terça-feira, novembro 01, 2005

Em Montreal

O concierge do hotel que eles estão hospedados respondeu, ao ser perguntado por uma indicação de restaurante italiano bom e não muito caro, que “não existem restaurantes bons e baratos”. Olhei para ele e agradeci. Palhaço, disse polidamente, e saí. Escolhemos um italiano, de aspecto simpático, na St Denis.

Ia continuar minha busca pelo spaguetti à carbonara perfeito, mas decidi adiar e comer algo diverso. Tomamos um tinto (comprado na loja da esquina) espanhol que podemos chamar de amplo (vinho que alia, na mais perfeita harmonia, sabor e bouquet, o que se traduz na degustação por sensações ricas e prolongadas), que me lembrou barris de carvalho, na primeira vez em que pude distinguir algo ao tomar um vinho. A conversa, leve, agradável.

Contei histórias, como gosto de fazer, longas e digeridas com calma. Falei da vida em Toronto, do trabalho, das saudades, do inverno. De como sou parte daqui e de como já preparo minha volta. Mas não só disso: perguntado, falei do passado, de quando vi (ou não) o outro lado, de como cheguei aqui.

Muitas histórias, que teriam durado a noite toda de conversa se não tivéssemos que voltar amanhã cedo para o congresso.

Antes de ir embora, o Pio, namorado da Jussara, minha mestre e guru, casal com o qual eu tinha jantado, me olhou e disse: és um sobrevivente.

Eu sou.

Até.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Marcelo; Depois conta para gente o que está achando de Montreal em geral, comparando algun pontos com Toronto, pode ser ?
Aproveite bastante e mande o concierge catar coquinhos. bjs,

Anônimo disse...

Apoio a sugestão da Monique. Quero saber sua opinião sobre Montreal.

Bjocas