‘Não desejamos mal a quase ninguém’.
E consideramos justa toda a forma de amor... Sempre gostei desses versos, parte da letra de uma música do Lulu Santos, ‘Toda Forma de Amor’, porque eles são honestos, sinceros, diretos. Uma confissão de humanidade.
Queremos o bem de todos os que nos são caros, de todos por quem temos algum afeto, da mesma forma que não desejamos mal aos outros. Queremos que todos (ou quase, admito), independente de quem sejam, vivam suas vidas da forma que acharem melhor, com quem quer que seja. E que ninguém interfira nisso, que sejam respeitadas as individualidades.
Que cada um fique na sua.
Não é difícil, isso de cada um ser e viver sua vida do jeito que for, do jeito que quiser. Sem (tentar, querer) interferir na vida dos outros, sem tentar impor sua verdade aos outros. Não é difícil, mas ao mesmo tempo é extremamente raro que isso aconteça, que as pessoas consigam aceitar o diferente, o contraditório. Seja em modo de vida, religião, política ou outras dimensões da vida.
Conviver com o contraditório não é simples.
Porque ameaça, ou ao menos questiona, as nossas convicções, as nossas certezas. Estar aberto à possiblidade de estar errado, reconhecer dúvidas, querer ouvir para aprender e não apenas responder, reagir, isso tudo é um grande exercício de humildade, o que – em tempo de redes sociais e verdades absolutas gritadas em todos os lugares – é cada vez mais raro. Egos frágeis não toleram discordâncias.
Assim como egos frágeis se ofendem com pronomes, formas de linguagem e expressões idiomáticas, e tentam impor artificialmente suas agendas e seu vocabulário. É chato, isso.
E entendo que vou acabar sendo cancelado um dia desses.
Até.
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