Ainda o ano que passou.
O ano começou com a notícia da gravidez da Jacque. Foi logo no dia três, após voltarmos do réveillon passado em São Lourenço do Sul. Foram duas noites em que ela teve fortes dores abdominais que, somadas ao atraso menstrual, nos fez pensar que ela poderia estar grávida, mas que poderia ser ectópica (fora do útero) e que essa era a causa da dor.
Mesmo que racionalmente soubéssemos que era uma hipótese improvável, porque se houvesse gestação, e essa fosse ectópica, não seria avançada a ponto de romper a causar dor e um quadro de abdome agudo, marquei uma ecografia de urgência para o dia três pela manhã, e fomos nós. Lá, explicamos tudo para a médica, que confirmou a improbabilidade da dor ter a ver com isso e disse, assim, sem maiores solenidades: “é gestação, é tópica, está ali o embrião e olhem aqui, esse é o coraçãozinho batendo”. Isso queria dizer que eram seis semanas de gestação. Atônitos e radiantes, assim que recebemos a notícia que mudaria o nosso ano e nossa vida, indelevelmente.
Tudo o que veio depois é conseqüência desse dia, dessa notícia.
A minha antiga teoria de que são as pequenas coisas que mudam a vida, não os ditos momentos apoteóticos, grandiosos, que nada mais são que conseqüências dos primeiros, foi desmentida em agosto de 2008. O nascimento de um filho é – sem qualquer sombra de dúvida – um momento gigantesco que instantaneamente muda a vida da gente.
De repente, tudo parece fazer sentido, da mesma forma que coloca as coisas numa perspectiva diferente: quando comparado com a indescritível felicidade que um filho te traz, nada parece tão importante quanto antes. Relativiza tudo. Ou põe as coisas nos seus devidos lugares.
A partir do nascimento de um filho, começa-se a questionar se vale à pena perder tempo com preocupações menores, mesquinhas, mesmo sabendo desde antes, ou desde sempre, que não, não vale. Um filho pode te dar o impulso que faltava para varrer da vida tudo o que não vale manter próximo. Pergunto-me se todo pai sente o mesmo?
Acho que sim.
A paternidade, que pautou o meu ano, primeira na espera (“a vida é um eterno esperar”) e depois com os fascinantes e belos primeiros meses de vida da Marina, acabou pautando quase tudo do pouco que escrevi esse ano, o que deve mudar para o próximo ano, quando A Sopa e o blog completam oito e cinco anos, respectivamente. Mas não posso responsabilizar apenas a paternidade pelo pouco tempo (e inspiração) que tive em 2008: profissionalmente, o ano foi profícuo, e o próximo promete ser melhor ainda, o que quer dizer ter que fazer mais força para dividir meu tempo entre tudo o que faço (e que nunca fiz com tamanha satisfação quanto agora).
Como essa é a última Sopa desse ano, desejo a todos um maravilhoso 2009, com a realização de todos os desejos possíveis e até alguns impossíveis. Que a vida seja doce com todos nós, e que possamos, aqui e ali, nos reunir para celebrá-la e comemorar tudo de bom que ela nos traz.
E quem sabe em 2009 não volte a ter A Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo, cuja última edição foi no já longínquo ano 2005, em Toronto?
#
Como falei acima, 2008 foi um ano intenso. Maravilhoso, mas intenso, cansativo até; e o próximo promete ser ainda mais. Por isso, essa Sopa vai ficar offline por alguns dias. Estaremos de férias, a Jacque, a Marina e eu, e iremos para o litoral gaúcho, onde pretendo descansar, ler um pouco – terminar o ótimo Satolep do Vitor Ramil, que está na cabeceira e que compromissos outros não tem permitido – e, claro, curtir muito a minha filhinha. Voltamos no começo do ano novo, na próxima sopa.
Até.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
sexta-feira, dezembro 26, 2008
quarta-feira, dezembro 24, 2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
Túnel do Tempo
Em 22 de dezembro de 1988, há exatos vinte anos, Chico Mendes era assassinado.
Sem nenhuma relação com isso, no mesmo dia, em Porto Alegre, sul do hemisfério sul, ocorreu, no Salão de Atos da UFRGS, a minha formatura em Técnico Operador de Computador pela Escola Técnica de Comércio. Éramos jovens, e eu tinha apenas dezesseis anos.
Lembro daquela noite em detalhes, que terminou por volta das seis da manhã na piscina lá em casa, horas antes de eu ir dormir numa aula de cursinho. De todos, os que sobraram foram o Márcio, o Radica e eu.
Ficar velho é ter lembranças vívidas de fatos passados hpa vinte anos...
Até.
Sem nenhuma relação com isso, no mesmo dia, em Porto Alegre, sul do hemisfério sul, ocorreu, no Salão de Atos da UFRGS, a minha formatura em Técnico Operador de Computador pela Escola Técnica de Comércio. Éramos jovens, e eu tinha apenas dezesseis anos.
Lembro daquela noite em detalhes, que terminou por volta das seis da manhã na piscina lá em casa, horas antes de eu ir dormir numa aula de cursinho. De todos, os que sobraram foram o Márcio, o Radica e eu.
Ficar velho é ter lembranças vívidas de fatos passados hpa vinte anos...
Até.
domingo, dezembro 21, 2008
A Sopa 08/21
Domingo de manhã.
Enquanto a tevê mostra a final do campeonato mundial no Japão, paro em frente ao computador pensando no que vou escrever nessa penúltima sopa do ano. É momento da retrospectiva do ano que termina, ao menos sua primeira parte.
Foi um bom ano, sem dúvida.
Mas não é disso que vou falar.
Uma palavra, já citada alguma outra vez aqui nessa sopa dominical ou no blog, define o que representou o ano em geral, para o bem e para o mal. E essa palavra é epiphany (em português epifania, a súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo). Foi, então, um ano em que tive revelações, percebi e entendi coisas que até então não tinha entendido ou não queria entender. De novo, para o bem e para o mal.
Não vou falar hoje da incrível experiência que foi a gestação, o nascimento e os primeiros quatro meses de vida da Marina, o que – certamente foi o principal acontecimento no meu (e da Jacque e da nossa família em geral) ano. E, em sendo o momento mais luminoso, mais incrível de todos, foi um dos desencadeadores das epifanias a que me referi anteriormente.
Em 2008, eu esperei demais de algumas pessoas que não conseguiram corresponder a essas expectativas, mesmo que o “demais” fosse um mínimo, uma palavra, um gesto. Não deveria surpreender, dirão alguns, as pessoas normalmente são assim. Pois é, talvez até tenham razão, e talvez esse seja uma lição que devo tirar de dois mil e oito: será que eu esperei (esperava, espero) demais das pessoas? Ainda acho que não, mas admito rever meus conceitos...
Percebi que ainda tenho dificuldades em lidar com a idéia budista da impermanência. Resisto muito à idéia de que pessoas que quero bem nem sempre vão estar próximas, que elas podem mudar e posso passar a não fazer parte de suas vidas. Gosto de estar perto de quem eu gosto, mas – como diz a moral de uma história que escrevemos, Igor (exemplo já distante no tempo disso) e eu, há mais de vinte anos, “não adianta gostar de quem não gosta da gente”.
No ano que passou, devo dizer, aprendi que não sou importante – conceito abstrato e de difícil quantificação - na vida de muitas pessoas na mesma proporção que elas o são para mim.
Ao mesmo tempo, vivi alguns do momentos mais felizes da minha vida, de tamanha felicidade e paz de espírito que tudo o mais se tornou pequeno e insignificante.
Dois mil e oito não poderia ter sido melhor.
Mas disso eu falo semana que vem.
E ganhou o Manchester United.
Até.
Enquanto a tevê mostra a final do campeonato mundial no Japão, paro em frente ao computador pensando no que vou escrever nessa penúltima sopa do ano. É momento da retrospectiva do ano que termina, ao menos sua primeira parte.
Foi um bom ano, sem dúvida.
Mas não é disso que vou falar.
Uma palavra, já citada alguma outra vez aqui nessa sopa dominical ou no blog, define o que representou o ano em geral, para o bem e para o mal. E essa palavra é epiphany (em português epifania, a súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo). Foi, então, um ano em que tive revelações, percebi e entendi coisas que até então não tinha entendido ou não queria entender. De novo, para o bem e para o mal.
Não vou falar hoje da incrível experiência que foi a gestação, o nascimento e os primeiros quatro meses de vida da Marina, o que – certamente foi o principal acontecimento no meu (e da Jacque e da nossa família em geral) ano. E, em sendo o momento mais luminoso, mais incrível de todos, foi um dos desencadeadores das epifanias a que me referi anteriormente.
Em 2008, eu esperei demais de algumas pessoas que não conseguiram corresponder a essas expectativas, mesmo que o “demais” fosse um mínimo, uma palavra, um gesto. Não deveria surpreender, dirão alguns, as pessoas normalmente são assim. Pois é, talvez até tenham razão, e talvez esse seja uma lição que devo tirar de dois mil e oito: será que eu esperei (esperava, espero) demais das pessoas? Ainda acho que não, mas admito rever meus conceitos...
Percebi que ainda tenho dificuldades em lidar com a idéia budista da impermanência. Resisto muito à idéia de que pessoas que quero bem nem sempre vão estar próximas, que elas podem mudar e posso passar a não fazer parte de suas vidas. Gosto de estar perto de quem eu gosto, mas – como diz a moral de uma história que escrevemos, Igor (exemplo já distante no tempo disso) e eu, há mais de vinte anos, “não adianta gostar de quem não gosta da gente”.
No ano que passou, devo dizer, aprendi que não sou importante – conceito abstrato e de difícil quantificação - na vida de muitas pessoas na mesma proporção que elas o são para mim.
Ao mesmo tempo, vivi alguns do momentos mais felizes da minha vida, de tamanha felicidade e paz de espírito que tudo o mais se tornou pequeno e insignificante.
Dois mil e oito não poderia ter sido melhor.
Mas disso eu falo semana que vem.
E ganhou o Manchester United.
Até.
sábado, dezembro 20, 2008
sexta-feira, dezembro 19, 2008
Song Around the World "Stand By Me"
Renowned musicians all over the world combined their talents to create this song. From the award-winning documentary, "Playing For Change: Peace Through Music", a cover of the Ben E. King classic by musicians around the world.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
A Inevitável Passagem do Tempo
Entrei no consultório no final da tarde e a Luciana - colega de consultório que foi colega de faculdade - lembrou que estamos completando hoje 14 anos (!) de formados.
Foi uma noite ventosa de dezembro de 1994, poucos dias depois da morte do Tom Jobim.
Parece que foi ontem.
Assim como parece que foi ontem que nos formamos, Márcio, Radi e eu, técnicos operadores de computador, na longínqua noite de 22 de dezembro de 1988, há vinte anos.
O tempo passa, o tempo passa.
E fico cada vez gordo e careca...
Até.
Foi uma noite ventosa de dezembro de 1994, poucos dias depois da morte do Tom Jobim.
Parece que foi ontem.
Assim como parece que foi ontem que nos formamos, Márcio, Radi e eu, técnicos operadores de computador, na longínqua noite de 22 de dezembro de 1988, há vinte anos.
O tempo passa, o tempo passa.
E fico cada vez gordo e careca...
Até.
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Manutençao
Precisooquantoantescomprarumtecladonovoporque
odessecomputadornaoestáfuncionandodireito.
Atecladeespaçonaofunciona,assimcomo
aletraquevemdepoisdoefe,
aquevemdepoisdessa,otil,
ateclaparacima.
Umsaco.
Compronodiadepoisdessedia...
Até.
odessecomputadornaoestáfuncionandodireito.
Atecladeespaçonaofunciona,assimcomo
aletraquevemdepoisdoefe,
aquevemdepoisdessa,otil,
ateclaparacima.
Umsaco.
Compronodiadepoisdessedia...
Até.
domingo, dezembro 14, 2008
A Sopa 08/20
Aproxima-se o final do ano.
Como sempre, a tentação de fazer retrospectivas do que passou pipoca por todos os lugares, por todas as gentes. Listas dos melhores e dos piores do ano surgem em revistas, jornais, sites da internet. Estamos quase fechando para balanço, nos preparando para começar do zero no próximo dia primeiro. Antes de iniciarem-se os feriados, contudo, a vida segue, mesmo que queiramos apenas pesar os prós e contras de 2008.
Aqui na província de São Pedro, no sul do mundo, um dos assuntos que tem tomado espaço nas notícias é sobre a morte do vice-presidente do conselho de medicina do Rio Grande do Sul assassinado por uma dupla que estava numa moto, com cinco tiros, quando saia de um restaurante aqui perto de casa. Vice-Presidente que havia sido presidente por muito tempo e que foi um dos pivôs de acaloradas discussões eleitorais no último ano. Como presidente, comprou brigas com outros médicos, governos municipais, estaduais e até nacionais por conta da defesa dos médicos.
Após o ocorrido, iniciou-se a investigação através da devassa de sua vida pública e privada, e sua reputação parece ir-se água abaixo à medida que vasculham sua intimidade. Fala-se muita coisa à boca pequena, descobrem-se vícios e desvios de conduta em sua vida pessoal, e isso se torna público (afinal, os jornais necessitam de manchetes). Uma das linhas de investigação leva ao fato de ser um jogador compulsivo, com grandes dívidas de jogo. Testemunhas relataram que a vítima “se transformava” quando jogava. Isso entre outros “vícios”.
Não sei se ele era ou não viciado em jogos, ou que fazia na sua vida intima, mas sei que ninguém tem nada com isso. A informação se ele era isso ou aquilo, ou não, só diz respeito à sua família. O que ele faz(ia) em sua vida privada não diz respeito a ninguém mais além dele.
Porém...
À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta, diz o ditado popular. O que me assusta nesse caso é ver trazidos à tona fatos que podem manchar a reputação de quem foi – durante muito tempo – a maior autoridade médica do estado. Casos de violações do código de ética médica, infrações profissionais, tudo é julgado pelo órgão de que foi corregedor e presidente. Sem julgamentos de valor, até porque não tenho (acho que ninguém tem) informações para tal, certamente é muito complicada a possibilidade de que quem era o responsável por zelar pelas condutas ético-profissionais dos médicos ter sido um jogador compulsivo e pode ter sido morto por causa de dívidas de jogo (uma das linhas de investigação).
Prato cheio para os advogados.
Até.
Como sempre, a tentação de fazer retrospectivas do que passou pipoca por todos os lugares, por todas as gentes. Listas dos melhores e dos piores do ano surgem em revistas, jornais, sites da internet. Estamos quase fechando para balanço, nos preparando para começar do zero no próximo dia primeiro. Antes de iniciarem-se os feriados, contudo, a vida segue, mesmo que queiramos apenas pesar os prós e contras de 2008.
Aqui na província de São Pedro, no sul do mundo, um dos assuntos que tem tomado espaço nas notícias é sobre a morte do vice-presidente do conselho de medicina do Rio Grande do Sul assassinado por uma dupla que estava numa moto, com cinco tiros, quando saia de um restaurante aqui perto de casa. Vice-Presidente que havia sido presidente por muito tempo e que foi um dos pivôs de acaloradas discussões eleitorais no último ano. Como presidente, comprou brigas com outros médicos, governos municipais, estaduais e até nacionais por conta da defesa dos médicos.
Após o ocorrido, iniciou-se a investigação através da devassa de sua vida pública e privada, e sua reputação parece ir-se água abaixo à medida que vasculham sua intimidade. Fala-se muita coisa à boca pequena, descobrem-se vícios e desvios de conduta em sua vida pessoal, e isso se torna público (afinal, os jornais necessitam de manchetes). Uma das linhas de investigação leva ao fato de ser um jogador compulsivo, com grandes dívidas de jogo. Testemunhas relataram que a vítima “se transformava” quando jogava. Isso entre outros “vícios”.
Não sei se ele era ou não viciado em jogos, ou que fazia na sua vida intima, mas sei que ninguém tem nada com isso. A informação se ele era isso ou aquilo, ou não, só diz respeito à sua família. O que ele faz(ia) em sua vida privada não diz respeito a ninguém mais além dele.
Porém...
À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta, diz o ditado popular. O que me assusta nesse caso é ver trazidos à tona fatos que podem manchar a reputação de quem foi – durante muito tempo – a maior autoridade médica do estado. Casos de violações do código de ética médica, infrações profissionais, tudo é julgado pelo órgão de que foi corregedor e presidente. Sem julgamentos de valor, até porque não tenho (acho que ninguém tem) informações para tal, certamente é muito complicada a possibilidade de que quem era o responsável por zelar pelas condutas ético-profissionais dos médicos ter sido um jogador compulsivo e pode ter sido morto por causa de dívidas de jogo (uma das linhas de investigação).
Prato cheio para os advogados.
Até.
sábado, dezembro 13, 2008
Sábado (e o Dia do Marinheiro)
quarta-feira, dezembro 10, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
Uma terça-feira normal
Saída de casa: 8h
Retorno: 21h
Casa - Consultório = 9,2km
Consultório – Casa = 5,2km
Casa - Restaurante = 0,3km
Restaurante – Casa = 1,6km
Casa – Escola Marina = 8,7km
Escola Marina – PUC = 10km
PUC – Santa Casa = 6,6km
Santa Casa – PUC = 8,6km
PUC – Escola Marina = 12,9km
Escola Marina – PUC = 10km
PUC – Casa = 5,7km
Casa – AMRIGS = 6,1km
AMRIGS – casa = 6,8km
Total do Dia = 91,7km
(e a vida não podia ser melhor...)
Até.
Retorno: 21h
Casa - Consultório = 9,2km
Consultório – Casa = 5,2km
Casa - Restaurante = 0,3km
Restaurante – Casa = 1,6km
Casa – Escola Marina = 8,7km
Escola Marina – PUC = 10km
PUC – Santa Casa = 6,6km
Santa Casa – PUC = 8,6km
PUC – Escola Marina = 12,9km
Escola Marina – PUC = 10km
PUC – Casa = 5,7km
Casa – AMRIGS = 6,1km
AMRIGS – casa = 6,8km
Total do Dia = 91,7km
(e a vida não podia ser melhor...)
Até.
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Vinte e oito anos
domingo, dezembro 07, 2008
A Sopa 08/19
Somos dois irmãos.
Eu nasci três anos antes, mas de uns anos para cá, o Neni é o meu irmão mais velho. Excluindo-se esse fato, posso dizer que sempre tive a ‘Síndrome do Irmão mais Velho’. E não só com ele.
Uma história.
Lembro de uma vez, muitos anos atrás, em que uma série de mal-entendidos, desencadeados por uma muito querida amiga, levou uma turma a querer “acertar contas conosco”. Aconteceu, claro, num verão na praia.
As noites de verão, principalmente de final de semana, eram passadas em torno do clube local, a associação de amigos da praia, Imbé/RS, especificamente, a SAPI. Quando não entrávamos, ficávamos pela frente. No dia em questão, estávamos como sempre em frente à SAPI quando notamos um movimento diferente. Algo estava para acontecer, e em tese não era bom para nós, até porque estávamos em desvantagem numérica. Estrategicamente, resolvemos recuar. Em outras palavras, voltar para casa.
Detalhe: éramos todos guris, ambas as turmas, e provavelmente eu era o mais velho. Naquele tempo, ainda era seguro andar à noite pelas ruas, e não havia a menor possibilidade de alguém possuir algum tipo de arma. Era coisa de guri, simplesmente.
De qualquer forma, quando perceberam a nossa retirada, decidiram ir atrás de nós. Enquanto todos correram em direção à casa do que morava mais próximo de onde estávamos, eu simplesmente saí do caminho e vi todos passarem correndo. Quando todos já estavam longe, chegou outro dos nossos e disse: “Teu irmão está lá no meio”. Minha reação foi instantânea.
“Com o meu irmão ninguém mexe”, disse e corri na direção em que todos tinham ido. Quando me aproximava da casa “segura” onde os nossos tinham buscado refúgio, a outra turma vinha voltando e me encontraram sozinho.
Fui cercado.
O “líder” deles e eu ficamos frente a frente, naquele ‘o que está acontecendo?’, ‘qual é o problema?’. Todos ao meu redor, me encarando, apesar de nada indicar que fosse muito além de uma conversa de frases sem sujeito… Nisso, chegou reforço. O dono da casa onde os guris tinham buscado refúgio, pai de um de nós, encostou o carro e desceu já perguntando o que estava havendo. Nada estava acontecendo, todos disseram, e foram dispersando. Voltamos para casa. Acabáramos de viver um episódio que viraria lenda na nossa turma, e sabíamos disso.
Essa foi uma das muitas histórias que temos daquele tempo. Outra, em que cavamos uma cova e enterramos o Vítor para que ele levantasse, como na ‘Volta dos Mortos Vivos’ e assustasse alguns dos guris, eu conto outro dia.
Pois é, acabei nem falando sobre a ‘Síndrome do Irmão Mais Velho’, que nada tem a ver com ser o irmão de mais idade e nem com ser irmão de sangue.
Vai ser outra sopa, em outro domingo.
(Texto publicado originalmente em dezembro de 2005)
Até.
Eu nasci três anos antes, mas de uns anos para cá, o Neni é o meu irmão mais velho. Excluindo-se esse fato, posso dizer que sempre tive a ‘Síndrome do Irmão mais Velho’. E não só com ele.
Uma história.
Lembro de uma vez, muitos anos atrás, em que uma série de mal-entendidos, desencadeados por uma muito querida amiga, levou uma turma a querer “acertar contas conosco”. Aconteceu, claro, num verão na praia.
As noites de verão, principalmente de final de semana, eram passadas em torno do clube local, a associação de amigos da praia, Imbé/RS, especificamente, a SAPI. Quando não entrávamos, ficávamos pela frente. No dia em questão, estávamos como sempre em frente à SAPI quando notamos um movimento diferente. Algo estava para acontecer, e em tese não era bom para nós, até porque estávamos em desvantagem numérica. Estrategicamente, resolvemos recuar. Em outras palavras, voltar para casa.
Detalhe: éramos todos guris, ambas as turmas, e provavelmente eu era o mais velho. Naquele tempo, ainda era seguro andar à noite pelas ruas, e não havia a menor possibilidade de alguém possuir algum tipo de arma. Era coisa de guri, simplesmente.
De qualquer forma, quando perceberam a nossa retirada, decidiram ir atrás de nós. Enquanto todos correram em direção à casa do que morava mais próximo de onde estávamos, eu simplesmente saí do caminho e vi todos passarem correndo. Quando todos já estavam longe, chegou outro dos nossos e disse: “Teu irmão está lá no meio”. Minha reação foi instantânea.
“Com o meu irmão ninguém mexe”, disse e corri na direção em que todos tinham ido. Quando me aproximava da casa “segura” onde os nossos tinham buscado refúgio, a outra turma vinha voltando e me encontraram sozinho.
Fui cercado.
O “líder” deles e eu ficamos frente a frente, naquele ‘o que está acontecendo?’, ‘qual é o problema?’. Todos ao meu redor, me encarando, apesar de nada indicar que fosse muito além de uma conversa de frases sem sujeito… Nisso, chegou reforço. O dono da casa onde os guris tinham buscado refúgio, pai de um de nós, encostou o carro e desceu já perguntando o que estava havendo. Nada estava acontecendo, todos disseram, e foram dispersando. Voltamos para casa. Acabáramos de viver um episódio que viraria lenda na nossa turma, e sabíamos disso.
Essa foi uma das muitas histórias que temos daquele tempo. Outra, em que cavamos uma cova e enterramos o Vítor para que ele levantasse, como na ‘Volta dos Mortos Vivos’ e assustasse alguns dos guris, eu conto outro dia.
Pois é, acabei nem falando sobre a ‘Síndrome do Irmão Mais Velho’, que nada tem a ver com ser o irmão de mais idade e nem com ser irmão de sangue.
Vai ser outra sopa, em outro domingo.
(Texto publicado originalmente em dezembro de 2005)
Até.
sábado, dezembro 06, 2008
quinta-feira, dezembro 04, 2008
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Brinquedo
Pode ser uma coisa antiga, mas devo dizer que não consigo parar de brincar no Google Maps com a opção de visitar as cidades como se estivesse andando na rua (acho que essa característica se chamava, ou chama, Google Street).
É fascinante.
Paris, e uma parte da França, incluindo Nice e Marseille, está quase toda mapeada dessa forma, e os Estados Unidos também. O Brasil, ainda não.
É uma brincadeira que te toma horas, se não prestares bem atenção no tempo.
Aqui o link.
Até mais, que agora vou ver o Inter jogar a final da Copa Sulamericana.
Tomara que ganhe.
Até.
É fascinante.
Paris, e uma parte da França, incluindo Nice e Marseille, está quase toda mapeada dessa forma, e os Estados Unidos também. O Brasil, ainda não.
É uma brincadeira que te toma horas, se não prestares bem atenção no tempo.
Aqui o link.
Até mais, que agora vou ver o Inter jogar a final da Copa Sulamericana.
Tomara que ganhe.
Até.
terça-feira, dezembro 02, 2008
Esperando a quarta-feira
Este miércoles se disputará la finalísima de la 7ma Copa Nissan Sudamericana, por primera vez en suelo brasileño, en Porto Alegre, para ser más preciso. Internacional, que será el anfitrión, buscará materializar la gran campaña que ha logrado a lo largo del torneo. En frente estará Estudiantes de La Plata, otrora tricampeón de América que quiere volver al plano internacional tras mucho tiempo ausente. La última palabra la escribirán en la cancha.
Internacional quiere confirmar su gran momento
Con su victoria por 1-0 en el partido de ida contra Estudiantes, Inter quedó muy cerca de ser el primer brasileño que levanta la Sudamericana y convertirse en el segundo de la región que suma a sus vitrinas los títulos de la Copa Libertadores y del Mundial de Clubes.
Con un penal cobrado por el goleador solitario del torneo, el centrocampista Alex, el equipo 'colorado' se impuso en su vista a La Plata y se llevó un preciado botín que lo tiene al borde de un nuevo título internacional. Esto dejaría al conjunto de Porto Alegre como el campeón más 'internacional' de Brasil, pues sólo el Boca Juniors argentino tiene en su historial el título de la Libertadores, del Mundial de Clubes y Copa la Sudamericana, que ganó en 2004 y 2005 tras vencer a Bolívar y a Pumas de la UNAM, respectivamente.
Fonte: Conmebol
Ansioso.
Até.
Internacional quiere confirmar su gran momento
Con su victoria por 1-0 en el partido de ida contra Estudiantes, Inter quedó muy cerca de ser el primer brasileño que levanta la Sudamericana y convertirse en el segundo de la región que suma a sus vitrinas los títulos de la Copa Libertadores y del Mundial de Clubes.
Con un penal cobrado por el goleador solitario del torneo, el centrocampista Alex, el equipo 'colorado' se impuso en su vista a La Plata y se llevó un preciado botín que lo tiene al borde de un nuevo título internacional. Esto dejaría al conjunto de Porto Alegre como el campeón más 'internacional' de Brasil, pues sólo el Boca Juniors argentino tiene en su historial el título de la Libertadores, del Mundial de Clubes y Copa la Sudamericana, que ganó en 2004 y 2005 tras vencer a Bolívar y a Pumas de la UNAM, respectivamente.
Fonte: Conmebol
Ansioso.
Até.
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