(Crônicas de uma Pandemia – Quadragésimo Segundo Dia)
Aos sábados, aqui n’A Sopa no Exílio, tradicionalmente publico uma foto aleatória. Usualmente fotos que eu tirei, de lugares ou histórias passadas.
Ontem, não publiquei.
Por quê?
Não encontrei uma foto que me inspirasse. Simples assim.
Nada a ver com nada.
Para quem pensou que eu fosse falar do Bolsonaro, do Sérgio Moro ou do coronavírus, digo que não estou com vontade. Nenhuma. O que eu penso sobre o que aconteceu em Brasília entre quinta e sexta-feira? Mesmo sem vontade, respondo para você, solitário leitor.
Acabou o governo Bolsonaro. Perdeu o trem da história, como dizem.
Todos sempre soubemos que ele era (é) um cara limitado, mas que teve a competência de canalizar e personificar o oposto do que o partido aquele que não digo o nome representava e que levou o Brasil à maior crise de sua história. Além de ser o representante da insatisfação com “tudo isso aí”, após ganhar a eleição soube cercar-se de nomes técnicos e competentes para, como se diz, tocar o barco.
O seu governo vinha indo bem, com melhora nos indicadores econômicos, medidas sendo tomadas, mesmo que o chefe do estado criasse polêmicas desnecessárias (além daquelas falsas criadas pela imprensa). Parecia planejado: ele chamava a atenção, os holofotes, para si, e quem tinha de trabalhar conseguia trabalhar sem ninguém incomodar. Lamentavelmente, não era.
Foi quando veio a pandemia do coronavírus.
Esse é um daqueles momentos-chave na História, aquela com agá maiúsculo. É uma situação sem precedentes em gerações. E é justamente nesses momentos em que surgem os grandes líderes, que comandam nações durante a travessia por tempos nebulosos.
Bolsonaro poderia sair disso como um Churchill.
O que estamos vendo, contudo, é o presidente encolher, ficar menor e insignificante a cada dia, a cada polêmica que cria. Tornando-se irrelevante.
Infelizmente.
Nunca é bom um Presidente, alguém que deve liderar o país, tornar-se pequeno para o cargo que ocupa.
Perdemos todos.
Até.
PS – ainda acho que seria pior com aquele outro, que nem lembramos o nome...
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