quarta-feira, janeiro 15, 2025

Zen

Não sou budista.

 

Respeito quem é, claro, assim como respeito os devotos de todas as religiões e também quem não tem religião ou mesmo não acredita em Deus, Deuses, ou seja lá o quê for. Por mim, está tudo certo, cada um na sua, cada um no seu quadrado. É por isso, por acreditar que todas as crenças ou não crenças devam ser respeitadas, é que acho que um dos maiores problemas das religiões é querer ativamente se espalhar, converter os outros. 

 

Talvez se cada um ficasse na sua, vivesse a sua vida da forma que bem entendesse, que considerasse a melhor, e não incomodasse os outros, o mundo seria melhor, bem mais tranquilo. E falo de religião, sexualidade, futebol e política, entre outros temas. Uma forma de viver de forma mais equilibrada é apenas deixar que os outros vivam suas vidas do seu próprio jeito. Não tentar impor tua visão de mundo ao outros. 

 

Mas eu falava que não sou budista. Pois é, não sou.

 

Aquele papo de que a vida é sofrimento, de que o sofrimento vem do desejo e que a única forma de nos libertarmos do sofrimento é com a ausência de desejo não é para mim, infelizmente. Eu tenho desejos. Diversos. E talvez realmente não tenha alcançado a iluminação da ausência dos mesmos, mas nem sei se quero, para ser sincero. Além do mais, eu acho que o sofrimento vem da comparação.

 

Isso, sim, é o que venho tentando fazer: não me comparar com os outros. Porque cada um tem sua própria caminhada, suas próprias situações de vida que, se eventualmente podem parecer com as que vivemos, nunca serão as mesmas. A única comparação válida é quem éramos antes perante quem somos agora. O ‘Marcelo de hoje’ tem que ser melhor que o ‘Marcelo de ontem’. E os critérios que vou usar para essa avaliação são meus, e não importam a ninguém mais. Não posso me julgar baseado nos critérios dos outros. Até porque as pessoas estão preocupadas realmente é com suas próprias vidas, e estão certas.

 

Que cuidemos cada vez mais de nossas vidas e deixemos os outros viverem como bem entenderem.


Até.