As coisas continuam lentas aqui no hemisfério norte. E paciência é tudo que tem sido exigido de mim nestes primeiros trezes dias no Canada.
Depois de na primeira semana ter alugado apartamento, me mudado, conseguido telefone (após brigar muito com a Bell canada) e ter os meus documentos todos corretamente entregues no College of Physicians and Surgeons of Ontario, ainda falta mais de uma semana para efetivamente começar a trabalhar, já que estão todos a caminho de Glasgow, na Escocia, para um congresso. Dependo da volta de todos para começar.
Como teria estes quase dez dias de folga ainda, pensei: "Vou ao Brasil, ficar ao lado da família mais um pouco". Contudo, de Porto Alegre veio um sonoro "NÃO, É LOUCURA GASTAR TANTO DINHEIRO PARA FICAR TãO POUCO TEMPO!!". Tá certo, não vou, provavelmente apanharia de todos quando chegasse no aeroporto... O que fazer, então, para ocupar os meus dias de ócio antes de começar a trabalhar? Se não podia viajar para o Brasil, que tal um lugar mais perto, e que incluísse família? Seria perfeito...
Nova York, onde moram desde o ano passado o Neni, meu irmão, a Ane, minha cunhada, e a Bili, irmã da Ane. Foi o que fiz.
Ontem à tarde arrumei minha mochila, peguei o metrô e fui até a estação Kippling (extremo oeste do metrô de Toronto), onde peguei o ônibus linha '192 - Airport Rocket' e fui até o Aeroporto Internacional Pearson. Lá, direto ao balcão da Air Canada, onde - antes de pedir a passagem mais barata para NY - ainda pensei em ir ao Brasil, mas logo lembrei do sonoro não que havia ouvido quando comentei essa vontade com todos com quem falei em Porto Alegre. Então, comprei passagem para NY.
A passagem pela imigração é feita no próprio aeroporto em Toronto, o que facilita as coisas em termos de tempo na chegada. Uma hora e quinze de vôo (contra doze horas de ônibus ou trem) e cheguei à NY, num belo final de tarde de céu azul e o avião sobrevoando o estádio do NY Yankees na hora de um jogo, uma bela recepção.
Saindo do aeroporto La Guardia, peguei o ônibus M60 e solicitei ao motorista que me deixasse numa parada para pegar o metrô linha 4, que me levaria à casa do Neni, no Bronx. Durante o trajeto, conversando com outro passageiro que vinha do aeroporto também, fiquei confuso quanto ao trem que deveria pegar, ele dizia que eu para pegar a linha 4 desceria no local mais selvagem do Harlem, eu dizia que tudo bem, eu só ia fazer uma baldeação, etc. Quando nos demos conta, tinha passado da parada. Desci na seguinte, caminhei até a estação e peguei o metrô para o lado contrário de Manhatann. Aí fiquei em dúvida quanto ao local em que deveria descer. Decidi e desci na estação seguinte.
Parecia que tinha descido nos esgotos de NY. Estação totalmente deserta e um telefone. Tentei ligar, não consegui (estava ocupado). Apareceu um cidadão e interpelei-o perguntando sobre o endereço que eu queria ir. falou que a linha que eu queria era aquela que eu estava, e que devia ser perto do final da linha. Entrei no primeiro linha 4 que passou e fui cuidando para ver se lembrava do nome da estação (que o Neni me dissera por telefone e eu esquecera). Então lembrei: penúltima estação, 'Moshulu Parkway'. Estava em casa.
Ao sair do metrô, consegui telefonar e a Ane veio ao meu encontro para levar para casa. Na chegada, fui direto ao computador pois o Neni estava falando com o Pai e a Mãe pela webcam. Logo depois, falei com a Jacque da mesma forma. Como foi bom vê-la!! Que saudades!! Se não foi possível estarmos juntos no nosso aniversário de oito anos de casados, ao menos nos vimos...
Depois, tinha uma janta me esperando (com feijão!).
Ficamos conversando até por volta da meia-noite, quando não resisti e caí dormindo numa longa a agradável noite de sono.
Hoje de manhã, fiz chimarrão. É bom se sentir em casa...
4 comentários:
Tadday : Como é bom a gente se sentir em casa não ? Eu vou ser sincero, me identifico um pouco com a tua história no Canadá e a minha em SP . Claro, tem a distância, que nem se compara...além da lingüa. No entanto, algumas coisas são semelhantes : alugar AP, telefone , TV , uma saudade da patroa que, nem a gente, sabia que era tão grande... Bom, aproveita a familia .
Um abraço do amigo Jéferson !
Marcelo
Que bom que está tudo bem contigo e está aproveitando os dias de "férias" com a tua família. Mas pra varia sempre te mete em alguma enrrascada no caminho. Se eu fosse tu teria pego um taxi e convencido o taxista, que logo viraria teu "companheiro", a furar os pneus dos carros da rua no meio do esgoto de NY.
O Jéferson conta que se identifica contigo pela experiência de ficar longe de todos. Eu me identifico com a Jacque. Nestes momentos nos damos conta que amamos mais do que imaginávamos. Mas o amor cresce e amadurece com a distância.
Abraços da Cláudia.
E ai guri, dando uma banda em NY e filando um rango na casa do Neni, que legal! É bom saber que os amigos estão bem e até tomando um bom chimarrão. Continue mandando noticias e aproveite para conhecer vários lugares legais que deve ter por ai. Um grande abraço, Fernando Miranda.
Oi Marcelo!
Enviei o convite pra vc! QQ coisa, me fala. Muito legal o seu blog, eu nao conhecia
Imagino que NY esteja mais lotada do que nunca. Meu marido e eu iriamos para NY nesse final de semana, aproveitando para emendar com o feriado, mas achar hotel tava bem dificil. Parece que todo mundo teve a mesma ideia, fora a convencao dos republicanos que deve ter atraido mais gente ainda. Ai decidimos adiar um pouco a viagem. Talvez em Outubro.
[]s,
Lucia.
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