A Logística
A partir do momento em que decidimos que iríamos viajar juntos para o Uruguai, viagem de família, os seis já referidos anteriormente, começou a organização propriamente dita da viagem. Essa preparação pode ser divertida ou estressante, dependendo do perfil dos viajantes.
Lembrem-se que neste momento eu ainda estava reticente com relação às férias devido ao avanço da (à época) nova variante do coronavírus e à saúde do meu pai. De qualquer forma, foram alguns encontros para pesquisar e discutir os hotéis que reservaríamos previamente. Essa é uma primeira questão a ser conversada, aqui entre nós.
Qual a melhor alternativa, eu pergunto, pensando em logística de viagem. Sair com todo o roteiro pronto, hotéis reservados, passeios programados, jantares reservados, tardes livres para compras, ou chegar no país, no caso, e de certa maneira ir definindo o roteiro à medida que a viagem se desenvolve, com maior liberdade? Não há uma resposta única e nem mais correta, todos sabemos. Depende de cada pessoa e do momento de vida vivido. Pode ser desde a excursão tipo ‘Ônibus Gaúcho na Europa’, com um país por dia e malas na porta do quarto das 8h para sair às 9h, como também pode ser ‘Mochilão na Europa’, transitando de trem e ficando em albergues.
Todo tipo de viagem tem seu valor e seu momento.
Nós, os Perdidos, sempre que viajamos, o fizemos de carro, até porque foi daí que surgiu o nome do grupo. Com relação ao roteiro, inicialmente tínhamos um plano, uma espinha dorsal de roteiro, e os hotéis do ponto de chegada e do último destino reservados. Entre um e outro, íamos de cidade em cidade do passeio escolhendo o hotel quando chegávamos no destino do dia. Era interessante, mas de certa forma arriscado, como quando – lá em 1999 – entramos em Munique às 21h e só conseguimos um hotel que tivesse quartos disponíveis por volta das 23h, em um hotel em que “fomos dormir logo, para acordar logo, para ir embora logo”. Mas fazia parte do risco e das histórias a serem contadas.
Depois disso, quando passamos o ‘Natal na Neve’, em 2000, no Alpes italianos, quando ainda essa coisa de internet era tudo meio mato, escolhemos – pelo Guia Visual da Folha de São Paulo da Itália - um hotel em Brunico, na região do Trentino-Alto Adige, norte da Itália, de nome Andreas Hoffer. Entramos em contato via e-mail, e fizemos a reserva para passar a noite de Natal lá. Depois, já na Itália, em Brunico mesmo, descobrimos que o hotel que havíamos reservado era em realidade em Rasun di Sopra, um pouco mais ao norte, pequeníssima cidade, paisagem mais natalina impossível. Um grande golpe de sorte nos primórdios – ao menos para nós – do turismo organizado online. Mas, fora isso, continuamos com o modelo inicial de organização.
(Hotel Andreas Hoffer, Rasur di Sopra)
Isso só foi mudar em 2014, quando houve a grande viagem para Itália que o Alfredo Rizzolli, meu sogro, proporcionou para a família, esposa, filhas, netos e genro, este que vos escreve. Em nome da praticidade e organização, optamos por sair de Porto Alegre com todos os hotéis reservados, desde o apartamento no Trastevere em Roma, na chegada, até o último hotel na região do aeroporto de Malpensa, em Milão, de onde começamos o retorno ao Brasil. Indiscutivelmente, uma das grandes diversões da preparação da viagem foi a escolha e reserva dos hotéis que fizemos juntos, num feriado aqui em casa.
Desde então, passamos a optar por essa ideia de ter os locais reservados e o roteiro mais ou menos fechado desde a saída, sempre – claro – com a liberdade de pequenas mudanças. O advento do GPS, e depois do Waze, facilitou muito isso, afinal não precisamos mais adaptar o roteiro devido a desvios involuntários de rota.
Quando começamos a organizar a viagem ao Uruguai, assim fizemos, planejando os locais em que gostaríamos de ficar e quanto tempo, e procurando hotéis ou pousadas lá. A condição era que não precisasse pagar antecipadamente e que houvesse política de cancelamento gratuito em caso de algum contratempo.
Assim fizemos.
E a locomoção?
Adiante.
Até.
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