terça-feira, janeiro 31, 2012

Depois de cento e cinquenta anos

Final de semana na praia.

Estávamos na orla, minha Mãe e eu, brincando com a Marina de fazer castelos de areia, indo e voltando até o mar para encher de água o baldinho e o regador que eram imediatamente esvaziados no buraco que fazíamos, aquela coisa de praia com criança pequena. Isso até que minha mãe sugeriu que eu poderia dar uma caminhada na beira da praia.

Assim o fiz.

E o que aconteceu foi exatamente como se eu tivesse passado cento e cinquenta anos em coma e voltasse, ou como se eu tivesse ido para uma viagem espacial e tivesse - num enredo de ficção científica - voltado ao mesmo planeta, mas o tempo só não tivesse passado para mim, saca Futurama, a série?  Esse era eu circulando pelas areias do Imbé no domingo.

Não estou dizendo que o tempo não passou para mim. Os seus efeitos estão evidentes para quem me olha e não vê boa parte dos meus cabelos que ficaram pelo caminho. Quero dizer que tive a experiência de passar por um lugar MUITO familiar agora habitado por estranhos.

Não encontrei nenhuma alma conhecida, ao contrário de tempos passados.

Festa estranha, com gente esquisita, mas não no bom sentido.

Culminou naquilo que caracterizei como símbolos do meu passeio: um cidadão com o cabelo descolorido, com um bermudão indo até o joelho, a cueca aparecendo e uma inscrição nela, "Underwear", como se precisasse esclarecer...

E a banda da Brigada Militar, em pleno calçadão, tocando Michel Teló, "Ai se eu te pego".

Certamente eu estava numa dimensão paralela.

Até.


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