domingo, março 08, 2009

A Sopa 08/31

Oito de março, há quatorze anos.

Confesso que nunca fui muito bom em relacionamentos amorosos, em termos de longevidade. Por alguma razão inexplicável (provavelmente minha pouca idade), eles tinham uma duração média menor que seis meses. E, provavelmente por isso, desenvolvi o “princípio do ano” para relacionamentos. Esse princípio diz que um ano de relacionamento é o bastante para o casal saber se é definitivo o não.

Quando digo definitivo quero dizer que o relacionamento vai progredir para estabilidade, e que – em princípio – deve ser “para sempre”. Não que vá durar até que a morte os separe, porque muita coisa acontece, mas a intenção deve ser essa. Em outras palavras, em um ano de relação é possível saber se a pessoa é realmente “a pessoa”. Se for, podem ir adiante, como preferirem. Casar, morar junto, o que for. Seguir para o próximo estágio, em suma. Caso contrário, para que permanecer juntos? Isso não incluiu, obviamente, que quer e não tem condições de casar, por exemplo. A minha teoria, o princípio, se refere a quem pode e não faz.

Nunca entendi aqueles namoros de cinco, ou seis, ou dez anos, sem dar um passo em frente. Até que um dia acaba... E nada. Perda de tempo, a impressão que sempre tive (certamente porque não passei por isso, claro). De qualquer maneira, importante dizer que fiz essa teoria quando não tinha ficado mais de seis meses com a mesma namorada, o que – de certa forma – faz todo o sentido, afinal de contas se eu conseguisse ficar com a mesma pessoa por um ano, ele deveria ser a pessoa certa para mim.

Quatorze anos atrás, em primeiro de janeiro de 1995, recém formado, prestes a iniciar a residência médica em pneumologia, com uma namorada há sete meses, decidimos terminar – porque a relação já não vinha boa - no final do feriado de ano novo. Ia começar a nova etapa da vida sozinho, zerado. No dia dois de janeiro, primeiro dia de trabalho, conheci a Jacque, e achei “muita areia pro meu caminhãozinho”.

Em oito de março, ficamos juntos e começamos a namorar, e minha teoria foi por água abaixo.

Um ano? Que nada!

Dois meses depois de estarmos juntos, já sabíamos que iríamos nos casar, o que aconteceu um ano e meio depois de começarmos. Deu certo.

Hoje, quatorze anos depois, escrevo essa Sopa de domingo na nossa casa, com a nossa filha, Marina, dormindo no carrinho ao meu lado.

Até.

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