domingo, março 01, 2009

A Sopa 08/30

Primeiro de março, dois mil e nove.

Hoje cedo acordei preocupado, sem saber o que escrever, sem saber como preparar a sopa de todos os domingos. Nesse, em especial, estava “sem inspiração” e sem vontade de colocar um texto antigo, recurso eventualmente utilizado para casos de falta de tempo para escrever.

Resolvi deixar o dia correr e ver onde me levaria, que estória se apresentaria, que estória se imporia perante os fatos rotineiros de um domingo qualquer. Havia a chance de tirar alguma história a partir do jogo da tarde, decisão do primeiro turno do Campeonato Gaúcho, GRENAL, para o qual eu havia ganhado um ingresso e iria sozinho. Certamente o GRENAL renderia alguma boa história, e eu teria a sopa desse primeiro domingo do terceiro mês do ano.

Mas esqueci que, para “captarmos” a história que está ali, suspensa no ar, esperando para ser escrita, temos que estar “abertos”, sensíveis. E acho que não tenho estado assim, o que explica a escassez de textos originais. De qualquer forma, fui em diante.

Após passar a manhã em casa, fomos, a Marina, a Jacque e eu, almoçar com os meus pais no Veleiros do Sul, clube do qual sou sócio há mais de vinte anos. Quando chegamos, meus pais já estavam lá, em uma mesa na varanda do restaurante, nos esperando. Após as festivas saudações e o tradicional encantamento com a neta, sentamos para conversar antes do almoço. A Marina, centro das atenções, resolveu jogar seu bico no chão. E lá fui eu ao banheiro lavá-lo...

Quando volto, a estória da semana se apresenta para mim.

Quem está conversando com a Jacque, os meus pais e a Marina?

O Papai Noel.

Sério.

Ele mesmo, em trajes civis, jeans e camiseta. Ao invés de estar na Lapônia, onde todos imaginam que ele viva fora do Natal, ele estava em Porto Alegre, no Veleiros do Sul, numa mesa com várias senhoras (nenhuma parecia a Mamãe Noel). E não pensem que estou insinuando algo a respeito do seu caráter, porque não estou.

Quando cheguei à mesa, ele contava que esteve acertado para trabalhar (como Papai Noel, óbvio) na FAO Schwarz, famosa loja de brinquedos na Quinta Avenida em Nova York, em frente ao Central Park (e que aparece no filme Big, de 1988, ‘Quero Ser Grande’ no Brasil, em que o Tom Hanks é um menino de doze anos que pede para ser adulto para um máquina de desejos e acorda no dia seguinte e vê que cresceu, é ali que ele trabalha). Esteve acertado mas desistiu, ia morar longe do trabalho e seria uma viagem de cerca de quarenta e cinco minutos para ida e para volta diária. Voltou para casa e agora trabalha num shopping da capital do Rio Grande do Sul.

Só não tiramos foto da Marina com ele porque havíamos esquecido as máquina fotográficas...

Pronto, a estória do domingo havia se escrito ela mesma.

Até.

Nenhum comentário: