segunda-feira, abril 06, 2020

Crônicas de uma Pandemia – Vigésimo Segundo Dia

Ao abrir os olhos, hoje cedo, ao acordar após uma noite de sonhos estranhos, vários, entre eles um sobre uma discussão entre colegas de trabalho sobre casos de coronavírus, e também um café numa improvável Porto Alegre em que cafés são escondidos em segundos andares de velhos casebres, um pensamento foi inevitável.

É domingo. De novo.

Como foi ontem e como será amanhã.

Pausa para um suspiro de resignação, afinal nesse momento não há nada que se possa fazer quanto a isso, a não ser viver num recorrente domingo. Dizem que as coisas na vida se dividem em dois tipos: as que podemos mudar e as que não podemos mudar. Para as primeiras, todo nosso esforço. Para as outras, paciência. Resignação. 

É justamente o que vivemos agora, e temos que ter resiliência, sabemos todos. E vamos levando.

Não tenho ido ao consultório todos os dias. Mas a minha agenda permanece aberta para quem quiser marcar consultas. Quando preciso, estou lá. Acontece que boa parcela dos pacientes está apreensiva em sair de casa e ir consultar. Em hospital, nem pensar. É um efeito colateral do momento, mas sabemos que outras doenças continuam ocorrendo, e que precisam de cuidado. Por isso, muitos atendimentos online, que posso fazer de casa. Orientações, renovação de receitas. 

Seguimos. Isolados, distantes, a postos.

E torcendo que a tempestade não seja tão violenta...

Até.

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