir, tanto faz) é cegueira ou má intenção.
O que não exime ninguém de culpa. Uns são culpados por ação (emenda da reeleição, bingos, mensalão, sanguessugas, etc), mas a maioria o é por omissão. O mais embaraçador de tudo é que um crime não é mais grave que o outro. Temos que dar um basta nisso tudo. Acabar com a hipocrisia. Sim, a sociedade brasileira é hipócrita. Só poderemos ter desenvolvimento e justiça social quando superarmos esse traço de caráter. Não é impossível.
Temos que começar por ser intolerantes. Estava pretendendo lançar um manifesto da intolerância. Seria simples, composto de poucos artigos. Algo como:
Artigo 1° - Todas as pessoas são iguais perante a lei.
Artigo 2° - As leis – todas – foram criadas para serem respeitadas.
Artigo 3° - O desrespeito à lei – independente de qual seja, em qual instância e por quem seja – será punido conforme previsto.
Artigo 4° - Não são necessários adendos ao que está escrito acima.
Começando por aí, e realmente punindo que a desrespeitasse, independente se fosse alguém que ultrapassa o sinal vermelho ou o deputado que recebeu dinheiro de caixa 2, ou quem não aplicasse o previsto em lei em educação, e as coisas começariam a mudar. O que torna o Brasil “essa gandaia” que muitos criticam é a impunidade. Isso tem que acabar. Só assim, e com educação, é que o Brasil tem solução.
Quero mudar o mundo?
Não. Quero mudar as pessoas. As pessoas é que vão mudar o mundo.
Até.
sábado, outubro 14, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
quinta-feira, outubro 12, 2006
A Derrota do Preconceito
Uma teoria nada científica. Melhor, um pensamento.
Aparentemente, o atual presidente se encaminha para a reeleição. Achava-se que ganharia já em primeiro turno, o que só não aconteceu pela total incompetência e ausência de qualquer vestígio de honestidade ou ética por parte dos integrantes do PT envolvidos no caso. Que, aliás, justificaria impugnação da candidatura governista. Mas não é disso que quero falar. Não agora.
Antes de qualquer coisa, devo declarar minha total imparcialidade no assunto: em 2002, votei no atual presidente, assim como os meus votos ao longo do tempo foram sempre para a proposta de um “outro mundo possível”, a esperança de ética na política, justiça social. Votei sempre “sem medo de ser feliz” ou “pro dia nascer feliz” como apregoavam slogans de campanha do PT ao longo dos anos. Tudo isso, ideais, projetos, a utopia, enfim, postos na privada por um grupo que achou que os fins justificariam os meios. E desceu aos esgotos para se locupletar com o dinheiro público, que deveria ir para áreas onde é realmente necessário como a educação e a segurança.
Com a anuência ou não do presidente, não importa.
Tenho afirmado em conversas nos diferentes locais onde ando e se está discutindo política e, portanto, os casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, que não faz diferença se o presidente sabia ou não de tudo. Mais, talvez seja pior ele não saber. Eu teria vergonha de admitir desconhecimento tão grande da situação. Sei, contudo, que vergonha na cara, hombridade, são artigos em falta por esses dias. Esse é outro assunto, contudo.
O título dessa crônica fala em derrota do preconceito. Explico, então.
Muita gente não entende como o presidente pode não ter sua popularidade afetada por tantos escândalos, que estouram como bombas bem em seus pés. Nada parece afetar a imagem desse retirante nordestino que foi operário e que chegou a presidente da república. Essa “blindagem” que ele possui se deveria à história dele, de homem do povo. Acho que não é isso. Acho que tudo isso é um tiro saindo pela culatra.
Desde a primeira vez que ele se candidatou a presidente, em 1989, quando não ganhou a eleição por uma manobra de edição do último debate com o ex-presidente Collor de Mello, que já se afirmava dele que era um ignorante, um incompetente, um analfabeto, que confiscaria a poupança, que quebraria o Brasil, que faria uma reforma urbana (e que os sem-teto invadiriam casas e apartamentos nas cidades), que seria o caos.
Essa conversa colou até 2002, quando ele ganhou. Mesmo assim, antes das eleições o dólar chegou a valer R$ 4,00. Depois de tudo o que passou, a idéia geral era de que era um mártir, de quem se falava muita mentira, que era um injustiçado. O “ouvido das ruas”, se é que se pode afirmar existir um, assimilou a mensagem de que o que se dizia dele era sempre mentira, que era uma vítima. Assim, tornou-se imune à quase todos os ataques. Foi o preconceito que se tinha dele que o tornou imune.
Outros fatores existem, claro, mas acho que esse é um deles. E que talvez dê a ele mais quatro anos no poder. É o preconceito que o está reelegendo.
Tenho convicção, contudo, que ele não deveria ser reeleito.
Mas isso é assunto para outro dia.
Aparentemente, o atual presidente se encaminha para a reeleição. Achava-se que ganharia já em primeiro turno, o que só não aconteceu pela total incompetência e ausência de qualquer vestígio de honestidade ou ética por parte dos integrantes do PT envolvidos no caso. Que, aliás, justificaria impugnação da candidatura governista. Mas não é disso que quero falar. Não agora.
Antes de qualquer coisa, devo declarar minha total imparcialidade no assunto: em 2002, votei no atual presidente, assim como os meus votos ao longo do tempo foram sempre para a proposta de um “outro mundo possível”, a esperança de ética na política, justiça social. Votei sempre “sem medo de ser feliz” ou “pro dia nascer feliz” como apregoavam slogans de campanha do PT ao longo dos anos. Tudo isso, ideais, projetos, a utopia, enfim, postos na privada por um grupo que achou que os fins justificariam os meios. E desceu aos esgotos para se locupletar com o dinheiro público, que deveria ir para áreas onde é realmente necessário como a educação e a segurança.
Com a anuência ou não do presidente, não importa.
Tenho afirmado em conversas nos diferentes locais onde ando e se está discutindo política e, portanto, os casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, que não faz diferença se o presidente sabia ou não de tudo. Mais, talvez seja pior ele não saber. Eu teria vergonha de admitir desconhecimento tão grande da situação. Sei, contudo, que vergonha na cara, hombridade, são artigos em falta por esses dias. Esse é outro assunto, contudo.
O título dessa crônica fala em derrota do preconceito. Explico, então.
Muita gente não entende como o presidente pode não ter sua popularidade afetada por tantos escândalos, que estouram como bombas bem em seus pés. Nada parece afetar a imagem desse retirante nordestino que foi operário e que chegou a presidente da república. Essa “blindagem” que ele possui se deveria à história dele, de homem do povo. Acho que não é isso. Acho que tudo isso é um tiro saindo pela culatra.
Desde a primeira vez que ele se candidatou a presidente, em 1989, quando não ganhou a eleição por uma manobra de edição do último debate com o ex-presidente Collor de Mello, que já se afirmava dele que era um ignorante, um incompetente, um analfabeto, que confiscaria a poupança, que quebraria o Brasil, que faria uma reforma urbana (e que os sem-teto invadiriam casas e apartamentos nas cidades), que seria o caos.
Essa conversa colou até 2002, quando ele ganhou. Mesmo assim, antes das eleições o dólar chegou a valer R$ 4,00. Depois de tudo o que passou, a idéia geral era de que era um mártir, de quem se falava muita mentira, que era um injustiçado. O “ouvido das ruas”, se é que se pode afirmar existir um, assimilou a mensagem de que o que se dizia dele era sempre mentira, que era uma vítima. Assim, tornou-se imune à quase todos os ataques. Foi o preconceito que se tinha dele que o tornou imune.
Outros fatores existem, claro, mas acho que esse é um deles. E que talvez dê a ele mais quatro anos no poder. É o preconceito que o está reelegendo.
Tenho convicção, contudo, que ele não deveria ser reeleito.
Mas isso é assunto para outro dia.
quarta-feira, outubro 11, 2006
Dez Anos Atrás
Era uma manhã como as outras.
Eu era residente de pneumologia. Vivia o início da vida de casado com a Jacque, com quem casara há pouco mais de um mês. Aquela manhã começara como todas as outras: vendo os pacientes logo cedo para depois discuti-los no round. A única coisa diferente que reparei foi que em cada lugar do hospital em que entrei, e que tinha música ambiente, estava tocando Legião Urbana. Coincidência, pensei, até que – na hora do almoço, no refeitório – recebi a ligação de uma amiga me dizendo que o Renato Russo morrera.
Lembrei e pensei em várias coisas, naquele e nos dias que se seguiram.
Lembrei de 1990, julho, seis anos antes, quando também uma amiga tinha me telefonado na hora do almoço para me contar que o Cazuza morrera. Como se tivesse sido ontem, recordei a sensação de orfandade pela qual eu havia sido tomado. Quem escreveria a trilha sonora da minha vida, foi a pergunta que me fiz. Um dos que já o faziam desde o meio dos anos oitenta e que continuou até aquele outubro de 1996 foi ele, Renato Russo, e sua Legião Urbana.
E pensei que a importância do grupo para a minha geração, ou ao menos aqueles que viram aqueles anos da mesma forma, era muito mais que musical, que poética: era no papel de porta-voz que ele se saía melhor. Suas canções diziam aquilo que queríamos dizer, aquilo que sentíamos. E por isso foi muito, mas muito importante.
Desde esse dia de outubro de 1996 dez anos se passaram.
Crescemos.
Eu era residente de pneumologia. Vivia o início da vida de casado com a Jacque, com quem casara há pouco mais de um mês. Aquela manhã começara como todas as outras: vendo os pacientes logo cedo para depois discuti-los no round. A única coisa diferente que reparei foi que em cada lugar do hospital em que entrei, e que tinha música ambiente, estava tocando Legião Urbana. Coincidência, pensei, até que – na hora do almoço, no refeitório – recebi a ligação de uma amiga me dizendo que o Renato Russo morrera.
Lembrei e pensei em várias coisas, naquele e nos dias que se seguiram.
Lembrei de 1990, julho, seis anos antes, quando também uma amiga tinha me telefonado na hora do almoço para me contar que o Cazuza morrera. Como se tivesse sido ontem, recordei a sensação de orfandade pela qual eu havia sido tomado. Quem escreveria a trilha sonora da minha vida, foi a pergunta que me fiz. Um dos que já o faziam desde o meio dos anos oitenta e que continuou até aquele outubro de 1996 foi ele, Renato Russo, e sua Legião Urbana.
E pensei que a importância do grupo para a minha geração, ou ao menos aqueles que viram aqueles anos da mesma forma, era muito mais que musical, que poética: era no papel de porta-voz que ele se saía melhor. Suas canções diziam aquilo que queríamos dizer, aquilo que sentíamos. E por isso foi muito, mas muito importante.
Desde esse dia de outubro de 1996 dez anos se passaram.
Crescemos.
Elogio à Intolerância
Minha campanha a favor da intolerância está ganhando adeptos...
Gerdau prega tolerância zero
Para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, os próximos governantes têm de demonstrar austeridade e tolerância zero. Austeridade para reduzir as despesas e administrar os recursos com o objetivo de alcançar saldo positivo para investir em infra-estrutura, e tolerância zero contra tudo.
- Contra a corrupção? - questionou Zero Hora.
- Tolerância zero contra a corrupção, contra aqueles que não param na faixa branca de pedestres e contra aqueles que jogam lixo pela janela do carro.
Jornal Zero Hora, 11/10/2006
Gerdau prega tolerância zero
Para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, os próximos governantes têm de demonstrar austeridade e tolerância zero. Austeridade para reduzir as despesas e administrar os recursos com o objetivo de alcançar saldo positivo para investir em infra-estrutura, e tolerância zero contra tudo.
- Contra a corrupção? - questionou Zero Hora.
- Tolerância zero contra a corrupção, contra aqueles que não param na faixa branca de pedestres e contra aqueles que jogam lixo pela janela do carro.
Jornal Zero Hora, 11/10/2006
terça-feira, outubro 10, 2006
Dez de outubro
Aniversário da Jacque.
Juntos com os presentes que dei, ao invés de um cartão dei a ela uma edição de bolso do livro 'Cem Sonetos de Amor', do Neruda, com a dedicatória:
"Cem maneiras de dizer o que todo mundo sabe. Te Amo."
Não preciso dizer mais sobre o assunto.
Mas vou dizer: TE AMO.
Aniversário, 2005
San Gimignano, Tocana
Juntos com os presentes que dei, ao invés de um cartão dei a ela uma edição de bolso do livro 'Cem Sonetos de Amor', do Neruda, com a dedicatória:
"Cem maneiras de dizer o que todo mundo sabe. Te Amo."
Não preciso dizer mais sobre o assunto.
Mas vou dizer: TE AMO.
Aniversário, 2005
San Gimignano, Tocana
segunda-feira, outubro 09, 2006
O mesmo
Durante a faculdade de medicina, no começo dos anos noventa do século passado, uma das disciplinas que cursávamos era Medicina Social, quando íamos para um posto de atendimento da Universidade localizado numa vila (favela) próxima. A universidade fornecia transporte. Uma Kombi que nos levava até lá. Ela tinha dois horários de “viagem”: ia até o local, voltava, e fazia nova viagem.
Quando perdíamos o primeiro horário, e éramos obrigado a esperar pela próxima viagem da Kombi, e alguém comentava que ia ir na “outra Kombi”, sempre se dizia “não é outra, é a mesma”. Sempre. Repetia-se isso, à exaustão e náusea. Pois é, lembrei disso semana passada.
Vinha eu, sexta à noite, voltando para casa de um compromisso de trabalho, quando liguei o cd-player do carro e – não lembrava – o CD que estava lá e começou a tocar era o da Banda da Sopa, que gravamos em 2004, e que eu tinha deixado ali mas não tinha começado a ouvir, e que não ouvia há um bom tempo. Pelo tempo que estava sem ouvir, provavelmente desde janeiro passado, foi como se ouvisse pela primeira vez.
E me emocionei.
Não só isso, entrei na pilha para tocar de novo – mesmo contra a minha decisão prévia de “abandonar a música” (a pergunta que sempre me faço ‘está querendo tocar, por que não aprende?’ é irrelevante nesse momento…). Em poucos minutos, tive várias idéias, planos e projetos, além de uma constatação que não tem nada a ver com a música.
Continuo o mesmo. E estou recuperando a velha forma.
Está na hora de botar pilhas de novo.
Até.
Quando perdíamos o primeiro horário, e éramos obrigado a esperar pela próxima viagem da Kombi, e alguém comentava que ia ir na “outra Kombi”, sempre se dizia “não é outra, é a mesma”. Sempre. Repetia-se isso, à exaustão e náusea. Pois é, lembrei disso semana passada.
Vinha eu, sexta à noite, voltando para casa de um compromisso de trabalho, quando liguei o cd-player do carro e – não lembrava – o CD que estava lá e começou a tocar era o da Banda da Sopa, que gravamos em 2004, e que eu tinha deixado ali mas não tinha começado a ouvir, e que não ouvia há um bom tempo. Pelo tempo que estava sem ouvir, provavelmente desde janeiro passado, foi como se ouvisse pela primeira vez.
E me emocionei.
Não só isso, entrei na pilha para tocar de novo – mesmo contra a minha decisão prévia de “abandonar a música” (a pergunta que sempre me faço ‘está querendo tocar, por que não aprende?’ é irrelevante nesse momento…). Em poucos minutos, tive várias idéias, planos e projetos, além de uma constatação que não tem nada a ver com a música.
Continuo o mesmo. E estou recuperando a velha forma.
Está na hora de botar pilhas de novo.
Até.
domingo, outubro 08, 2006
A Sopa 06/12
Invejo a Daniela Cicarelli.
Antes tivesse eu que me preocupar com vídeo meu, feito por um amador, em que eu estivesse aproveitando a praia em todas suas potencialidades com uma modelo ou atriz e esse vídeo fosse parar na Internet. Levaria na boa, sem estresse. Para ser sincero, eu até queria ter esse tipo de preocupação. Mas não, sou obrigado a me preocupar com outras coisas.
O limbo, por exemplo.
O limbo tem me angustiado. Até porque ele está aí ameaçado de fechar. Vão acabar com o limbo. Está para ser assinado pelo papa um decreto (?) extinguindo o limbo. Você sabe, aquele lugar para onde vão as crianças que morrem antes de serem batizadas. Ou as pessoas que estão numa situação assim, nem lá nem cá. Nem no céu, nem no inferno. Não muito felizes, mas também não muito tristes. Aquelas que vivem vidas sem sal, que apenas sobrevivem, enquanto aguardam o dia do fim. Os comedidos. Pensando assim, o limbo está cheio de gente. E deve ser por isso que querem acabar com o limbo.
Lotação esgotada.
Sempre me perguntei o que acontece com as pessoas depois que vão para o limbo. Sim, porque o limbo era (ou é) um estágio intermediário, uma transição. Como se define quem sobe ou desce? Quanto tempo dura o estágio no limbo? Quando o limbo fechar, como ficarão aqueles que estão lá? Serão transferidos com que critérios? Ou ficarão presos lá para sempre? Alguém, digamos o São Pedro, vai trancar o portão do limbo por fora e jogar a chave fora?
Isso não angustia vocês? A mim, muito.
Até.
Antes tivesse eu que me preocupar com vídeo meu, feito por um amador, em que eu estivesse aproveitando a praia em todas suas potencialidades com uma modelo ou atriz e esse vídeo fosse parar na Internet. Levaria na boa, sem estresse. Para ser sincero, eu até queria ter esse tipo de preocupação. Mas não, sou obrigado a me preocupar com outras coisas.
O limbo, por exemplo.
O limbo tem me angustiado. Até porque ele está aí ameaçado de fechar. Vão acabar com o limbo. Está para ser assinado pelo papa um decreto (?) extinguindo o limbo. Você sabe, aquele lugar para onde vão as crianças que morrem antes de serem batizadas. Ou as pessoas que estão numa situação assim, nem lá nem cá. Nem no céu, nem no inferno. Não muito felizes, mas também não muito tristes. Aquelas que vivem vidas sem sal, que apenas sobrevivem, enquanto aguardam o dia do fim. Os comedidos. Pensando assim, o limbo está cheio de gente. E deve ser por isso que querem acabar com o limbo.
Lotação esgotada.
Sempre me perguntei o que acontece com as pessoas depois que vão para o limbo. Sim, porque o limbo era (ou é) um estágio intermediário, uma transição. Como se define quem sobe ou desce? Quanto tempo dura o estágio no limbo? Quando o limbo fechar, como ficarão aqueles que estão lá? Serão transferidos com que critérios? Ou ficarão presos lá para sempre? Alguém, digamos o São Pedro, vai trancar o portão do limbo por fora e jogar a chave fora?
Isso não angustia vocês? A mim, muito.
Até.
quinta-feira, outubro 05, 2006
terça-feira, outubro 03, 2006
Qual é, São Paulo?
Não dá para entender o que acontece em São Paulo.
Como é que o Maluf é o deputado mais votado? O Maluf!
E o Genuíno, o Palocci, o João Paulo Cunha? E o Valdemar da Costa Neto???
Não sejamos injustos. Não é só em São Paulo que isso acontece.
O Collor está de volta ao Congresso.
Pelo menos o Severino Cavalcanti ficou de fora.
Memória, Brasil. Por favor, memória!
Até.
Como é que o Maluf é o deputado mais votado? O Maluf!
E o Genuíno, o Palocci, o João Paulo Cunha? E o Valdemar da Costa Neto???
Não sejamos injustos. Não é só em São Paulo que isso acontece.
O Collor está de volta ao Congresso.
Pelo menos o Severino Cavalcanti ficou de fora.
Memória, Brasil. Por favor, memória!
Até.
segunda-feira, outubro 02, 2006
domingo, outubro 01, 2006
A Sopa 06/11
Casamento tem data de validade.
Sério. Verdade mesmo. Aquilo que a “tradição” diz, que é para sempre, que ‘até que a morte nos separe’, é tudo enrolação. Posso dizer, com a experiência de quem já está casado há mais de dez anos (dez anos e um mês), que TODO casamento tem prazo de validade.
Dez anos. É fato, não opinião.
Quem determina isso, revelo a vocês nesse momento, é a indústria de eletrodomésticos. Tudo é feito para que os casamentos durem, no máximo, dez anos. Não era assim, claro. Antes, acreditava-se que os casamentos eram para ser eternos e imortais, assim como as geladeiras e os fogões.
Eu, por outro lado, sou da velha guarda, um cara bem tradicional, do tipo que ainda manda flores, daqueles que até pijama de botões usam vez que outra. Quase um conservador. Tradição e família, essas coisas. Não aceitei esse limite de tempo. Luto contra, até. A Jacque também, afinal nós somos um casal afinado. Lutamos contra, então. Mas a indústria insiste que é tempo de terminarmos o casamento e seguirmos cada um para o seu lado, sem amarras, e começar uma nova vida. Do que falo? Não estão entendendo?
É o seguinte: desde o início do ano, justamente o ano em que completamos dez anos de casados, todos, eu disse TODOS, os eletrodomésticos aqui de casa começaram a se destruir. Primeiro foi o microondas que se imolou (incendiou-se). Depois, a máquina de lavar roupas que estragou e teve que ser trocada. Logo após, então, os aparelhos de som enlouqueceram e não funcionam mais. A mais recente, ocorrida no dia que embarcávamos para Buenos Aires, foi com a geladeira. A Jacque, momentos antes de sairmos para o aeroporto, foi tomar água. Abriu a geladeira e ficou com a porta na mão.
O pior de tudo é que não conseguíamos colocar a porta no lugar. Demorou mais de meia hora, pois havia quebrado um dos suportes que sustentam a porta. Foi difícil, mas conseguimos deixá-la fechada e viajar. Na volta, nova geladeira. O próximo é o fogão, que está pela bola sete…
Imagino que a idéia é que, ao chegar a esse tempo, os dois cônjuges joguem tudo fora e partam para outra.
Eles insistem, mas não vão conseguir nos separar…
Até.
Sério. Verdade mesmo. Aquilo que a “tradição” diz, que é para sempre, que ‘até que a morte nos separe’, é tudo enrolação. Posso dizer, com a experiência de quem já está casado há mais de dez anos (dez anos e um mês), que TODO casamento tem prazo de validade.
Dez anos. É fato, não opinião.
Quem determina isso, revelo a vocês nesse momento, é a indústria de eletrodomésticos. Tudo é feito para que os casamentos durem, no máximo, dez anos. Não era assim, claro. Antes, acreditava-se que os casamentos eram para ser eternos e imortais, assim como as geladeiras e os fogões.
Eu, por outro lado, sou da velha guarda, um cara bem tradicional, do tipo que ainda manda flores, daqueles que até pijama de botões usam vez que outra. Quase um conservador. Tradição e família, essas coisas. Não aceitei esse limite de tempo. Luto contra, até. A Jacque também, afinal nós somos um casal afinado. Lutamos contra, então. Mas a indústria insiste que é tempo de terminarmos o casamento e seguirmos cada um para o seu lado, sem amarras, e começar uma nova vida. Do que falo? Não estão entendendo?
É o seguinte: desde o início do ano, justamente o ano em que completamos dez anos de casados, todos, eu disse TODOS, os eletrodomésticos aqui de casa começaram a se destruir. Primeiro foi o microondas que se imolou (incendiou-se). Depois, a máquina de lavar roupas que estragou e teve que ser trocada. Logo após, então, os aparelhos de som enlouqueceram e não funcionam mais. A mais recente, ocorrida no dia que embarcávamos para Buenos Aires, foi com a geladeira. A Jacque, momentos antes de sairmos para o aeroporto, foi tomar água. Abriu a geladeira e ficou com a porta na mão.
O pior de tudo é que não conseguíamos colocar a porta no lugar. Demorou mais de meia hora, pois havia quebrado um dos suportes que sustentam a porta. Foi difícil, mas conseguimos deixá-la fechada e viajar. Na volta, nova geladeira. O próximo é o fogão, que está pela bola sete…
Imagino que a idéia é que, ao chegar a esse tempo, os dois cônjuges joguem tudo fora e partam para outra.
Eles insistem, mas não vão conseguir nos separar…
Até.
sábado, setembro 30, 2006
sexta-feira, setembro 29, 2006
No domingo
Tirado do blog do Pedro Doria.
Para inglês ver
"Uma vitória convincente no Primeiro Turno poderia dar a Lula um mandato com alguma legitimidade, mas um mandato para quê? O programa publicado pelo PT e seus dois aliados eleitorais inexpressivos é um compêndio de promessas difusas que refletem os instintos à esquerda do partido e sua relutância para se comprometer com qualquer coisa arriscada antes da eleição. Lula parece compreender que algo será cobrado dele num segundo mandato, especialmente se o ambiente econômico internacional estiver menos clemente.
O que está contendo a economia brasileira são impostos e juros altos que são uma conseqüência dos gastos altos e inflexíveis do governo. Alguns políticos, como o ministro do planejamento Paulo Bernardo, dizem que o governo pretende enfrentar o problema após a eleição. Isto quer dizer, entre outras coisas: aumentar a flexibilidade do gasto federal, dos quais 90% são pré-fixads; quebrar a relação entre pensão pública e salário mínimo; e adotar um plano de longo termo para reduzir gastos públicos como percentual do PIB. Lula quer um plano nacional para ‘desenvolvimento sustentável’, o que sugere que ele pode estar disposto a reformas políticas não palatáveis."
É assim que a Economist nos vê.
Para inglês ver
"Uma vitória convincente no Primeiro Turno poderia dar a Lula um mandato com alguma legitimidade, mas um mandato para quê? O programa publicado pelo PT e seus dois aliados eleitorais inexpressivos é um compêndio de promessas difusas que refletem os instintos à esquerda do partido e sua relutância para se comprometer com qualquer coisa arriscada antes da eleição. Lula parece compreender que algo será cobrado dele num segundo mandato, especialmente se o ambiente econômico internacional estiver menos clemente.
O que está contendo a economia brasileira são impostos e juros altos que são uma conseqüência dos gastos altos e inflexíveis do governo. Alguns políticos, como o ministro do planejamento Paulo Bernardo, dizem que o governo pretende enfrentar o problema após a eleição. Isto quer dizer, entre outras coisas: aumentar a flexibilidade do gasto federal, dos quais 90% são pré-fixads; quebrar a relação entre pensão pública e salário mínimo; e adotar um plano de longo termo para reduzir gastos públicos como percentual do PIB. Lula quer um plano nacional para ‘desenvolvimento sustentável’, o que sugere que ele pode estar disposto a reformas políticas não palatáveis."
É assim que a Economist nos vê.
Dificuldades
Técnicas. Estão impedindo maiores escritos e fotos por aqui. Serão resolvidas. Em breve. Quem sabe amanhã.
Até
Até
quarta-feira, setembro 27, 2006
terça-feira, setembro 26, 2006
Oráculo
segunda-feira, setembro 25, 2006
A Sopa 06/10
Buenos Aires.
Conhecida como a mais européia das capitais latino-americanas, a “Paris do sul”, Buenos Aires havia perdido muito do seu encanto durante a grave crise econômica do início da década. A pobreza - fruto de anos de ilusão de uma política econômica que determinava a paridade da moeda argentina (austral, peso) com o dólar americano - havia tomado conta das ruas, e pedintes mendigavam em locais onde antes só se via a alta sociedade portenha.
O Brasil passou por problemas semelhantes, mas a falsa paridade do real com o dólar só durou até ter garantido a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Isso é passado, claro, e águas passadas não movem moinhos. Eu falava de Buenos Aires, e dizia que Buenos Aires havia perdido seu viço, sua aura européia, quando da crise que teve seus momentos mais intensos a partir de dezembro de 2001. Mas tal qual a mítica Fênix, ave que renascia de suas próprias cinzas, Buenos Aires ressucitou.
Ressucitou e vive de novo, com seus cafés cheios, como o lendário Café Tortoni, onde Jorge Luís Borges passava muitas de suas tardes, onde o tango e o jazz são ouvidos todos (ou quase todos) os dias. O Puerto Madero é uma jóia brilhando todas as noites, com seus restaurantes onde é servida a melhor carne do mundo (e isso dito por um gaúcho, o que não é pouco). Buenos Aires voltou a ser uma dama elegante que devemos cortejar com o que temos de melhor, pois pode ser uma amante inesquecível.
Nem tudo são flores, contudo. Ainda há pobreza, ainda vemos crianças e adultos pedindo esmolas nas ruas, mas não há sombra de dúvida de que a cidade está se refazendo, se transformando. Luta para recuperar o seu status e sua aura européia, e parece que está conseguindo. E nós, brasileiros, a invadimos.
É do falo que em breve.
Até.
Conhecida como a mais européia das capitais latino-americanas, a “Paris do sul”, Buenos Aires havia perdido muito do seu encanto durante a grave crise econômica do início da década. A pobreza - fruto de anos de ilusão de uma política econômica que determinava a paridade da moeda argentina (austral, peso) com o dólar americano - havia tomado conta das ruas, e pedintes mendigavam em locais onde antes só se via a alta sociedade portenha.
O Brasil passou por problemas semelhantes, mas a falsa paridade do real com o dólar só durou até ter garantido a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Isso é passado, claro, e águas passadas não movem moinhos. Eu falava de Buenos Aires, e dizia que Buenos Aires havia perdido seu viço, sua aura européia, quando da crise que teve seus momentos mais intensos a partir de dezembro de 2001. Mas tal qual a mítica Fênix, ave que renascia de suas próprias cinzas, Buenos Aires ressucitou.
Ressucitou e vive de novo, com seus cafés cheios, como o lendário Café Tortoni, onde Jorge Luís Borges passava muitas de suas tardes, onde o tango e o jazz são ouvidos todos (ou quase todos) os dias. O Puerto Madero é uma jóia brilhando todas as noites, com seus restaurantes onde é servida a melhor carne do mundo (e isso dito por um gaúcho, o que não é pouco). Buenos Aires voltou a ser uma dama elegante que devemos cortejar com o que temos de melhor, pois pode ser uma amante inesquecível.
Nem tudo são flores, contudo. Ainda há pobreza, ainda vemos crianças e adultos pedindo esmolas nas ruas, mas não há sombra de dúvida de que a cidade está se refazendo, se transformando. Luta para recuperar o seu status e sua aura européia, e parece que está conseguindo. E nós, brasileiros, a invadimos.
É do falo que em breve.
Até.
sexta-feira, setembro 22, 2006
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