Criar memórias.
Em determinado momento do show do Paul McCartney ontem no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, a Marina – que sabia décor quase todas as músicas – virou para mim e perguntou se eu não me orgulhava do seu gosto musical. Respondi que sim, muito, e ela me agradeceu por ter a ajudado a moldar, ao menos em parte, suas preferências no campo da música. Sorri ainda mais do que já estava sorrindo, de feliz que estava.
Eu estava cumprindo uma promessa.
Quando do último show do Paul em Porto Alegre, eu acabei me enrolando e, de última hora, quando quis levar a Marina para vê-lo, não consegui ingressos. Foi quando prometi que a levaria – em algum momento – a um show dele, nem que fosse no exterior, azar. Era uma experiência que eu achava que ela deveria ter, até como parte da formação do seu gosto musical dela, que eu “tentava” influenciar.
Eu o havia assistido em Porto Alegre, em 2010, e tinha sido uma experiência quase mística para mim, de assistir ao vivo um Beatle tocando ao vivo. Fiquei meio “fora do ar”. Lembro da sensação de irrealidade quando ele tocou ‘Eleanor Rigby’ daquela vez. Foi semelhante ao que senti, mas talvez em menor intensidade quando assisti ao Chico Buarque cantando ‘Quem Te Viu, Quem Te Vê’ ao vivo também. Não parecia de verdade. Sabe aquelas músicas que ouviste a vida toda e, de repente, estás assistindo o autor executá-la ao vivo? Para mim, ao menos, é mágico.
Por isso imaginava que a Marina tinha que ter uma experiência desse tipo, e – mais – compartilhar esse momento com a Jacque e comigo, porque seria uma história que ela contaria (contará) o resto de sua vida, seria criada uma memória indelével, definitiva. E – me repito, me repito – é disso é que é feita a vida, dessas experiências que viram histórias, e as pessoas com quem as compartilhamos. Essas pessoas se tornam (ainda mais) especiais em nossas vidas.
Fomos à Florianópolis, estivemos no show.
Foi lindo.
Compartilhamos esse grande momento, criamos essa história, com queridos amigos. Thiago e Bianca, Rodri e Ana Carolina, Lorenzo (filho desses e namorado da Marina), Marina e Jacque e eu. A felicidade de vivermos isso juntos, o tempo que passamos na ida e na volta, foi tudo muito legal. Definitivamente memorável.
Entre os shows que assisti até o hoje na vida, não tenho lembrança de um tão especial, e tão bom. Diferente de 2010, vivi em show intensamente como nunca. Estava ali, em minha frente, muito bem, tocando e cantando e dançando e saltitando, um Beatle de oitenta e dois anos que parecia um guri feliz. Tudo perfeito.
Menos claro, a logística.
Foi um inferno sair de lá.
Mas isso é outra história, para outro dia.
Até.
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