domingo, março 29, 2009

A Sopa 08/34

Que o que acontece à minha volta influencia no que escrevo, é óbvio, afinal me sinto também um cronista do cotidiano, além de contador de histórias, como sempre me defini.

Mas isso não quer dizer que eu use esse espaço para mandar recados ou dar indiretas, pois não faço. Até porque, se fizesse, não teria problema nenhum, afinal sou livre para escrever o que quiser, assim como o leitor é livre para não ler mais. Só que não é o caso.

Então não adianta vir dizendo “ah, entendi para quem é o recado”. Não entendeu, até porque não era um recado. Simples assim. Sou do tempo – ou faz parte do meu jeito de ser – em que dizíamos o que deveria ser dito na cara, sem papas na língua. De novo: a motivação até pode ser um evento ocorrido comigo ou com alguém próximo, mas o texto é escrito a partir disso, não por isso, não para resolver a situação.

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Há certa polêmica em Porto Alegre devido a uma entrevista dada pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, em que ele afirma – falando sobre o holocausto – que morreram muito mais católicos que judeus na II Grande Guerra. Em termos puramente numéricos, ele tem razão, até por uma questão de proporções: havia (e há) menos judeus que católicos no mundo.

Mas não é esse o ponto central da questão.

O que se sabe é que – sim – os judeus foram vítimas de uma tentativa sistemática, organizada, de extermínio pelo nazistas, num dos episódios mais obscuros (no sentido de trevas, falta de luz) da história do homem. Ninguém em sã consciência pode negar isso e, mais, não temos o direito de esquecer o ocorrido nos campos de concentração na tentativa de evitar que algo parecido com isso se repita no futuro. Ponto.

Por outro lado (há outro lado a ser olhado, sim) devemos saber que o holocausto judeu ocorrido na segunda guerra não foi o único na história. Povos têm sido exterminados, dizimados, ao longo da história, pelas mais diversas razões. Por sua religião, cor, nacionalidade, por território, por dinheiro. Talvez o holocausto judeu tenha mais publicidade, mas isso não é o importante.

Temos que estar atentos e não aceitar de nenhuma forma que eventos desse tipo ocorram. Não importa onde, com quem ou por qual razão.

Até.

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