terça-feira, março 18, 2008

Sobre o envelhecer e churrascos

Comecei ontem com as caminhadas diárias segundo orientação médica. Tenho que ter mais respeito com a minha coluna cervical a partir de agora, que descobri que ela é pelo menos dez anos mais velha que eu. Pois é, eu sei. Ao menos, não tive dor nas duas últimas semanas, quando me senti envelhecendo, por baixo, esses mesmos dez anos que a minha cervical tinha na minha frente.

Por isso mesmo é que tenho pensado com mais insistência que o normal sobre esse assunto que é recorrente em minhas reflexões: o ciclo da vida, o envelhecer.

Durante um tempo, nutri a falsa impressão que poderia - a qualquer momento em que me propusesse a tal tarefa - atingir minha capacidade física máxima. Dizendo de outra forma, que eu ainda não a tinha atingido e que poderia - de novo - assim que quisesse e trabalhasse para tal, atingi-la. Descubro agora que era uma ilusão, que já passei do ápice físico possível.

Os problemas degenrativos da minha coluna cervical - possivelmente conseqüência tardia daquele acidente de que fui vítima há quase dezoito anos - foram também como um choque de realidade: saltar de paraquedas, bungee jump, nem pensar. Não que eu fosse fazer. Mas o fato de não poder fazer é que estraga tudo.

Como com a churrasqueira aqui de casa.

Não tem churrasqueira aqui em casa. Logo, NÃO POSSO fazer churrasco. Se houvesse, é bem provável que não fizesse churrasco. Mas eu PODERIA fazê-los. Isso é o que importa: a possibilidade.

E é de possibilidades que a vida fica cada vez mais escassa a medida que envelhecemos.

Até

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