A Viagem (19)
Avignon, também conhecida pelos seus Papas, é a capital do departamento de Vaucluse, no sul da França. Está situada na margem esquerda do Rhône, a cerca de 580km de Paris e a 143km ao sul de Lyon. Foi fundada pela tribo gaulesa dos Cavares, ou Cavari.
Sua relação com os Papas começa quando o rei Filipe IV da França consegue eleger um papa francês, Clemente V, e convence-o a estabelecer-se na cidade, o que ocorre em 1309. O período dos Papas de Avignon estende-se até 1377. Durante esse tempo, sete papas residiram na cidade. Herança deste período, o Palais des Papes é o monumento mais conhecido de Avignon, junto com a Pont Saint-Bénézet, cujos arcos sobre o Rhône formam a mais típica imagem da cidade.
Chegamos em Avignon preocupados, em primeiro lugar, em encontrar um hotel para podermos ficar duas noites, servindo de base para visitarmos a região. Além disso, também desejávamos ficar o mais próximo possível do centro histórico, num hotel legal e com bom preço. Óbvio que não conseguimos preencher todos os requisitos desejados.
Tentamos alguns hotéis logo na saída dos muros da cidade antiga, sem sucesso. O primeiro, um Ibis, estava lotado. O segundo, um quatro estrelas bem jeitosinho, além do preço ser exorbitante, também estava lotado. Tentamos mais um ou dois, sem sucesso, quando decidimos estacionar o carro e pensar no que fazer. Paramos próximos à Pont Saint-Bénézet (estacionamento gratuito), e acabamos optando por um Kyriad (da mesma rede em que ficáramos em Aix-en-Provence) bem periférico, longe do centro. Com o celular do Paulo, telefonei para o hotel e fiz a reserva para aquela noite e para a seguinte. Pronto, podíamos passear sem preocupações. E, melhor, o hotel era tipo esses hotéis de estrada com estacionamento ao ar livre (não entalaríamos em nenhuma garagem) e gratuito.
Saímos para passear, começando pela ponte, onde tiramos fotos por fora, e abaixo dela. Da ponte original, composta por mais de treze arcos, restam apenas três. Fotos do grupo, dos casais, com o céu azul sem nuvens ao fundo. Um dia perfeito. Para visitar a ponte, há a cobrança de ingresso. Como estava próximo da hora de encerramento das visitas, optamos pela visita ao Palais des Papes antes de mais nada. Pelas ruas estreitas do centro, subimos até a Place des Papes, onde está o Palais e garotos andavam de skate.
A entrada o Palais é paga, e dá direito a um guia desses tipo rádio, em que – à medida que se passa – digita-se o número do local e ele te dá às informações significativas. Decidimos que não precisávamos desse guias, mas os funcionários insistiram que levássemos os aparelhos porque “it is free”. OK, então... Fizemos a visita do Palais, seguindo um roteiro pré-estabelecido que nos leva, quase para encerrar a visita, a um terraço de onde se tem um bela vista do Rhône, da ponte, da praça e de partes do centro.
A tarde ia para o seu final e o sol ainda não havia se posto, então ficamos um pouco sentados no terraço apreciando a vista. Eu, que carregava sempre a minha máquina fotográfica com o tripé, para as fotos oficiais do grupo – tiradas com o controle remoto da máquina – sentei e armei o tripé para algumas fotos. A Karina, ao meu lado, de brincadeira, comentou do meu “tripé”, e algumas piadinhas óbvias nessa linha, o Paulo e eu rimos e entramos na história. Quando levantamos para irmos em direção à saída, um grupo que estivera todo o tempo próximo a nós também estava de saída. Nisso, um senhor de seus cinqüenta e poucos anos, parou ao meu lado e perguntou: “Vocês são gaúchos, certo?”. Sorri e disse que sim, no que ele disse que nos reconhecera pelo sotaque: era de Curitiba.
Após sairmos do Palais, fomos de volta até a ponte para visitá-la justamente ao cair do sol, com o céu tomando todas as tonalidades alaranjadas possíveis, cenário para mais uma série de fotos e vídeo dos casais em separado e do grupo inteiro. Quando terminou o horário de visitação da ponte, voltamos ao centro já pensando na janta. Circulamos por várias ruelas e acabamos jantando em um restaurante na Place Horloge, em frente ao Hotel de Ville.
O que comemos?
Ratatouille, claro.
Após a janta fomos para o hotel para descansar e nos preparar para o longo dia seguinte, quando visitaríamos algumas cidadezinhas próximas, no nosso penúltimo dia de Provence.
Até.
Um comentário:
Oi Marcelo! Lendo os teus comentários da viagem, me sinto viajando novamente. Muito bom relembrar. Aliás, estou impressionada com a tua memória de datas, fotos e locais. Parabéns.
Zeca
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