domingo, outubro 30, 2005

A Sopa 05/15

Esse final de semana foi marcante em muitos aspectos, e em diferentes enfoques do mundo. Do meu mundo.

Sexta-feira que passou foi a abertura da Feira do Livro de Porto Alegre, evento que ocorre há cinquenta e um anos sob os jacarandás da Praça da Alfândega, no centro da cidade. Tenho um afeto especial por essa época do ano, da feira, na qual muitos circulam pela praça, parando nas bancas, folheando os livros com desconto, os saldos no balaios, os lançamentos. A cidade passa por lá, e, confesso, ainda sonho com o dia que vou autografar um livro meu na feira. Um dia, quem sabe.

Mas antes ainda de sexta-feira, na terça chuvosa e fria de Toronto, percebi que eu me tornara um canadense: no período de cerca de dez minutos em que percorremos o trecho entre o laboratório onde eu vira um paciente e o hospital, só o que eu fiz foi me queixar do tempo. De como foi bom o verão e como já sinto falta dele. Mesmo que tenha passado o verão me queixando que estava muito quente… Mas essa é a primeira mudança que noto em mim, assim, mais evidente: eu gosto muito mais do verão agora que antes de vir para cá.

Sábado, já avançando no fim-de-semana, houve um evento no colégio em que estuda a Roberta, minha MUITO amada afilhada, em que a turma dela foi premiada pela edição de um jornal. Puxa, minha afilhada, uma jornalista. Esse é (mais) um daqueles eventos que perdi por estar aqui no norte e que lamento muito ter perdido, mas sei que outros ocorrerão no futuro e que não vou perder.

Além disso, sábado houve um almoço de reencontro da minha turma da faculdade. Foi um primeiro reencontro para organizar um maior no ano que vem, ao qual estarei presente, com certeza. Tive, ao saber do evento, uma primeira reação de choque, do tipo “Poxa, mas e eu?”, que se seguiu por uma sensação boa de saber que o pessoal ia se encontrar. Eu não posso estar lá? Tudo bem, faz parte, sem dramas.

E essa sensação boa aumentou muito no mesmo dia à noite, quando recebi uma foto do pessoal no reunido, e – junto de uma descrição do encontro – a afirmação de que eu fiz falta. Da mesma forma que umas semanas atrás recebi um e-mail do Márcio comentando como estavam os ensaios da banda para tocar no aniversário da querida amiga e afilhada Lúcia, que ocorreu justamente nesse sábado que passou, dizendo que eu estava fazendo falta.

E percebi que eu estava feliz por todos, por andarem na praça entre os livros, por se reunirem, por planejarem o futuro, por tocarem, por se divertirem, por festejarem. Porque eu não sentia mais aquele ciúme mesquinho e pequeno por não poder estar lá.

Até porque de certa forma eu estava entre eles.

Eu estou. E sempre estarei.

Até.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que vc estava saudozista quando escreveu esse post. Boa semana lá em Montreal ! Abrçs,

Anônimo disse...

Eu nao gosto nem um pouco de calor, gosto ainda menos depois que peguei aquela onda absurda de 40 graus em Toronto. Urgh.

Mas eu AINDA odeio muito o gelo. A neve nem tanto, mas o gelo...ah...o gelo.

Se voce autografar um livro la, e eu nao puder ir, voce me manda uma copia autografada?!