(Crônicas de uma Pandemia – Cento e Sessenta e Um Dias)
A hipocrisia.
Pensei nisso hoje mesmo, ao – após ir ao supermercado com a Jacque fazer as compras semanais nossas e dos meus sogros – passar de carro em frente à Praça da Encol, aqui em Porto Alegre. Essa praça, de nome Carlos Simão Arnt, no bairro Bela Vista, em tempos normais está sempre – em dias de sol, como hoje – cheia de gente praticando esportes, pegando sol, tomando chimarrão.
Bom.
Hoje, centésimo sexagésimo primeiro dia de pandemia aqui no Sul do Mundo, ainda vivendo sob a bandeira vermelha do modelo de distanciamento social do governo do RS, ainda com todas as recomendações de distanciamento social e do ‘fique em casa’, mesmo com tudo isso, a praça estava lotada. Cheia mesmo. Famílias inteiras com, e desportistas com e sem máscaras. Todos desfrutando do belo domingo de sol.
E estão certos.
Não há problemas em estar ao ar livre, fazer piqueniques. É saudável, faz bem. Mesmo que pareça aglomeração (que não deve acontecer). É só manter um certo distanciamento que, aparentemente, nem sempre conseguem, e parecem não se importar.
Contudo, experimente falar em volta às aulas para ver o que acontece. Esses mesmos que estão lotando as praças (que não estão fechadas como a orla do rio ou alguns parques) são os primeiros a protestar e dizer que não é seguro, são os que saem de luvas com medo de uma contaminação que não vai acontecer. Há de se ter coerência. As duas situações não podem conviver.
Ou se é a favor de manter tudo fechado ou não se é.
Eu sou a favor da reabertura gradual, com protocolos de segurança, e isso inclui as escolas. Se estou certo ou errado?
Não sei. Ninguém sabe, no fundo.
Até.
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