A Viagem (21)
Les Baux de Provence, situada a 8km de Saint-Remy e a 25km de Avignon, está – junto com Saint-Remy - bem no coração da região dos Alpilles (considerada a “Provence mais autêntica”) e sobre um platô rochoso de 245m. É considerada uma das mais belas cidades da França e sua herança cultural é extremamente rica, possuindo pelo menos vinte e dois locais classificados como monumentos históricos. Com seus apenas 428 habitantes, recebe anualmente mais de um milhão e quinhentos mil visitantes!
A cidade só pode ser visitada a pé, e por isso deixamos o carro estacionado na estrada logo na saída da cidade (parquímetro mais caro da história: na verdade nem sabemos quanto custava, mas o Pedro – que foi quem pagou – não parava de colocar moedas na máquina e, nos parece, que poderíamos ter deixado o carro estacionado lá até hoje, pelo quanto pagamos...) e fomos conhecê-la.
Na Idade Média, a cidade abrigou poderosos senhores feudais que se diziam descendentes do rei-mago Baltasar, mas sua glória encerrou por volta de 1632 quando – por ser uma fortaleza protestante – teve sua destruição ordenada pelo Rei Luís XIII. Imperdível é visitar a “Citadelle des Baux” no ponto mais alto da vila. São as ruínas do castelo, de onde se tem uma visita impressionante da região, além de ruínas do que teria sido o hospital, instrumentos de guerra como catapultas, e outros.
No alto da cidade, avista-se o Val d’Enfer (Vale do Inferno), com suas estranhas rochas e lendas de bruxas e gnomos. Alheios ao passado da cidade, e após completar a visita às ruínas do castelo com muito vento a uma calça rasgada (da Karina) ao tentar subir em uma pedra (diz ela que por minha sugestão, o que não deve corresponder aos fatos como realmente aconteceram...), fomos fazer um lanche, já que não havíamos tido almoço. Paramos em um restaurante com terraço e pedimos, entre outras especiarias locais, croque-monsieur, basicamente a torrada (ou misto-quente) local. Muito bom.
Após o lanche, voltamos ao carro e percorremos rapidamente os 15km que separam Les Baux de Arles, a terceira cidade do dia.
Bem mais populosa que Les Baux, com pouco mais de cinqüenta mil habitantes, Patrimônio Cultural da Humanidade, Arles é – territorialmente – uma das maiores cidades francesas (mais de sete vezes maior que Paris). Foi fundada pelos gregos no século sexto antes de Cristo como o nome de Theline, sendo conquistada pelos romanos em 123 AC, e tornando-se uma importante cidade com a construção de um canal ligando a cidade ao Mediterrâneo em 104 AC. Bem mais modernamente, Van Gogh morou em Arles antes de se internar no Mosteiro de Saint Paul de Mausole, em Saint-Remy, e aqui pintou quadros famosos, como The Night Café, Yellow Room, Starry Night Over the Rhone e L’Arlésienne.
Seu Anfiteatro Romano, palco de touradas e shows, ainda está em uso, e à volta do anfiteatro há lojas de souvenirs que vendem desde chaveiros e camisetas até touros de pelúcia de tocam músicas de touradas. Certamente que compramos um, junto com cartões postais. A partir daí, cada vez que a Jacque (ou outro de nós) apertava a barriga dele, tocava a música que termina com um “Olé”, que todos nós fazíamos juntos levantando os braços como numa “ola”. Fizemos isso num café onde havíamos parado parar curtir o final da tarde e o garçom achou que todos o estavam chamando.
Depois, quando realmente queríamos chamá-lo, ele não vinha...
Final do dia, hora de voltar para o hotel, certo?
Errado, faltava uma visita para encerrar o dia.
Chateauneuf du Pape, para onde fomos.
Até.
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