Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
segunda-feira, agosto 31, 2009
A Sopa 09/05
Há treze anos era sábado. E chovia.
Horas antes, fui até o local da festa, que deveria estar pronto, só que a equipe que ia colocar o som ainda não tinha aparecido. Se eles não aparecessem, seria uma festa de casamento sem música. Depois da igreja, uma festa à capela, pensei. Azar, não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento. Fui para a casa.
Em casa, hora de fazer a barba. Com todo o cuidado, “na ponta dos dedos”. No final, um deslize e craw! um talho no meu pescoço. Uma falta de prática ou um condicionamento cósmico, afinal o meu sogro havia tido o mesmo problema no seu casamento? Não importava muito naquele momento.
Cinco meses antes, quando fui marcar a data, o padre ficou surpreso quando eu disse que queria casar em agosto. “Ninguém casa em agosto”, ele disse, “dizem que dá azar”. Respondi para ele que dia trinta e um à noite já era praticamente setembro, e – além disso – a festa ia começar em agosto e ir até setembro, o que só podia ser um bom sinal, afinal de contas.
Quando a vi pela primeira vez, dia 02 de janeiro de 1995, pensei que ela era muita areia para o meu caminhãozinho. Que eu teria que fazer muito para merecê-la, para ser digno de estar com ela.
É o que venho tentando desde então.
E muito feliz.
Muito mais feliz há um ano, desde o nascimento da Marina.
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você
Te amo, Jacque.
Até.
sábado, agosto 29, 2009
quinta-feira, agosto 27, 2009
Xuxa e o Twitter
Está acontecendo um imbróglio com a Xuxa com relação ao Twitter.
Algo a ver com um erro de português que sua filha cometeu, e gerou grande polêmica.
Acho que é isso.
Pensei em comentar a situação, MAS É TÃO RIDIDULAMENTE SEM IMPORTÂNCIA, que seria um esforço muito grande, e não vale a pena.
Até.
Algo a ver com um erro de português que sua filha cometeu, e gerou grande polêmica.
Acho que é isso.
Pensei em comentar a situação, MAS É TÃO RIDIDULAMENTE SEM IMPORTÂNCIA, que seria um esforço muito grande, e não vale a pena.
Até.
domingo, agosto 23, 2009
A Sopa 09/04
Sempre gostei muito dos versos “... e a rotina crescia como planta, e engolia metade do caminho...” da música ‘Perdidos no Espaço’, do primeiro disco da Legião Urbana, por dizerem algo – em minha opinião – extremamente verdadeiro. Mais ou menos o mesmo que constatar que, ao fazer o mesmo roteiro todos os dias, deixamos de perceber o que há no caminho a espera do destino final. Pode parecer confuso, mas é simples. Ao fazer as mesmas coisas todos os dias – a rotina – passamos a fazê-las mecanicamente, sem pensar. É o lado “ruim” da rotina. Não é o único, contudo. A rotina, em seu lado positivo, traz consigo uma sensação de segurança, de estabilidade.
Foi o que descobri nos meus primeiros dias no Canadá.
Cheguei a Toronto, para um período que seria de um a três anos, em agosto de 2004. Até que tudo se estabelecesse, local para morar, conta no banco, burocracias para receber a licença médica, o trabalho em si, foram cerca de vinte dias. Os dez primeiros foram os piores justamente pela falta de uma rotina, de saber o que, onde e como fazer.
Tudo saiu bem, posso dizer ao olhar para trás e lembrar como foram aqueles dias, e saber que deixei grandes amigos lá que vão me fazer visitar o Canadá de tempos em tempos é um prova disso. A vida aqui mudou por causa do período que passei lá. E eu mudei, obviamente.
Mas eu dizia que cheguei em Toronto numa cinzenta manhã de agosto de 2004. E era dia vinte. Ali um novo mundo descortinou-se para mim, a partir do que fiz e do que (de quem) me tornei após esse período no norte do mundo. Da mesma forma que foi num vinte de agosto, só que há um ano, que outro mundo abriu-se para mim: o nascimento da Marina, minha filha, fez a vida tornar-se mais doce e deu uma motivação e uma força imensas para tocar a vida e encarar as coisas.
Sabia que iam ser boas ambas as experiências, mas não tinha como medir a extensão de seus efeitos, o que ainda me surpreende.
A passagem dos cinco anos desde que fui para o Canadá quase passou em branco, em meio à correria dos últimos dias, em termos de trabalho e de todo o resto. Mas lembrei em tempo, e pude lembrar mesmo que rapidamente de algumas histórias de bons momentos passados, e a conclusão de que, uma vez mais, a vida é isso, histórias para contar.
Até.
Foi o que descobri nos meus primeiros dias no Canadá.
Cheguei a Toronto, para um período que seria de um a três anos, em agosto de 2004. Até que tudo se estabelecesse, local para morar, conta no banco, burocracias para receber a licença médica, o trabalho em si, foram cerca de vinte dias. Os dez primeiros foram os piores justamente pela falta de uma rotina, de saber o que, onde e como fazer.
Tudo saiu bem, posso dizer ao olhar para trás e lembrar como foram aqueles dias, e saber que deixei grandes amigos lá que vão me fazer visitar o Canadá de tempos em tempos é um prova disso. A vida aqui mudou por causa do período que passei lá. E eu mudei, obviamente.
Mas eu dizia que cheguei em Toronto numa cinzenta manhã de agosto de 2004. E era dia vinte. Ali um novo mundo descortinou-se para mim, a partir do que fiz e do que (de quem) me tornei após esse período no norte do mundo. Da mesma forma que foi num vinte de agosto, só que há um ano, que outro mundo abriu-se para mim: o nascimento da Marina, minha filha, fez a vida tornar-se mais doce e deu uma motivação e uma força imensas para tocar a vida e encarar as coisas.
Sabia que iam ser boas ambas as experiências, mas não tinha como medir a extensão de seus efeitos, o que ainda me surpreende.
A passagem dos cinco anos desde que fui para o Canadá quase passou em branco, em meio à correria dos últimos dias, em termos de trabalho e de todo o resto. Mas lembrei em tempo, e pude lembrar mesmo que rapidamente de algumas histórias de bons momentos passados, e a conclusão de que, uma vez mais, a vida é isso, histórias para contar.
Até.
sábado, agosto 22, 2009
Sábado (e era domingo há 5 anos)
quinta-feira, agosto 20, 2009
quarta-feira, agosto 19, 2009
domingo, agosto 16, 2009
A Sopa 09/03
Cuidado com o que desejas.
O grande problema das afirmações (ditas ou escritas) é que alguém que a ouviu (ou leu) pode colocá-las à prova. Mesmo que as afirmações tenham sido retóricas. Mas quem se expõe deve estar preparado para isso.
De tempos em tempos trago de volta a questão da churrasqueira. A saber, para alguém desavisado: no apartamento onde moro, por ser de um prédio não tão novo, não tem churrasqueira. Sempre digo que lamento, mesmo que nunca fosse fazer churrascos numa hipotética churrasqueira na minha casa, porque o que eu queria era poder fazer. De novo: talvez eu nunca fizesse churrasco, o que eu queria era poder fazer se me desse vontade.
O que aconteceu, então?
Mais de uma pessoa com churrasqueira em casa colocou a sua a minha disposição quando eu quisesse fazer. Fui colocado na parede: já que eu queria tanto ter uma churrasqueira, que eu fizesse churrasco na casa em que me era oferecida esta oportunidade. Ou deixasse de ser chorão (palavras minhas, mas a idéia era essa).
Tentei argumentar que não era a mesma coisa, afinal a idéia era a de “poder ou não”, mas não adiantou: eu teria que fazer um churrasco. Pensam que me dobrei?
Fiz salsichão com pão...
Na próxima eu faço churrasco. Peguei o gostinho...
#
De volta.
Há cerca de um ano e meio, quando as dores e as contraturas cervicais tornaram-se insuportáveis, e após consultar com o meu neurocirurgião e um especialista em dor, fiz o que tinha que fazer para tentar melhorar: larguei o futebol, que jogava religiosamente às segundas-feiras e eventualmente às quintas. Foi ruim, afinal – além de atividade física - era uma diversão e fazia parte de uma turma legal. Mas para melhorar era necessária uma atitude radical a esse ponto.
Depois de algum tempo, já sem dores, achei que deveria esperar mais para poder me preparar para voltar adequadamente. E então chegou agosto de 2008, a Marina nasceu e o centro do mundo passou a estar dentro de casa, e todo tempo disponível eu queria passar perto dela. Aliás, é assim até hoje. Mas um pai sedentário pode não ser um pai (saudável) por muito tempo. Foi quando decidi procurar um cardiologista.
Antes de voltar às atividades físicas, como qualquer um que não é mais guri, fui fazer uma avaliação cardiológica. Não só por isso, afinal depois que a Marina nasceu descobri o medo de deixá-la órfã. Consultei, fiz exames médicos incluindo um teste ergométrico, e fui liberado para voltar a me exercitar. Isso ainda no verão, em fevereiro.
Estabeleci uma rotina de exercício, basicamente caminhadas no início que foram seguidas de corridas, tudo calmo, sem pressa, com cuidados. Só do futebol que eu seguia afastado. Havia sido aconselhado tanto pelo neurocirurgião quanto pelo cardiologista a procurar outro esporte. Sem falar que, cada vez que eu dizia que ia voltar a jogar, tinha dor na coluna. Totalmente paranóico.
A rotina de exercícios lamentavelmente foi interrompida pelo total falta de tempo, entre trabalho, concurso, viagens, inverno e gripe suína, e já estava conformado em só voltar a jogar num futuro distante. Até que levamos a Marina para consultar com o pediatra dela na quinta-feira passada.
A temperatura estava agradável, o tempo bom, tudo bem com a Marina (que cresce e ganha peso dentro do esperado) e – em meio à conversa – o pediatra (que faz parte da turma do futebol) botou uma pilha para ir jogar o jogo daquela noite. Acabei indo.
Todo apavorado, com medo de voltar a ter contraturas, cheguei no grupo. Saudado como “ressuscitado”, fiquei de canto quando definiram os times, afinal estava ali como “furão”, e imaginava jogar um pouquinho se sobrasse lugar. Estava errado.
Não só joguei desde o início, como fiquei o tempo todo. Como zagueiro, sem me aventurar muito ao ataque (não teria como correr muito). Posso dizer que não comprometi (o que já é muito). E, melhor de tudo, não tive dores na coluna ou contraturas depois, e nem fiquei com dores musculares no dia seguinte.
Só não digo que estou definitivamente de volta porque nos próximos meses a minha presença ainda vai ser esporádica (por questões alheias ao jogo e minha saúde). Valeu.
Estou voltando.
Até.
O grande problema das afirmações (ditas ou escritas) é que alguém que a ouviu (ou leu) pode colocá-las à prova. Mesmo que as afirmações tenham sido retóricas. Mas quem se expõe deve estar preparado para isso.
De tempos em tempos trago de volta a questão da churrasqueira. A saber, para alguém desavisado: no apartamento onde moro, por ser de um prédio não tão novo, não tem churrasqueira. Sempre digo que lamento, mesmo que nunca fosse fazer churrascos numa hipotética churrasqueira na minha casa, porque o que eu queria era poder fazer. De novo: talvez eu nunca fizesse churrasco, o que eu queria era poder fazer se me desse vontade.
O que aconteceu, então?
Mais de uma pessoa com churrasqueira em casa colocou a sua a minha disposição quando eu quisesse fazer. Fui colocado na parede: já que eu queria tanto ter uma churrasqueira, que eu fizesse churrasco na casa em que me era oferecida esta oportunidade. Ou deixasse de ser chorão (palavras minhas, mas a idéia era essa).
Tentei argumentar que não era a mesma coisa, afinal a idéia era a de “poder ou não”, mas não adiantou: eu teria que fazer um churrasco. Pensam que me dobrei?
Fiz salsichão com pão...
Na próxima eu faço churrasco. Peguei o gostinho...
#
De volta.
Há cerca de um ano e meio, quando as dores e as contraturas cervicais tornaram-se insuportáveis, e após consultar com o meu neurocirurgião e um especialista em dor, fiz o que tinha que fazer para tentar melhorar: larguei o futebol, que jogava religiosamente às segundas-feiras e eventualmente às quintas. Foi ruim, afinal – além de atividade física - era uma diversão e fazia parte de uma turma legal. Mas para melhorar era necessária uma atitude radical a esse ponto.
Depois de algum tempo, já sem dores, achei que deveria esperar mais para poder me preparar para voltar adequadamente. E então chegou agosto de 2008, a Marina nasceu e o centro do mundo passou a estar dentro de casa, e todo tempo disponível eu queria passar perto dela. Aliás, é assim até hoje. Mas um pai sedentário pode não ser um pai (saudável) por muito tempo. Foi quando decidi procurar um cardiologista.
Antes de voltar às atividades físicas, como qualquer um que não é mais guri, fui fazer uma avaliação cardiológica. Não só por isso, afinal depois que a Marina nasceu descobri o medo de deixá-la órfã. Consultei, fiz exames médicos incluindo um teste ergométrico, e fui liberado para voltar a me exercitar. Isso ainda no verão, em fevereiro.
Estabeleci uma rotina de exercício, basicamente caminhadas no início que foram seguidas de corridas, tudo calmo, sem pressa, com cuidados. Só do futebol que eu seguia afastado. Havia sido aconselhado tanto pelo neurocirurgião quanto pelo cardiologista a procurar outro esporte. Sem falar que, cada vez que eu dizia que ia voltar a jogar, tinha dor na coluna. Totalmente paranóico.
A rotina de exercícios lamentavelmente foi interrompida pelo total falta de tempo, entre trabalho, concurso, viagens, inverno e gripe suína, e já estava conformado em só voltar a jogar num futuro distante. Até que levamos a Marina para consultar com o pediatra dela na quinta-feira passada.
A temperatura estava agradável, o tempo bom, tudo bem com a Marina (que cresce e ganha peso dentro do esperado) e – em meio à conversa – o pediatra (que faz parte da turma do futebol) botou uma pilha para ir jogar o jogo daquela noite. Acabei indo.
Todo apavorado, com medo de voltar a ter contraturas, cheguei no grupo. Saudado como “ressuscitado”, fiquei de canto quando definiram os times, afinal estava ali como “furão”, e imaginava jogar um pouquinho se sobrasse lugar. Estava errado.
Não só joguei desde o início, como fiquei o tempo todo. Como zagueiro, sem me aventurar muito ao ataque (não teria como correr muito). Posso dizer que não comprometi (o que já é muito). E, melhor de tudo, não tive dores na coluna ou contraturas depois, e nem fiquei com dores musculares no dia seguinte.
Só não digo que estou definitivamente de volta porque nos próximos meses a minha presença ainda vai ser esporádica (por questões alheias ao jogo e minha saúde). Valeu.
Estou voltando.
Até.
sábado, agosto 15, 2009
quinta-feira, agosto 13, 2009
segunda-feira, agosto 10, 2009
Das Definições
"Mas a amizade supõe uma série de direitos e deveres e, se você abdica deles consistentemente, está também abdicando dessa relação de amizade."
Alex Castro
Perfeito.
Mais de Alex Castro aqui.
Alex Castro
Perfeito.
Mais de Alex Castro aqui.
domingo, agosto 09, 2009
A Sopa 09/02
Dia dos pais.
Todos dizem que – ao contrário da mãe, que desde que sabe que está grávida sente-se mãe – o pai só será pai após o nascimento, após ver e sentir o filho que recém nasce. Eu pensava isso, mas me descobri pai bem antes da Marina nascer. E lembro bem o momento em que me senti pai pela primeira vez.
Foi logo antes de eu viajar para Toronto, em maio do ano passado. Não lembro bem a razão, provavelmente indo para o Centro de Porto Alegre, mas andava de ônibus, e estava ouvindo o meu iPod, quando começou a tocar a versão do havaiano Israel Kamakawiwo'ole para Somewhere Over the Rainbow (apenas ele cantando e tocando ukelele). Nessa versão da música, ele faz um mix com What a Wonderful World, do Louis Armstrong. Ali naquele momento, quando ele cantava “I hear babies cry/I watch them grow/They’ll learn much more/than I’ll never know” percebi que eu já era pai.
Eu tinha medo.
O medo, nesse caso específico, era de que alguma coisa acontecesse comigo na viagem e a Marina nunca conhecesse o pai dela. Mas percebi aí que – como se tivéssemos roubado o fogo dos deuses tal como Prometeu e acorrentados ao Monte Cáucaso para que diariamente Éton, o abutre, comesse nosso fígado – estamos condenados a vivermos sob o manto eterno do medo.
Medo de não estar presente, de não conseguir protegê-los, de protegê-los demais, de não sermos dignos de sua admiração, de desapontá-los, de não darmos limites, de reprimi-los em excesso, de não estimularmos seu desenvolvimento, de que sofram, de que fiquem doentes, de que andem em más companhias, e mil outros medos que nem nos passam pela cabeça, mas que – de repente – aparecem.
Não queremos que passem pelas mesmas dificuldades que passamos, que não cometam os mesmos erros que cometemos, que nos ouçam sempre. Mas se não fizerem por eles, como descobrirão? Temos que ensiná-los a andar por si, e mesmo que queiramos que não saiam de perto de nossos olhos, eles têm que descobrir o mundo por conta própria. Como aceitar isso assim, sem angústia?
Ser pai é ter medo, descobri.
Mas não há experiência melhor no mundo.
Feliz Dia dos Pais.
Até.
Todos dizem que – ao contrário da mãe, que desde que sabe que está grávida sente-se mãe – o pai só será pai após o nascimento, após ver e sentir o filho que recém nasce. Eu pensava isso, mas me descobri pai bem antes da Marina nascer. E lembro bem o momento em que me senti pai pela primeira vez.
Foi logo antes de eu viajar para Toronto, em maio do ano passado. Não lembro bem a razão, provavelmente indo para o Centro de Porto Alegre, mas andava de ônibus, e estava ouvindo o meu iPod, quando começou a tocar a versão do havaiano Israel Kamakawiwo'ole para Somewhere Over the Rainbow (apenas ele cantando e tocando ukelele). Nessa versão da música, ele faz um mix com What a Wonderful World, do Louis Armstrong. Ali naquele momento, quando ele cantava “I hear babies cry/I watch them grow/They’ll learn much more/than I’ll never know” percebi que eu já era pai.
Eu tinha medo.
O medo, nesse caso específico, era de que alguma coisa acontecesse comigo na viagem e a Marina nunca conhecesse o pai dela. Mas percebi aí que – como se tivéssemos roubado o fogo dos deuses tal como Prometeu e acorrentados ao Monte Cáucaso para que diariamente Éton, o abutre, comesse nosso fígado – estamos condenados a vivermos sob o manto eterno do medo.
Medo de não estar presente, de não conseguir protegê-los, de protegê-los demais, de não sermos dignos de sua admiração, de desapontá-los, de não darmos limites, de reprimi-los em excesso, de não estimularmos seu desenvolvimento, de que sofram, de que fiquem doentes, de que andem em más companhias, e mil outros medos que nem nos passam pela cabeça, mas que – de repente – aparecem.
Não queremos que passem pelas mesmas dificuldades que passamos, que não cometam os mesmos erros que cometemos, que nos ouçam sempre. Mas se não fizerem por eles, como descobrirão? Temos que ensiná-los a andar por si, e mesmo que queiramos que não saiam de perto de nossos olhos, eles têm que descobrir o mundo por conta própria. Como aceitar isso assim, sem angústia?
Ser pai é ter medo, descobri.
Mas não há experiência melhor no mundo.
Feliz Dia dos Pais.
Até.
sábado, agosto 08, 2009
quinta-feira, agosto 06, 2009
Pandemic (H1N1) 2009 briefing note 6
6 AUGUST 2009 | GENEVA -- WHO is aware of some media reports that have expressed concern about the safety of vaccines for pandemic influenza. The public needs to be reassured that regulatory procedures in place for the licensing of pandemic vaccines, including procedures for expediting regulatory approval, are rigorous and do not compromise safety or quality controls.
Vaccines are among the most important medical interventions for reducing illness and deaths during a pandemic. However, to have the greatest impact, pandemic vaccines need to be available quickly and in large quantities.
During the 1957 and 1968 pandemics, vaccines arrived too late to be used as an effective mitigation tool during the more severe phases of the pandemics. Influenza vaccines had not yet been developed when the 1918 pandemic swept around the world, eventually killing an estimated 50 million people.
In 2007, as part of preparedness for an influenza pandemic, WHO worked together with health officials, regulatory authorities, and vaccine manufacturers to explore a broad range of issues surrounding the regulatory approval of pandemic vaccines. [1]
Ways were sought to shorten the time between the emergence of a pandemic virus and the availability of safe and effective vaccines. Different regulatory pathways were assessed, and precautions needed to ensure quality, safety, and effectiveness were set out in detail.
Fast-track procedures for approval
Regulatory authorities have shown great flexibility in developing procedures for fast-tracking the approval and licensing of pandemic vaccines.
In some cases, pandemic vaccines are not regarded by regulatory authorities as entirely “new” vaccines, as they build on the technology used to produce vaccines for seasonal influenza, established procedures for testing and regulatory control, and an extensive body of safety data.
In such cases, approval procedures are similar to those applied to “strain changes” made each year when seasonal vaccines are modified to match circulating viruses in the Northern and Southern Hemispheres.
Specific regulatory procedures have been devised to expedite the approval of pandemic vaccines. In the USA, for example, fewer data are required when the manufacturer already has a licensed influenza vaccine and intends to use the same manufacturing process for its pandemic vaccine.
In the European Union, the European Medicines Agency uses a rolling review procedure whereby manufacturers can submit sets of data for regulatory review as they become available, without having to wait until all data can be submitted together in a single formal application.
Also in Europe, some manufacturers have conducted advance studies using a so-called “mock-up” vaccine. Mock-up vaccines contain an active ingredient for an influenza virus that has not circulated recently in human populations and thus mimics the novelty of a pandemic virus. Such advance studies can greatly expedite regulatory approval.
Special safety concerns
Influenza vaccines have been used for more than 60 years and have an established record of safety in all age groups. While some serious adverse events have been reported, these have been rare.
Nonetheless, special safety issues will inevitably arise during a pandemic when vaccine is administered on a massive scale. For example, adverse events too rare to show up even in a large clinical trial may become apparent when very large numbers of people receive a pandemic vaccine.
Some adverse events will be coincidental – that is, associated in time with vaccine administration, yet not directly caused by the vaccine. Genuine adverse events directly caused by the vaccine may also occur, but cannot be predicted in advance. Given the safety record of seasonal vaccines, such events are expected to be rare.
Time constraints mean that clinical data at the time when pandemic vaccines are first administered will inevitably be limited. Further testing of safety and effectiveness will need to take place after administration of the vaccine has begun.
For these reasons, WHO advises all countries administering pandemic vaccines to conduct intensive monitoring for safety and efficacy, and many countries have plans in place for doing so. On the positive side, mass vaccination campaigns can generate significant safety data within a few weeks.
International sharing of data from such post-marketing surveillance will be vital in guiding risk-benefit assessments and determining whether changes in vaccination policies are needed. WHO has developed standardized protocols for data collection and reporting in real-time, and will communicate findings to the international community via its web site.
Fonte: WHO
Vaccines are among the most important medical interventions for reducing illness and deaths during a pandemic. However, to have the greatest impact, pandemic vaccines need to be available quickly and in large quantities.
During the 1957 and 1968 pandemics, vaccines arrived too late to be used as an effective mitigation tool during the more severe phases of the pandemics. Influenza vaccines had not yet been developed when the 1918 pandemic swept around the world, eventually killing an estimated 50 million people.
In 2007, as part of preparedness for an influenza pandemic, WHO worked together with health officials, regulatory authorities, and vaccine manufacturers to explore a broad range of issues surrounding the regulatory approval of pandemic vaccines. [1]
Ways were sought to shorten the time between the emergence of a pandemic virus and the availability of safe and effective vaccines. Different regulatory pathways were assessed, and precautions needed to ensure quality, safety, and effectiveness were set out in detail.
Fast-track procedures for approval
Regulatory authorities have shown great flexibility in developing procedures for fast-tracking the approval and licensing of pandemic vaccines.
In some cases, pandemic vaccines are not regarded by regulatory authorities as entirely “new” vaccines, as they build on the technology used to produce vaccines for seasonal influenza, established procedures for testing and regulatory control, and an extensive body of safety data.
In such cases, approval procedures are similar to those applied to “strain changes” made each year when seasonal vaccines are modified to match circulating viruses in the Northern and Southern Hemispheres.
Specific regulatory procedures have been devised to expedite the approval of pandemic vaccines. In the USA, for example, fewer data are required when the manufacturer already has a licensed influenza vaccine and intends to use the same manufacturing process for its pandemic vaccine.
In the European Union, the European Medicines Agency uses a rolling review procedure whereby manufacturers can submit sets of data for regulatory review as they become available, without having to wait until all data can be submitted together in a single formal application.
Also in Europe, some manufacturers have conducted advance studies using a so-called “mock-up” vaccine. Mock-up vaccines contain an active ingredient for an influenza virus that has not circulated recently in human populations and thus mimics the novelty of a pandemic virus. Such advance studies can greatly expedite regulatory approval.
Special safety concerns
Influenza vaccines have been used for more than 60 years and have an established record of safety in all age groups. While some serious adverse events have been reported, these have been rare.
Nonetheless, special safety issues will inevitably arise during a pandemic when vaccine is administered on a massive scale. For example, adverse events too rare to show up even in a large clinical trial may become apparent when very large numbers of people receive a pandemic vaccine.
Some adverse events will be coincidental – that is, associated in time with vaccine administration, yet not directly caused by the vaccine. Genuine adverse events directly caused by the vaccine may also occur, but cannot be predicted in advance. Given the safety record of seasonal vaccines, such events are expected to be rare.
Time constraints mean that clinical data at the time when pandemic vaccines are first administered will inevitably be limited. Further testing of safety and effectiveness will need to take place after administration of the vaccine has begun.
For these reasons, WHO advises all countries administering pandemic vaccines to conduct intensive monitoring for safety and efficacy, and many countries have plans in place for doing so. On the positive side, mass vaccination campaigns can generate significant safety data within a few weeks.
International sharing of data from such post-marketing surveillance will be vital in guiding risk-benefit assessments and determining whether changes in vaccination policies are needed. WHO has developed standardized protocols for data collection and reporting in real-time, and will communicate findings to the international community via its web site.
Fonte: WHO
segunda-feira, agosto 03, 2009
Two Billion People
World Health Officials Say Two Billion People May Contract Swine Flu
By Melinda Smith
Washington
28 July 2009
The World Health Organization predicts the H1N1 Swine Flu virus will infect two billion people, or one out of every three persons, over the next two years. While this flu has already killed 800, the WHO says thousands more could die unless an effective vaccine is developed soon.
his year's pandemic spread around the globe with record-breaking speed. It has taken less than two months for the H1N1 swine flu to spread, while previous pandemics took six months or longer.
Yet Dr. Keiji Fukuda of the World Health Organization warns this global outbreak is still in the early stages. "We have a very large global population, and it is quite clear that we'll continue to see spread of this virus through countries, and then among countries," he said.
Most of the patients have been teenagers, between 12 and 17 years old. But the virus is spreading more deeply into many communities and the WHO says the average age of patients now appears to be getting slightly older.
While young people and pregnant women are still at higher risk for contracting the H1N1 virus, health officials also caution that patients with cardiovascular disease, respiratory illness, diabetes, cancer, and obesity are just as vulnerable.
Some clinical trials of potential vaccines are underway, others will start soon.
The European Medicines Agency says large scale clinical trials will be bypassed in order to get vaccines into the general population as soon as possible.
Health officials in Britain, Greece, France and Sweden have announced they will begin inoculations among the public possibly within weeks.
The WHO's Dr. Fukuda has not criticized that decision, but expressed concern about rushing vaccine production too soon. "There are certain things which cannot be compromised," he explains. "And one of the things which cannot be compromised is the safety of vaccines. There can't be any questions whether the vaccine is safe or not."
Meanwhile, the World Health Organization says countries with widespread infections have switched from reporting individual testing of all patients, to monitoring and reporting trends in the population.
According to the WHO, testing of patients has strained the laboratory capacity of many countries.
Dr. Fukuda believes health officials can still accurately predict the pandemic's size. "We know that the total number of laboratory confirmed cases is really only a subset of the total number of cases," he asserts.
Recently, the international health organization said it would no longer publish global tables reporting the number of new cases for all countries.
FONTE: Voice of America
By Melinda Smith
Washington
28 July 2009
The World Health Organization predicts the H1N1 Swine Flu virus will infect two billion people, or one out of every three persons, over the next two years. While this flu has already killed 800, the WHO says thousands more could die unless an effective vaccine is developed soon.
his year's pandemic spread around the globe with record-breaking speed. It has taken less than two months for the H1N1 swine flu to spread, while previous pandemics took six months or longer.
Yet Dr. Keiji Fukuda of the World Health Organization warns this global outbreak is still in the early stages. "We have a very large global population, and it is quite clear that we'll continue to see spread of this virus through countries, and then among countries," he said.
Most of the patients have been teenagers, between 12 and 17 years old. But the virus is spreading more deeply into many communities and the WHO says the average age of patients now appears to be getting slightly older.
While young people and pregnant women are still at higher risk for contracting the H1N1 virus, health officials also caution that patients with cardiovascular disease, respiratory illness, diabetes, cancer, and obesity are just as vulnerable.
Some clinical trials of potential vaccines are underway, others will start soon.
The European Medicines Agency says large scale clinical trials will be bypassed in order to get vaccines into the general population as soon as possible.
Health officials in Britain, Greece, France and Sweden have announced they will begin inoculations among the public possibly within weeks.
The WHO's Dr. Fukuda has not criticized that decision, but expressed concern about rushing vaccine production too soon. "There are certain things which cannot be compromised," he explains. "And one of the things which cannot be compromised is the safety of vaccines. There can't be any questions whether the vaccine is safe or not."
Meanwhile, the World Health Organization says countries with widespread infections have switched from reporting individual testing of all patients, to monitoring and reporting trends in the population.
According to the WHO, testing of patients has strained the laboratory capacity of many countries.
Dr. Fukuda believes health officials can still accurately predict the pandemic's size. "We know that the total number of laboratory confirmed cases is really only a subset of the total number of cases," he asserts.
Recently, the international health organization said it would no longer publish global tables reporting the number of new cases for all countries.
FONTE: Voice of America
domingo, agosto 02, 2009
A Sopa 09/01
Agosto.
Por razões conhecidas, houve um momento da minha vida em que acreditei que o mês de agosto realmente era um mês “com maus fluidos”: foi numa noite de onze para doze de agosto de mil novecentos e noventa que estive envolvido (fui vítima) de um acidente de trânsito que me fez ficar doze dias em coma numa UTI e vinte e cinco dias ao todo no hospital. Tremenda má sorte, pode-se pensar, mas discordo, o que não vem ao caso no momento. O fato é que por um tempo acreditei que o mês em questão tinha sua parcela de culpa no processo.
Bobagem, da mesma forma que é bobagem acreditar que os anos terminados em número par são melhores que os outros, mas confesso que também já acreditei nisso. Mas isso também não é importante no momento. Quero falar da crença de que agosto – o chamado mês do cachorro louco – é de alguma forma pior do que os outros meses. Pura crendice, óbvio, mas assim são as pessoas, procuram explicações no além para o que não entendem. Somos assim, paciência.
Até que um dia, por circunstâncias alheias à nossa vontade, a Jacque e eu optamos por nos casar em agosto. Acontece que por questão de calendário de férias nossas e de colegas de trabalho, só poderíamos nos casar na primeira semana de setembro ou antes disso. O primeira sábado de setembro era dia sete, feriado nacional, e não era possível casar nessa data (ou a igreja já estava lotada, não lembro).
O fato é que decidimos nos casar no final de semana anterior, no dia 31/08, e quando fui conversar com o padre sobre a data escolhida, ele comentou que ninguém casava em agosto – tinham medo, parece – ao que respondi que trinta e um à noite já era praticamente setembro, não tinha problema. Casamos, num sábado cinzento e de muita chuva na hora da festa. Começava aí a ruir a minha implicância com agosto.
Que acabou completamente no dia vinte desse mês do ano passado, quando às 6h30 da manhã, quarta-feira, nasceu a Marina, minha filha com a Jacque.
O mundo estava completo, e agosto se tornou um dos mais belos meses do ano.
Até.
Por razões conhecidas, houve um momento da minha vida em que acreditei que o mês de agosto realmente era um mês “com maus fluidos”: foi numa noite de onze para doze de agosto de mil novecentos e noventa que estive envolvido (fui vítima) de um acidente de trânsito que me fez ficar doze dias em coma numa UTI e vinte e cinco dias ao todo no hospital. Tremenda má sorte, pode-se pensar, mas discordo, o que não vem ao caso no momento. O fato é que por um tempo acreditei que o mês em questão tinha sua parcela de culpa no processo.
Bobagem, da mesma forma que é bobagem acreditar que os anos terminados em número par são melhores que os outros, mas confesso que também já acreditei nisso. Mas isso também não é importante no momento. Quero falar da crença de que agosto – o chamado mês do cachorro louco – é de alguma forma pior do que os outros meses. Pura crendice, óbvio, mas assim são as pessoas, procuram explicações no além para o que não entendem. Somos assim, paciência.
Até que um dia, por circunstâncias alheias à nossa vontade, a Jacque e eu optamos por nos casar em agosto. Acontece que por questão de calendário de férias nossas e de colegas de trabalho, só poderíamos nos casar na primeira semana de setembro ou antes disso. O primeira sábado de setembro era dia sete, feriado nacional, e não era possível casar nessa data (ou a igreja já estava lotada, não lembro).
O fato é que decidimos nos casar no final de semana anterior, no dia 31/08, e quando fui conversar com o padre sobre a data escolhida, ele comentou que ninguém casava em agosto – tinham medo, parece – ao que respondi que trinta e um à noite já era praticamente setembro, não tinha problema. Casamos, num sábado cinzento e de muita chuva na hora da festa. Começava aí a ruir a minha implicância com agosto.
Que acabou completamente no dia vinte desse mês do ano passado, quando às 6h30 da manhã, quarta-feira, nasceu a Marina, minha filha com a Jacque.
O mundo estava completo, e agosto se tornou um dos mais belos meses do ano.
Até.
sábado, agosto 01, 2009
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