segunda-feira, janeiro 03, 2005

A Sopa 04/24

Toronto.

A vôo entre os aeroportos de La Guardia e Pearson, em Nova York e Toronto, respectivamente, dura pouco mais de uma hora, mas a diferença entre a manhã ensolarada da Big Apple e a tarde chuvosa de Toronto foi como se tivéssemos mudado de continente.

Voltei para casa, agora nossa – minha e da Jacque – já que ela veio tomar posse da sua parte aqui. E gostou do que viu, e falo do apartamento, que já foi acampamento e que agora (e mais nos próximos dias, quando comprarmos alguns complementos) tornar-se-á um “lar”, mesmo que temporário, mas também da cidade, ou da pequena porção que ela viu quando parou de chover e caminhamos de mãos dadas pelo bairro, as construções baixas (com exceção dos altos edifícios aqui da rua) e o aspecto de cidade do interior. Um jeito de subúrbio, mas perto do centro, ou downtown, como eles chamam.

A passagem para o novo ano, ainda em Nova York, foi – assim como o Natal – com reunião da família, pai, mãe, o meu irmão, minha cunhada, a irmã dela, a Jacque e eu. Ficamos em casa, a Times Square das onze da manhã já era um prenúncio do que seria à noite, com milhares de pessoas guardando lugar desde cedo, com óculos ‘2005’, cartazes de ‘Happy New Year 2005’, sorridentes, algumas jogando cartas para passar o tempo, a televisão mostrando. E a polícia.

A polícia por todos os lados, em grande número, ainda receosos dos atentados e das ameaças, nas esquinas, fechando as ruas a partir do final da tarde, quando passamos a segunda vez, revistando quem tentava chegar à praça. Mesmo assim, todos felizes e querendo celebrar o ano que terminava (finalmente!) e as expectativas para o vindouro.

Não vou falar (ainda) do ano que passou nem do que espero para o que recém começou. Preciso pensar um pouco mais, refletir, entender tudo o que aconteceu comigo e com os que estão à minha volta. Dois mil e quatro não foi um ano simples, disso podemos ter certeza. Nenhum ano é, mas não sei, o ano passado parece que foi mais complicado que os outros. Sei lá, só impressões.

Para marcar o início do que espero seja uma nova e proveitosa fase em nossas (todos nós) vidas, marcamos o primeiro dia do novo ano com uma refeição simbólica: sopa de ervilhas. Foi uma imposição da família, afinal já sou conhecido pela sopa, de Ervilhas Anual do Marcelo e no Exílio. Foi uma reunião em família, sopa de ervilhas, no inverno. Faltaram os amigos para ser uma legítima Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo. Essa, volta à Porto Alegre em algum tempo, não se preocupem. Enquanto isso, pode ser que ocorram alguns eventos paralelos aqui no norte do mundo. Quem quiser aparecer para tomar sopa, é só vir.

Que dois mil e cinco seja muito, mas muito melhor que dois mil e quatro, três, dois, um…

Feliz Ano Novo a todos.