Não tenho visto os noticiários na televisão recentemente.
A razão para isso é a cobertura feita pela imprensa do caso da menina de São Paulo, jogada (ou não) pela janela do quarto onde dormia, sexto andar, eu acho. Não importa o que aconteceu, como aconteceu e nem que é o responsável. Importa a dimensão dada ao acontecido.
Não me interpretem mal. Aquilo foi uma tragédia, os responsáveis devem ser encontrados, julgados e, se realmente culpados, punidos. Sou totalmente a favor de responsabilizar as pessoas pelos seus atos, em todos os plano da vida. O que não consigo aceitar esse circo criado em torno do caso.
Sim, circo.
E irrita profundamente ver as pessoas lidando com toda a história como se fosse o novo big brother. Aliás, foi terminar o big brother e as pessoas só falam desse menina. Cada pessoa tem sua teoria sobre o assunto, falam do caso com uma intimidade assustadora. Como se não houvesse coisas tão graves quanto ou até piores ocorrendo todos os dias mas, se ocorre na favela, não é notícia.Como foi com uma família de classe média, plantão de jornalistas no local.
O impulso inicial seria culpar a imprensa pela cobertura sensaionalista, mas é muito simplista, eu sei. Há quem queira - morbidamente - acompanhar tudo, desde os jornais da manhã até o do final da noite. A imprensa, nesse caso, é espelho da vontade popular. E, como todos sabemos, apesar de quase todos não acreditarem, a voz do povo não é a voz de deus.
Entre os episódios mais deprimentes das últimas semanas estão as pessoas que ficam em frente ao dito edifício, que vaiam, aqueles que passam lá "para ver onde fica", e as ditas "celebridades" que ficam dando palpites sobre o assunto. É o ponto mais baixo onde podemos chegar enquanto socidade.
É deprimente.
Até.
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