A Viagem, terceiro dia.
Dia primeiro de fevereiro, Punta del Diablo, Uruguay.
Como de costume, acordei cedo, não tão cedo quanto em dia de trabalho, mas ainda pouco antes das 8h. Enquanto os outros acordavam ou dormiam mais um pouco, fui caminhando até o Sandra, o mercado próximo de onde estávamos para comprar ingredientes para o café da manhã. Café solúvel, adoçante, leite, pão, medias lunas, dulce de leche, pelo menos.
Lidando efetivamente com o câmbio, finalmente, concluí ser inviável a máxima do ‘quem converte, não se diverte’. O câmbio de real para peso estava em cerca de R$ 1,00 valendo UYU 7,50. Então tudo, para saber o real valor das coisas, uma calculadora mostrou-se fundamental. A longo do tempo fomos nos acostumando com os valores em pesos de tudo.
Não era a primeira vez dela: além de já ter furado a sua própria orelha muitos anos atrás, na sexta-feira em que entramos de férias e fechamos o consultório, ela havia feito o mesmo, a pedido, em nossa secretária. Sem falar que foi ela quem refez o furo na minha orelha há mais de vinte anos, quando iámos viajar para passar o Natal na Neve. Acabou inflamando minha orelha à época e tivemos que procurar uma farmácia em Roma para comprar ‘germo zero’, um produto para limpar e tratar... Correu tudo bem, não perdi a orelha, e com o Gabriel foi tranquilo também.
Voltando ao Uruguai.
Sol forte, areia quente, mar azul e, diferente do esperado, a água não estava gelada como esperado. Foi possível ficar um bom tempo dentro da água.
Por ser uma praia, digamos, mais “raiz”, com muitas ruas sem calçamento, um certo clima “bicho-grilo”, ou por não termos encontrado, não havia cadeiras de praia e/ou guarda-sóis para alugar. Levamos toalhas (ou algo do gênero, para sentar) e depois procuramos a sombra de um barco que estava na areia para nos proteger. Por termos ido relativamente cedo, na hora que quisemos comprar algo para beber, a maioria dos bares e quiosques ainda estava fechado.
Pergunta aqui, pergunta ali, descobri um que estava QUASE abrindo, e fiquei esperando uns minutos para poder comprar caipirinha, mojito e licuado (um smoothie de frutas, para a Marina). Compradas as ‘encomendas’, ficamos ainda um tempo curtindo a praia.
A seguir, saímos da praia e fomos direto ao Mercado El Vasco, onde minha missão era comprar carne para fazer em nossa parrilla. Era um desejo meu desde a primeira vez que eu estivera lá e é um desejo recorrente, sempre que vamos a um lugar eu pergunto se tem churrasqueira disponível. Enquanto eu escolhia as carnes, o grupo comprava o resto para o nosso almoço, com escolha de opções para a Roberta, vegetariana. Compraram pimentões vermelhos para fazer com queijo.
Voltamos para nossa casa e fui preparar o fogo.
Lembrando que, apesar de entusiasta, e por não ter churrasqueira em casa, eu me considero um amador em matéria de churrasco. Parrillas são um território ainda mais desafiador. Havia, disponível para uso, lenha para fazer o fogo e assar, mas – descobri logo – não o suficiente. Em meio à preparação, com o fogo já alto, decidimos que iriam buscar mais lenha (ou carvão) para podermos ir até o final. A Jacque, a Marina e o Gabriel buscaram, e então saiu a tão esperada parrilla. Seja pela carne uruguaia, pela lenha, pelo astral de férias, pela boa vontade de todos ou um misto de tudo isso, até agora consideraram a melhor parrilla da viagem. Eu gostei, admito meio constrangido...
Música, sol, um dia tranquilo, a parrilla, e a Karina sentada com um saquinho de chá de camomila no olho, para aliviar e poder enxergar, após cair protetor solar... O único porém da situação, mas que no final não atrapalhou de verdade, foram as moscas. Assim que começamos a assar a carne, surgiram milhares de moscas, vindas não sabemos de onde, mas que deram trabalho para nos livrarmos dela.
À tarde, após um tempo de descanso, saímos novamente para passear e tomar sorvete numa sorveteria que ficava em uma elevação e proporcionava uma linda visão da praia. Ótimos sorvetes e agradável passeio.
Fizemos nossa janta de despedida comendo uma pizza no que considerei o “centrinho nervoso”, perto da Praia dos Pescadores. Um lugar agradável, um jantar divertido, antes de voltarmos andando com “passinho shopping center”, como eu chamo, e que ao longo da viagem acabou contribuindo para a minha dor cervical e ao consumo de todos os antiinflamatórios do grupo... Antes de chegar em casa, ainda ligamos da rua, meio no escuro, para o Tio Vicente, de aniversário. Cantamos parabéns e gritamos uhuu...
No dia seguinte, seguiríamos para Punta del Este.
Até.
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