Recebi, no sábado, entre as diversas felicitações pelo meu aniversário, um desejo de que eu tivesse mais tempo livre para mim. Agradeci, e fiquei pensativo.
O que significa ter tempo livre, afinal de contas?
Ao pensar em que alguém deveria ou poderia ou gostaria de ter tempo livre, está-se assumindo que a regra é o seu oposto. O tempo estaria “preso”, ou comprometido, com as obrigações, com os outros, com o mundo, indisponível para si mesmo. A pessoa em questão teria o seu tempo como refém de algo ou alguém, ou seria refém de algo ou alguém que dispusesse de seu tempo. Tempo livre seria uma concessão que nos proporcionariam.
O que é o mais comum por aí, sermos reféns de obrigações diárias relacionadas a trabalho, principalmente, e outras situações da rotina, e pouco ‘tempo livre’, ou disponível para que façamos dele o que bem entendermos, mesmo que seja não fazer nada, apenas ficar deitado olhando o teto enquanto as horas passam. Se for o desejo ficar assim, tudo certo.
Pensei em mim, então.
Não quero ter tempo livre, no sentido de me permitirem, de deixarem que eu disponha de alguma pequena parcela do meu tempo. Quero ser dono do meu tempo, ou seja, ter o poder – até onde possível e razoável – de decidir o que fazer com ele. Definir como vou dispor dele.
O que não quer dizer que eu não quero ter obrigações com o mundo, o que seria uma vontade estéril, sem sentido. Quero, isso sim, e cada vez mais, fazer da vida (do meu tempo, porque são grandezas inseparáveis) aquilo que imaginei, planejei. Nos últimos anos dei passos importantes nessa direção, renunciando a algumas coisas (e pessoas) que não faziam mais sentido, e iniciando outras que eram importantes e que haviam sido deixadas de lado por tempo demais. Cada vez mais, sou eu quem determina onde e como vou.
Com relação ao meu tempo, tenho criado espaços na rotina para atividades que, sim, são importantes e necessárias para mim.
Até.
3 comentários:
Amo ler-te ...és muito frontal
Posso considerar isso um elogio?
estamos lado a lado
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