quarta-feira, março 02, 2022

Perdiditos en Uruguay (15)

A Viagem, segundo dia (2).

 

Quase dezoito horas, o momento derradeiro para termos o resultado do PCR da Marina feito pela manhã em Pelotas. Se não saísse, teríamos que refazer os planos, provavelmente dormir por lá (eu já procurava opções de hospedagem) ou o Gabriel ser preso.

 

Terminávamos de comer, e olhávamos no celular se sairia o resultado do exame. A Roberta fazia “mandingas” para dar certo, do tipo “se sair um palito de dentro desse saleiro em que colocaram palitos, vai dar certo”, ou algo assim, quando eu vi no site do Laboratório Antonello que o resultado estava disponível. Cliquei para saber o resultado. Ao mesmo tempo, o Gabriel avisou a todos que o resultado sairia e, da mesma forma que eu, clicou para descobrir...

 

Positivo, para nós. Ou seja, negativo!

 

 

 

Fizemos uma festa, como se fosse um gol do Brasil em Copa do Mundo. Ninguém entendeu nada, óbvio, mas não importava, finalmente tínhamos a certeza de que entraríamos no Uruguai conforme o planejado, e não mudaríamos nada. 

 

Estávamos livres, e o Gabriel não seria preso, ao menos não agora...

 

Ainda no restaurante abri meu notebook, preenchi a declaração juramentada (que já sabia de cabeça), submeti-a, e recebi o e-mail confirmando. Pagamos a conta, voltamos ao carro, e seguimos direto para o posto da imigração, onde passamos – após mostrar nossos documentos de identidade – com tranquilidade.  Nem chegar a inspecionar o nosso carro por dentro, o que nos levou a penar que – se tivéssemos passado com a Marina escondida entre as bagagens, não daria nada. Por outro lado, havia – sim – o risco de decidirem nos inspecionar, descobrirem a Marina, e o Gabriel acabar preso. Foi melhor assim...


Após entrar no Uruguai, seguimos por mais cerca de 40 minutos pela Ruta 9 até Punta del Diablo, aonde chegamos por volta das 19h, para surpresa da responsável pelo Les Diabletes, porque eu a havia alertado por mensagem, ainda quando estávamos em Pelotas, que talvez chegássemos depois das 22h.

 



Ainda era dia claro, e pudemos caminhar pela praia ao pôr-do-sol fazendo reconhecimento da área. Compramos uns pães, queijos e vinho no Autoservice Sandra, o mercadinho perto de casa, e terminamos o dia em volta da mesa lembrando os momentos de tensão do dia, falando dos múltiplos sacos de supermercado que o Gabriel levava em sua bagagem para transportar seus itens de higiene pessoal, e da revolta da Roberta com o fato de eu ter encontrado um sabonete na pia do banheiro e o utilizado para tomar banho: usado o mesmo sabonete que ela limpara o rosto e as mãos para lavar “minhas partes”... Rimos muito, e fomos dormir descansados, pela primeira vez desde a noite anterior à viagem.

 


Final do dia, Punta Del Diablo

Uruguai, finalmente.

 

E o Gabriel não havia sido preso.

 

Começavam, de fato, nossas férias uruguaias. 

 

Até. 

 

 

 

 

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