Estávamos grávidos.
‘Estávamos’, claro, é um pouco forçar a barra. É ela quem está grávida, não o casal. Por mais que querias participar do processo (depois, óbvio, da primeira e vital parte) nunca estarás grávido. Serás parte de um casal em que ela está esperando o filho/filha de vocês.
Se, por ventura, eras alguém ao menos um pouco egocêntrico, e não tinhas abandonado o “pensar primeiro em mim” até agora, mesmo depois de casado, bom, essa é a hora. A partir desse momento, as atenções (se é que algumas vez estiveram) se desviarão de ti e focarão apenas na grávida, o centro de todas as atenções e cuidados. Tu, futuro-papai, serás “aquele que vem junto com a gestante”. E, depois que nascer, serás “o pai do/da”.
Não adianta nem se revoltar com isso, egocêntrico leitor, a vida é assim. Se, por outro lado, estiveres preparado/esperando isso com ansiedade, será uma experiência fascinante. Falo disso outro dia, pois falava que recém descobríramos que “estávamos grávidos”.
A primeira grande decisão a ser tomada como futuros pais é como e quando contar ao mundo que vocês estão esperando. Pode ser tranqüilo ou pode ser um dilema, dependendo, claro, do jeito de cada um de vocês. Eu, por exemplo, quase como um leigo, sempre achei que um teste de urina ou sangue positivo já era motivo para contar ao mundo a boa nova. A Jacque, mais prudente, achava que deveríamos esperar um pouco, até termos certeza de que estava tudo bem. Até porque tínhamos tido uma experiência anterior, quando ela engravidara no meio do ano passado e a gestação não evoluíra além das cinco semanas. Estávamos, nesse momento, escaldados com relação a isso.
Tínhamos, então, nesse momento, feito uma ecografia que mostrara gestação compatível com seis semanas. Ela ligou para a obstetra que apenas deu os parabéns, orientou alguns exames a serem feitos antes da consulta e agendamos a mesma para uns dez dias depois. Que não iríamos contar ao mundo ainda, estávamos certos. Mas e as famílias? Decidimos esperar um pouco para contar. Passamos um primeiro final de semana com meus pais e não falamos nada.
Só fomos contar para as famílias depois da consulta com a obstetra.
E para o resto do mundo?
Calma, ainda era muito cedo.
Até.
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