Em meio a um feriadão aqui no sul do mundo, uma Sopa de cinco anos atrás, quando já faziam seis meses que eu estava morando em Toronto.
Há seis meses, cheguei.
Não estava sozinho. Trazia comigo a culpa de deixar todos a quem amo para trás, mesmo que provisoriamente, para começar uma fase nova na vida profissional e - por que não? - pessoal. Sem falar nas duas enormes malas (literalmente falando) e uma mochila não menos pesada. De tudo, talvez o mais difícil de carregar fosse a culpa, que surgiu mesmo depois de todo tempo de gestão da viagem, e por mais que todos aqueles que ficaram estivessem me apoiando e torcendo por mim. Era inevitável.
Os primeiros dez dias foram os mais complicados, mais difíceis de levar. Contei – desde o início e como sempre – com o total suporte da família, a Jacque, o Pai, a Mãe, o Neni, a Ane, meus sogros. Ao mesmo tempo em que eu passava por esses dias iniciais difíceis, principalmente por estar sozinho e sentir falta de todos, em Porto Alegre a família também tinha problemas com que se preocupar, e não pequenos, mas que acabaram muito bem. Desde o início, contudo, eu sabia que – por mais difícil que fosse – a sensação de estar sozinho e perdido era transitória e uma questão de tempo para tudo se acomodar.
E tem sido assim, tudo vai se acomodando com o passar dos dias. Cada vez mais confortável com a cidade, com a minha casa aqui, com o trabalho. Como não poderia deixar de ser, as referências vão surgindo, as rotinas e os hábitos, novos contatos, outras pessoas com outras culturas. É uma experiência rica, desde o seu início.
Algumas vezes não noto as mudanças que estão acontecendo, a evolução. Então alguém diz uma coisa que aparentemente não tem nada a ver comigo ou com o que estou passando, mas uma luz acende e me dou conta de sensações que eu tinha e nunca havia tornado consciente. E isso torna tudo mais interessante.
Com o tempo, dá para começar a entender melhor o país. As questões que estão na pauta das discussões, as preocupações de todos, as suas relações, como vêem os outros países – o Brasil em especial – o quem é quem da política, etc. Já que vivo aqui, devo aprender (ou entender) o modo de pensar dos canadenses, nascidos aqui ou que adotaram o país, mesmo que temporariamente, como eu.
Até.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
domingo, janeiro 31, 2010
sábado, janeiro 30, 2010
Sábado (e o Pajador)
Pajada ou Payada é uma forma de poesia improvisada vigente na Argentina, no Uruguai, no sul do Brasil e no Chile (onde chama-se Paya). É uma forma de repente em estrofes de 10 versos, de redondilha maior e rima ABBAACCDDC, com o acompanhamento de violão.
A pajada remonta os romances e quadras medievais e renascentistas, trazidos pelos povoadores europeus e adaptadas as tematicas campeiras. A Pajada está presente no sul da América desde quando as fronteiras eram imprecisas, o que impossibilita dar uma nacionalidade ao gênero artístico.
No sul do Brasil, as pajadas são cantadas em versos em Décima Espinela, no estilo recitado com acompanhamento musical de um músico de apoio, normalmente em milonga.
30 de janeiro é o Dia do Pajador (Payador) Gaúcho.
Bom sábado a todos.
Até.
quinta-feira, janeiro 28, 2010
Rapidinha sobre futebol
Robinho de volta ao Brasil:
ninguém consegue enganar todo mundo o tempo todo...
Pronto, disse.
Até.
ninguém consegue enganar todo mundo o tempo todo...
Pronto, disse.
Até.
quarta-feira, janeiro 27, 2010
terça-feira, janeiro 26, 2010
Ruínas que Falam
Esse é o vídeo final sobre a experiência no Haiti pós-terromoto, produzido pelo meu irmão e fotógrafo Glberto Tadday e o repórter Diego Escosteguy para a revista Veja, direto de Porto Príncipe. Eles retornaram no final de semana para suas casas, mas o drama do povo haitiano vai continuar por um longo tempo.
Até.
Até.
segunda-feira, janeiro 25, 2010
A Sopa 09/24
Há alguns anos desenvolvi a teoria de que, a partir de um determinado momento da vida, não existe a situação de se estar “sem nenhum tipo de preocupação”. Explico.
À medida que crescemos, progressivamente nos são impostas responsabilidades perante o mundo em geral, e falo aqui em todos os âmbitos do viver. Normal, tranquilo até. Esperado.
Estudo, desde a escola primária (fundamental), secundária (o atual ensino médio) até o curso superior (para quem tem esse privilégio) e suas devidas pós-graduações. Esperam de você que constitua família, tenha filhos, tenha um emprego e sustente tudo isso. De novo, normal, natural (no sentido de estatisticamente mais freqüente). Com a maioria das pessoas é assim. Só que o preço que se paga por isso algumas vezes não é pequeno.
O emprego que paga mal, a renda que é insuficiente, a possibilidade do desemprego, de não conseguir pagar as contas, a família que envelhece, você que envelhece mais rápido ainda. Muitas vezes se perde o sono pensando em tudo isso, procurando saídas, talvez jogar na loteria, quem sabe a sorte sorria para você.
Sempre há algo com o que se preocupar.
Aparentemente, sempre falta algo para resolvermos, e – quando passa uma fase, ou ciclo – inicia-se outra. Isso provavelmente é o que chamam de estresse da vida moderna, e não temos muito como fugir disso.
Quando morei em Toronto, estive muito próximo disso, de poder trabalhar sem as tensões, as preocupações. Mas estava longe da família, o que incomodava. Depois da volta, sabia que seria um período de recomeço e que teria um bom tempo de ansiedades me aguardando. Em meio às muitas coisas boas que aconteceram depois que voltei, sendo a Marina a maior delas, sempre havia algo, uma cobrança me incomodando.
Até o final desse ano.
Antevéspera de Natal, último dia de trabalho do ano, entrei de férias. Sem preocupações, exceto descansar (o que não conta como ansiedade) ficar com a família e brincar com a Marina. Estava realizado, havia chegado onde queria.
Durou dez dias.
Mal começou o ano e e-mails e telefonemas ansiosos cobrando prazos, tarefas a serem cumpridas “para ontem”, relatórios para revisar de uma ida para outro, projetos a serem entregues em menos de uma semana.
Respirei fundo e segui em frente.
A vida é assim, paciência.
Até.
À medida que crescemos, progressivamente nos são impostas responsabilidades perante o mundo em geral, e falo aqui em todos os âmbitos do viver. Normal, tranquilo até. Esperado.
Estudo, desde a escola primária (fundamental), secundária (o atual ensino médio) até o curso superior (para quem tem esse privilégio) e suas devidas pós-graduações. Esperam de você que constitua família, tenha filhos, tenha um emprego e sustente tudo isso. De novo, normal, natural (no sentido de estatisticamente mais freqüente). Com a maioria das pessoas é assim. Só que o preço que se paga por isso algumas vezes não é pequeno.
O emprego que paga mal, a renda que é insuficiente, a possibilidade do desemprego, de não conseguir pagar as contas, a família que envelhece, você que envelhece mais rápido ainda. Muitas vezes se perde o sono pensando em tudo isso, procurando saídas, talvez jogar na loteria, quem sabe a sorte sorria para você.
Sempre há algo com o que se preocupar.
Aparentemente, sempre falta algo para resolvermos, e – quando passa uma fase, ou ciclo – inicia-se outra. Isso provavelmente é o que chamam de estresse da vida moderna, e não temos muito como fugir disso.
Quando morei em Toronto, estive muito próximo disso, de poder trabalhar sem as tensões, as preocupações. Mas estava longe da família, o que incomodava. Depois da volta, sabia que seria um período de recomeço e que teria um bom tempo de ansiedades me aguardando. Em meio às muitas coisas boas que aconteceram depois que voltei, sendo a Marina a maior delas, sempre havia algo, uma cobrança me incomodando.
Até o final desse ano.
Antevéspera de Natal, último dia de trabalho do ano, entrei de férias. Sem preocupações, exceto descansar (o que não conta como ansiedade) ficar com a família e brincar com a Marina. Estava realizado, havia chegado onde queria.
Durou dez dias.
Mal começou o ano e e-mails e telefonemas ansiosos cobrando prazos, tarefas a serem cumpridas “para ontem”, relatórios para revisar de uma ida para outro, projetos a serem entregues em menos de uma semana.
Respirei fundo e segui em frente.
A vida é assim, paciência.
Até.
sábado, janeiro 23, 2010
sexta-feira, janeiro 22, 2010
quinta-feira, janeiro 21, 2010
Ainda no Haiti (2)
Mais um vídeo produzido pelo repórter Diego Escosteguy e pelo meu irmão, Gilberto Tadday, diretamente de Porto Príncipe.
Até.
Até.
quarta-feira, janeiro 20, 2010
Ainda no Haiti
Vídeo produzido pelo repórter Diego Escosteguy e pelo Gilberto Tadday (meu irmão) direto de Porto Príncipe.
Janeiro
O que mais tem me impressionado nesses primeiros dias de 2010, dias de verão quente e chuvoso, é a urgência que as pessoas tem em resolver assuntos que deveriam ter sido resolvidos há mais tempo, e - quando te pedem algo - "é para ontem"...
Organizem-se, pelo amor de deus!
Até.
Organizem-se, pelo amor de deus!
Até.
terça-feira, janeiro 19, 2010
No Haiti
segunda-feira, janeiro 18, 2010
A Sopa 09/23
Um texto de cinco anos atrás, enquanto acompanho a situação no Haiti (e as histórias e fotos do meu irmão lá) e corro para entregar uns relatórios no prazo exíguo...
Eleições no Iraque neste final de semana que terminou.
Com este fato em mente, decidi cortar o meu cabelo voltado para Meca. Sério. Certo, não sei se estava voltado realmente para Meca, mas que eu fiquei o tempo todo olhando para ela, isso eu fiquei.
Por indicação dos amigos Rafael e da Monique, Toronto, fui cortar o cabelo aqui perto de onde moro, num barbeiro iraquiano. Se vocês acompanham estes relatos do exílio, sabem que em outubro fui cortar o cabelo num barbeiro italiano que, ao contrário do que eu pedia, não usava a máquina, apenas tesoura. Pois bem, o barbeiro iraquiano só usa a máquina. De um extremo a outro, mas tudo bem, prefiro a máquina.
Ocorreu mais ou menos assim.
Sábado de manhã, termômetros marcando agradáveis –9ºC, fui andando para tentar encontrar o local indicado. Fácil. Entrando na pequena barbearia, a temperatura deveria estar em torno de 20ºC. Tira casaco e blusão e sentei na cadeira indicada pelo barbeiro, de costas para um pôster de Meca. No espelho, passei o todo tempo mirando a cidade sagrada que todo muçulmano deveria (deve) visitar ao menos uma vez em sua vida.
Ao começar, uma única pergunta: curto ou não? Curto, mas sem exageros, respondo, não esquecendo de explicar para ele tentar evitar de deixar o cabelo faça o contorno da cabeça, ou seja, não quero redondo. Ângulo de 90ºC entre a parte lateral e a superior. Certo, certo, e lá vai ele com a máquina. Acrescento – meu deus, como sou chato! – que nos lados pode ser máquina dois. Certo, e segue adiante. E me lembro de quando eu era pequeno.
Sabe quando começamos a aprender a pintar? Seja lá o que for, nos ensinam que – para ficar uniforme a pintura, no caso – devemos pintar numa única direção – para cima e para baixo, de um lado a outro . Pois é, ele deve ter faltado a essa aula. A máquina vai circulando aleatoriamente pela minha cabeça. Tudo bem por enquanto, apesar disso. Corta, corta, em determinado momento relembro a ele sobre o ângulo reto, e vai em diante.
Até que termina. Pede que eu confira, inclusive a parte de trás, com um espelho. Olho… ainda está grande, é preciso cortar mais. Me avisa que se cortar mais vai ser difícil de pentear (por pouco comprimento de cabelo) e vai ser necessário usar gel. Digo que tudo bem, já uso gel mesmo. Termina o serviço: olho e gosto, apesar de que ainda poderia ter cortado mais nas laterais, mas deixa assim, fica para a próxima, no mês que vem.
Saio para a rua. O céu é azul, o sol brilha e aquece um pouco.
Sábado, manhã, o melhor momento da semana.
Até.
Eleições no Iraque neste final de semana que terminou.
Com este fato em mente, decidi cortar o meu cabelo voltado para Meca. Sério. Certo, não sei se estava voltado realmente para Meca, mas que eu fiquei o tempo todo olhando para ela, isso eu fiquei.
Por indicação dos amigos Rafael e da Monique, Toronto, fui cortar o cabelo aqui perto de onde moro, num barbeiro iraquiano. Se vocês acompanham estes relatos do exílio, sabem que em outubro fui cortar o cabelo num barbeiro italiano que, ao contrário do que eu pedia, não usava a máquina, apenas tesoura. Pois bem, o barbeiro iraquiano só usa a máquina. De um extremo a outro, mas tudo bem, prefiro a máquina.
Ocorreu mais ou menos assim.
Sábado de manhã, termômetros marcando agradáveis –9ºC, fui andando para tentar encontrar o local indicado. Fácil. Entrando na pequena barbearia, a temperatura deveria estar em torno de 20ºC. Tira casaco e blusão e sentei na cadeira indicada pelo barbeiro, de costas para um pôster de Meca. No espelho, passei o todo tempo mirando a cidade sagrada que todo muçulmano deveria (deve) visitar ao menos uma vez em sua vida.
Ao começar, uma única pergunta: curto ou não? Curto, mas sem exageros, respondo, não esquecendo de explicar para ele tentar evitar de deixar o cabelo faça o contorno da cabeça, ou seja, não quero redondo. Ângulo de 90ºC entre a parte lateral e a superior. Certo, certo, e lá vai ele com a máquina. Acrescento – meu deus, como sou chato! – que nos lados pode ser máquina dois. Certo, e segue adiante. E me lembro de quando eu era pequeno.
Sabe quando começamos a aprender a pintar? Seja lá o que for, nos ensinam que – para ficar uniforme a pintura, no caso – devemos pintar numa única direção – para cima e para baixo, de um lado a outro . Pois é, ele deve ter faltado a essa aula. A máquina vai circulando aleatoriamente pela minha cabeça. Tudo bem por enquanto, apesar disso. Corta, corta, em determinado momento relembro a ele sobre o ângulo reto, e vai em diante.
Até que termina. Pede que eu confira, inclusive a parte de trás, com um espelho. Olho… ainda está grande, é preciso cortar mais. Me avisa que se cortar mais vai ser difícil de pentear (por pouco comprimento de cabelo) e vai ser necessário usar gel. Digo que tudo bem, já uso gel mesmo. Termina o serviço: olho e gosto, apesar de que ainda poderia ter cortado mais nas laterais, mas deixa assim, fica para a próxima, no mês que vem.
Saio para a rua. O céu é azul, o sol brilha e aquece um pouco.
Sábado, manhã, o melhor momento da semana.
Até.
sábado, janeiro 16, 2010
quarta-feira, janeiro 13, 2010
Ano novo
A gente sabe que o novo ano começou quando, após cerca de dez dias de calma e sem maiores ansiedades, tudo volta com a força sempre talvez renovada pelo eterno retorno.
Prazos a vencer, contas a pagar, essas coisas.
E vamos em frente...
Até.
Prazos a vencer, contas a pagar, essas coisas.
E vamos em frente...
Até.
domingo, janeiro 10, 2010
A Sopa 09/22
Amenidades. Ou não. Não.
Verão no sul do mundo, tempo de sol e praia, momentos de descanso, férias para alguns, essas coisas. Os assuntos considerados “pesados”, os dramas, as tragédias, não deveriam constar de nossa pauta. Mas não é só porque os gaúchos migram ao litoral nos finais de semana que o mundo vai parar, evidentemente.
Então, olhando além das catástrofes naturais que têm preenchido as manchetes dos jornais, como o que aconteceu em Angra dos Reis e aqui mesmo no Rio Grande, onde um rio grande carregou uma ponte com muitas pessoas sobre ela, resultando em mortos e diversos relatos de sobreviventes sobre a rapidez de tudo que o que ocorreu, olhamos para nossa vizinha Argentina, que – abstraindo as confusões da presidente – decidiu abrir os arquivos do tempo da ditadura que assolou aquele país. Atitude louvável, certamente.
Enquanto isso, por aqui esse parece ser um assunto proibido.
Qualquer menção de se mexer (investigar, bem claro) o ocorrido durante a ditadura brasileira, iniciada em 1964, parece, por si só, crime. Levantam-se vozes falando em revisão (ou não) da Lei da Anistia, que não se deveria começar com revanchismo e outros argumentos relacionados.
Não gostaria de dizer o que vou dizer, mas é inevitável.
Isso é uma atitude de brasileiro.
É bem Brasil isso, de “varrer para baixo do tapete” os problemas, atuais ou passados. Somos o povo do “jeitinho”, do “deixa disso”, do “melhor deixar o passado no passado”. Até certo ponto, e sob certo prisma, não deixa de ser bom, isso de querer começar do zero, deixar o que passou lá atrás. Por outro lado, não podemos fazer de conta que o passado nunca existiu, não aconteceu nada, e que todos são inocentes (ou vítimas). Para podermos realmente seguir em frente, temos que tornar o passado realmente passado, fazer um fechamento. Se isso significa revisar a Lei da Anistia, que seja feito.
Quem torturou ou matou em nome de um regime ou uma ideologia deve ser julgado e pagar pelo que cometeu. Se estava sabendo do que ocorria e foi conivente, é cúmplice. De certa forma, é uma situação bem simples.
Mas também não sejamos hipócritas.
A investigação deve ser para os dois lados.
O crime é o mesmo, não importa se quem o comete é de esquerda ou direita. Sequestro, roubo e morte cometidos por guerrilheiros contra o regime são crimes tanto quanto assassinatos e tortura cometidos em nome do regime, por militares. Um assassino dito de esquerda é igual a um assassino de direita. Os fins não justificam os meios.
Por isso que o italiano Cesare Battisti – um ex-guerrilheiro da organização Proletários Armados pelo Comunismo – já deveria ter sido extraditado para pagar pelos crimes que cometeu em seu país de origem, onde já foi julgado e condenado, assim como os militares brasileiros que praticaram tortura e que mataram em nome do regime de 64 devem ser levados a um tribunal e pagar pelos crimes que cometeram.
A anistia não deve ser para assassinos.
Até.
Verão no sul do mundo, tempo de sol e praia, momentos de descanso, férias para alguns, essas coisas. Os assuntos considerados “pesados”, os dramas, as tragédias, não deveriam constar de nossa pauta. Mas não é só porque os gaúchos migram ao litoral nos finais de semana que o mundo vai parar, evidentemente.
Então, olhando além das catástrofes naturais que têm preenchido as manchetes dos jornais, como o que aconteceu em Angra dos Reis e aqui mesmo no Rio Grande, onde um rio grande carregou uma ponte com muitas pessoas sobre ela, resultando em mortos e diversos relatos de sobreviventes sobre a rapidez de tudo que o que ocorreu, olhamos para nossa vizinha Argentina, que – abstraindo as confusões da presidente – decidiu abrir os arquivos do tempo da ditadura que assolou aquele país. Atitude louvável, certamente.
Enquanto isso, por aqui esse parece ser um assunto proibido.
Qualquer menção de se mexer (investigar, bem claro) o ocorrido durante a ditadura brasileira, iniciada em 1964, parece, por si só, crime. Levantam-se vozes falando em revisão (ou não) da Lei da Anistia, que não se deveria começar com revanchismo e outros argumentos relacionados.
Não gostaria de dizer o que vou dizer, mas é inevitável.
Isso é uma atitude de brasileiro.
É bem Brasil isso, de “varrer para baixo do tapete” os problemas, atuais ou passados. Somos o povo do “jeitinho”, do “deixa disso”, do “melhor deixar o passado no passado”. Até certo ponto, e sob certo prisma, não deixa de ser bom, isso de querer começar do zero, deixar o que passou lá atrás. Por outro lado, não podemos fazer de conta que o passado nunca existiu, não aconteceu nada, e que todos são inocentes (ou vítimas). Para podermos realmente seguir em frente, temos que tornar o passado realmente passado, fazer um fechamento. Se isso significa revisar a Lei da Anistia, que seja feito.
Quem torturou ou matou em nome de um regime ou uma ideologia deve ser julgado e pagar pelo que cometeu. Se estava sabendo do que ocorria e foi conivente, é cúmplice. De certa forma, é uma situação bem simples.
Mas também não sejamos hipócritas.
A investigação deve ser para os dois lados.
O crime é o mesmo, não importa se quem o comete é de esquerda ou direita. Sequestro, roubo e morte cometidos por guerrilheiros contra o regime são crimes tanto quanto assassinatos e tortura cometidos em nome do regime, por militares. Um assassino dito de esquerda é igual a um assassino de direita. Os fins não justificam os meios.
Por isso que o italiano Cesare Battisti – um ex-guerrilheiro da organização Proletários Armados pelo Comunismo – já deveria ter sido extraditado para pagar pelos crimes que cometeu em seu país de origem, onde já foi julgado e condenado, assim como os militares brasileiros que praticaram tortura e que mataram em nome do regime de 64 devem ser levados a um tribunal e pagar pelos crimes que cometeram.
A anistia não deve ser para assassinos.
Até.
sábado, janeiro 09, 2010
quinta-feira, janeiro 07, 2010
Verão no Sul do Mundo
Havia ouvido no rádio esse texto e logo após o recebi por e-mail. Resolvi reproduzi-lo pelo apurado senso de realidade contido no mesmo...
Para conhecimento nacional e reconhecimento regional.
Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul. Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes.
Nada!
Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.
Característica nossa, não gostamos de intermediários.
Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima. O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.
É marrom!
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida. O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.
Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho!
A água gelada vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.
Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.
E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.
Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!
Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.
Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.
O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade?
Aderimos, é claro.
Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.
Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite.
Quase todos na mesma hora, ida e volta.
É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite. E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo:
Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!
E, no ano seguinte, tudo recomeça...
Até.
Para conhecimento nacional e reconhecimento regional.
Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul. Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes.
Nada!
Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.
Característica nossa, não gostamos de intermediários.
Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima. O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.
É marrom!
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida. O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.
Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho!
A água gelada vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.
Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.
E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.
Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!
Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.
Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.
O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade?
Aderimos, é claro.
Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.
Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite.
Quase todos na mesma hora, ida e volta.
É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite. E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo:
Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!
E, no ano seguinte, tudo recomeça...
Até.
quarta-feira, janeiro 06, 2010
Ato Médico
Dois mil e dez é ano de eleições no Brasil.
Sabendo disso, é bom não esquecer aqueles deputados que votaram contra a Lei do Ato Médico, que regulamenta o exercício da profissão médica.O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) escreveu, em sua revista Vox Medica:
"... as atividades prerrogativas do médico devem ser reconhecidas, tendo em vista o risco do país prestar uma assistência de segunda linha para quem depende do serviço público, e outra para os demais, devido à confusão ideológica do binômio súade-doença existente nas equipes multidisciplinares."
Votaram contra o PL 7.703/06 em 21/10/09:
Beto Albuquerque (PSB)
Emília Fernandes (PT)
Fernando Marroni (PT)
Geraldinho (PSOL)
Luiz Carlos Busato (PTB)
Manuela D'Ávila (PC do B)
Paulo Pimenta (PT)
Ruy Pauletti (PSDB)
Estiveram ausentes na votação:
Afonso Hamm (PP)
Cláudio Diaz (PSDB)
Germano Bonow (DEM)
Henrique Fontana (PT)
Ibsen Pinheiro (PMDB)
José Otávio Germano (PP)
Marco Maia (PT)
Maria do Rosário (PT)
Nelson Proença (PPS)
Osvaldo Biolchi (PMDB)
Renato Molling (PP)
Sérgio Moraes (PTB)
Vilson Covatti (PP)
Não esqueçamos e NÃO VOTEMOS neles.
Até.
Sabendo disso, é bom não esquecer aqueles deputados que votaram contra a Lei do Ato Médico, que regulamenta o exercício da profissão médica.O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) escreveu, em sua revista Vox Medica:
"... as atividades prerrogativas do médico devem ser reconhecidas, tendo em vista o risco do país prestar uma assistência de segunda linha para quem depende do serviço público, e outra para os demais, devido à confusão ideológica do binômio súade-doença existente nas equipes multidisciplinares."
Votaram contra o PL 7.703/06 em 21/10/09:
Beto Albuquerque (PSB)
Emília Fernandes (PT)
Fernando Marroni (PT)
Geraldinho (PSOL)
Luiz Carlos Busato (PTB)
Manuela D'Ávila (PC do B)
Paulo Pimenta (PT)
Ruy Pauletti (PSDB)
Estiveram ausentes na votação:
Afonso Hamm (PP)
Cláudio Diaz (PSDB)
Germano Bonow (DEM)
Henrique Fontana (PT)
Ibsen Pinheiro (PMDB)
José Otávio Germano (PP)
Marco Maia (PT)
Maria do Rosário (PT)
Nelson Proença (PPS)
Osvaldo Biolchi (PMDB)
Renato Molling (PP)
Sérgio Moraes (PTB)
Vilson Covatti (PP)
Não esqueçamos e NÃO VOTEMOS neles.
Até.
terça-feira, janeiro 05, 2010
Música (ou não)
Foi anunciado hoje quem vai tocar no Planeta Atlântida, festival de música que ocorre todo verão no sul do Brasil, uma edição em Santa Catarina e outra no Rio Grande do Sul, na praia de Atlântida organizado pela rádio de mesmo nome.
São esses: Strike, Pixote, DJ Eskimo, Mc Jean Paul e Formigos, Reação em Cadeia, Chimarruts, Armandinho, Skank, Fresno, NX Zero, Charlie Brown Jr, Exaltasamba, Victor & Leo, Pitty, Marcelo D2, Jota Quest e Fat Duo.
O que isso significa?
Estar o mais distante possível do litoral quando ocorrer o festival...
Até.
São esses: Strike, Pixote, DJ Eskimo, Mc Jean Paul e Formigos, Reação em Cadeia, Chimarruts, Armandinho, Skank, Fresno, NX Zero, Charlie Brown Jr, Exaltasamba, Victor & Leo, Pitty, Marcelo D2, Jota Quest e Fat Duo.
O que isso significa?
Estar o mais distante possível do litoral quando ocorrer o festival...
Até.
segunda-feira, janeiro 04, 2010
Eu, um limão
Subia eu por escada rolante ainda ontem quando deparei com o encontro de dois amigos que se viam pela primeira vez em 2010. Um passou pelo outro que, após cumprimentá-lo, perguntou:
"Como foi o ano novo?"
A resposta, mais ou menos óbvia, "Tudo bem, com a família e churrasquinho no dia primeiro". Isso tudo enquanto passavam um pelo outro, um subindo e outro descendo. Eu, que subia, de testemunha, pensava em resposta alternativa à pergunta sobre "como foi o ano novo?":
"Até aqui, tudo bem, mas foram só três dias. Te digo como foi o ano novo no final de dezembro. Abraço!"
Até.
domingo, janeiro 03, 2010
A Sopa 09/21
Dois mil e dez.
Todo início de ano, quando faço – de alguma forma – a retrospectiva do ano que recém terminou, invariavelmente digo que o ano terminado não foi um ano fácil. Parece uma forma de dizer que, apesar de todas as dificuldades, imaginárias ou não, nadamos até o fim, e – melhor – não morremos (morri) na praia.
Pois é.
Dois mil e nove não foi um ano fácil.
Por outro lado, poucos anos foram tão bons quanto 2009. Isso me leva a perguntar o que seria um ano fácil, se é que existe isso. Indo mais além, posso perguntar qual o sentido de se classificar um ano como fácil ou difícil, se isso não vai mudar nada a forma que vejo o mundo. Mas como estou aqui olhando para trás, para o que passou, vale o exercício (e sei que até aqui não disse nada...).
Ao terminar dois mil e oito, na última Sopa daquele ano, eu havia escrito que o ano havia sido intenso, e que a palavra que definia o ano era epiphany, a súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo, que eu tinha esperado demais de algumas pessoas que não tinham mostrado a mesma dedicação comigo como eu havia dedicado a elas. Mas que estava tudo bem, afinal havia coisas mais importantes na vida. Pedira, ainda no final de 2008, que o ano novo fosse mais leve, que as amizades fossem mais leves, que as grandes amizades não necessitam de força para serem mantidas, e - sob esse aspecto - dois mil e nove foi como o esperado: mais leve e tranquilo.
Profissionalmente, o ano foi desafiador, e (mais um) início de uma nova fase, o que resultou em viagens semanais e amanheceres na estrada. Tudo pela oportunidade de ser professor, algo para o qual fiz toda minha longa formação, o que – finalmente – rendeu frutos em termos acadêmicos. Imaginem, então, o meu grau de satisfação.
Para o ano novo, como não poderia deixar de ser, novos desafios virão, e espero continuar no caminho que venho trilhando ao longo do tempo e que me trouxe até aqui. Quero continuar – nesse último ano da primeira década do século vinte e um – próximo às pessoas que valem à pena, que possamos nos reunir em torno de uma mesa e como bons companheiros – aqueles que dividem o pão – falarmos da vida e tomarmos bons vinhos.
Se pudermos viajar, melhor ainda.
Bom 2010.
Até.
Todo início de ano, quando faço – de alguma forma – a retrospectiva do ano que recém terminou, invariavelmente digo que o ano terminado não foi um ano fácil. Parece uma forma de dizer que, apesar de todas as dificuldades, imaginárias ou não, nadamos até o fim, e – melhor – não morremos (morri) na praia.
Pois é.
Dois mil e nove não foi um ano fácil.
Por outro lado, poucos anos foram tão bons quanto 2009. Isso me leva a perguntar o que seria um ano fácil, se é que existe isso. Indo mais além, posso perguntar qual o sentido de se classificar um ano como fácil ou difícil, se isso não vai mudar nada a forma que vejo o mundo. Mas como estou aqui olhando para trás, para o que passou, vale o exercício (e sei que até aqui não disse nada...).
Ao terminar dois mil e oito, na última Sopa daquele ano, eu havia escrito que o ano havia sido intenso, e que a palavra que definia o ano era epiphany, a súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo, que eu tinha esperado demais de algumas pessoas que não tinham mostrado a mesma dedicação comigo como eu havia dedicado a elas. Mas que estava tudo bem, afinal havia coisas mais importantes na vida. Pedira, ainda no final de 2008, que o ano novo fosse mais leve, que as amizades fossem mais leves, que as grandes amizades não necessitam de força para serem mantidas, e - sob esse aspecto - dois mil e nove foi como o esperado: mais leve e tranquilo.
Profissionalmente, o ano foi desafiador, e (mais um) início de uma nova fase, o que resultou em viagens semanais e amanheceres na estrada. Tudo pela oportunidade de ser professor, algo para o qual fiz toda minha longa formação, o que – finalmente – rendeu frutos em termos acadêmicos. Imaginem, então, o meu grau de satisfação.
Para o ano novo, como não poderia deixar de ser, novos desafios virão, e espero continuar no caminho que venho trilhando ao longo do tempo e que me trouxe até aqui. Quero continuar – nesse último ano da primeira década do século vinte e um – próximo às pessoas que valem à pena, que possamos nos reunir em torno de uma mesa e como bons companheiros – aqueles que dividem o pão – falarmos da vida e tomarmos bons vinhos.
Se pudermos viajar, melhor ainda.
Bom 2010.
Até.
sábado, janeiro 02, 2010
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