A Viagem, quarto dia (2).
Chegáramos, após passar por La Paloma e José Ignácio, a Punta del Este. Esta é o balneário mais ‘badalado’ do Uruguai, mesmo claramente não sendo o mais bonito, na minha opinião. Lojas de grife, restaurantes caros, e outras atrações mais ou menos acessíveis, Punta del Este é tanto para turistas de altíssimo poder aquisitivo quanto para outros de “menos posses”. É mais cara que outras cidades, e provavelmente até que Montevideo, a capital do país.
Como o nome diz, é a ponta oriental (do leste) do Uruguai, a divisão Oceano Atlântico e o Rio da Prata. Tão ponta que as suas duas praias principais, a Brava e a Mansa, são respectivamente o mar e a baía, digamos assim. Nosso hotel ficava no início da península, próximo ao Muelle de Mailhos, a uma quadra da Rambla Gral. Artigas, uma ótima localização. Já havia estado duas vezes anteriormente em Punta, em 2012 e 2015, em feriados, e nas duas vezes havíamos ficado - como já referido - no Hotel Bonne Etoile, de tão boa localização quanto o San Diego.
Logo após o checkin, e de fazer a transferência do valor da primeira diária para o hotel em que ficaríamos em Villa Serrana, quando estivéssemos retornando de Colônia del Sacramento para o Brasil, voltamos para pegar o carro para nosso próximo “compromisso”: assistir ao pôr-do-sol na Casapueblo, em Punta Ballena.
A Casapueblo - casa, museu, hotel, restaurante e café – foi idealizada e construída pelo artista Carlos Vilaró em Punta Ballena, a cerca de 13km de Punta del Este. Sua arquitetura e estilo podem ser equiparadas às casas da costa mediterrânea de Santorini, na Grécia. A construção demorou trinta e seis anos para ser terminada, e tem terraços que permitem uma vista perfeita do pôr-do-sol no Atlântico, na sua transição para o Rio da Prata.
Casapueblo, Punta Ballena
Sob a orientação do Waze, facilmente chegamos lá, que fica no alto de um promontório. Deixamos o carro estacionado e seguimos até Casapueblo. Tivemos tempo de visitar o Museu (belíssimo), repetir com a Marina a mesma foto que tiráramos em 2012 e chegar e conseguir lugar no café a tempo de assistir ao sol se pôr.
2012 x 2022
A Karina e a Jacque pediram um clericot, enquanto eu tomei refrigerante porque – obviamente – era o motorista, e as leis uruguais são bem rígidas quanto a isso. A hora em que o sol se põe encontra o café e todos os espaços disponíveis lotados, e nos minutos finais, quando o sol está sumindo nas águas, toca nos alto falantes um poema do Vilaró, na Cerimônia del Sol, que termina com:
Esperando o pôr-do-sol
Admirando o pôr-do-sol
“Adiós Sol...! Mañana te espero otra vez.
Casapueblo es tu casa,
por eso todos la llaman la casa del sol.
El sol de mi vida de artista.
El sol de mi soledad.
Es que me siento millonario en soles,
que guardo en la alcancía del horizonte. “
Um belo espetáculo, esse final de tarde, mas incrivelmente não seria o mais bonito da viagem, mas isso é história para mais adiante. Após o pôr-do-sol, voltamos para Punta del Este, para dar uma passeada. Acabamos jantando no La Pasiva na Gorleros, um lanche OK, nada mais.
Mais uma caminhada, olhando algumas vitrines, até a feira de artesanato. A noite estava agradável, exceto pela minha cervical, que incomodava progressivamente a medida que o dia avançava, chegando ao seu auge à noite, quando a sensação de que havia uma faca sendo enterrada na minha cervical e a dor irradiava para o ombro direito, então eu caminhava boa parte do caminho “segurando” ombro direito, em manobra para tentar diminuir a dor. A Karina já tinha me “doado” todos os relaxantes musculares que havia trazido, e que eu alternava com antiinflamatórios. Estranhamente, quando mais a dor piorava, dia após dia, eu ficava mais relaxado, mais de férias (e não era efeito das medicações...)
Voltamos ao hotel, porque o dia seguinte seria de caminhada e – se tudo corresse bem – praia.
Até.
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