Espiral Esquizofrênica.
Não é incomum eu dar nomes próprios – “criados” por mim para facilitar a sua descrição para o meu entendimento - para situações ou eventos ou sentimentos que acontecem comigo (não só, claro, mas posso falar de mim) e que descubro, ou percebo, que obviamente já tinham nomes próprios. É o caso da Síndrome do Impostor, que eu chamava de Síndrome do Lutador de Boxe, pois é como me sentia, como se estivesse em um ringue de boxe, encurralado em um corner, me defendendo daquilo que eu descobri depois que era um inimigo imaginário. Era a minha forma de reconhecer a Síndrome do Impostor.
Há muitos anos, percebi em um então amigo próximo o que chamei de Espiral Esquizofrênica, que era uma situação em que ocorria um fato qualquer, que ele interpretava de determinada maneira e que – a partir dessa interpretação, correta ou não, não importava – ele entrava em um ciclo de pensamentos interminável, ficava ‘remoendo’ o acontecimento, e - à medida que o tempo passava – ele ia tomando proporções muito maiores do que realmente tinha.
Fenômeno parecido acontecia comigo eventualmente, até que identifiquei e mapeei a sua estrutura, percebendo que – se eu identificasse o seu início, o evento que o disparava - eu tinha como abortá-lo e não passar as setenta e duas horas seguintes com esses pensamentos me perturbando, ou menos, se eu falasse com alguém sobre eles, um sempre efetivo antídoto. Quase aconteceu algumas vezes nos últimos anos, e eu sempre consegui perceber e não entrar nesse ciclo.
Ontem, sábado contudo, acordei por volta das cinco horas da manhã, suado e com taquicardia, talvez após um sonho relacionado a uma situação que preciso resolver, que me colocou bem dentro do que parecia ser uma espiral esquizofrênica, pois obviamente eu não teria como resolver no final de semana, e que me fez perder o sono e ficar naquele ciclo de não conseguir pensar em outra coisa. Passei quase o dia todo assim, volta e meia lembrando que precisava resolver essa situação, não relaxado, tenso.
Fiquei assim até momento que resolvi (para mim) a tal situação, que é parte de uma série de outras que tenho tomado recentemente. Agora só falta bater o martelo oficialmente, comunicar a resolução a quem de direito (não a que eu gostaria, mas a necessária) e seguir em frente.
E que o próximo final de semana seja mais tranquilo.
Eu seja mais tranquilo.
Até.
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