Olha só.
Eu sempre pensei que calvície fosse uma variável dicotômica. Ou a pessoa tinha cabelo, ou não. Ou era careca ou não. Preto ou branco. Bom ou mal. Simples, como deveria ser a vida. Como sempre via cabelos em minha cabeça, nunca me vi como um careca. Pouco cabelo, ou cabelo ralo, tudo certo, mas careca parecia me demais.
Estava enganado. Ingenuidade minha.
A calvície, vejam só, é uma variável contínua. Sem tens menos cabelo do que determinada quantidade, és careca, em maior ou menor grau. O grau de calvície vai aumentando. A testa que aumenta, as entradas, todos são graus variáveis de uma doença que as pessoas não cansam de apontar. Sempre fui muito tranquilo com isso. Até fazia piadas a esse respeito (“cabelos são supervalorizados”, e tal).
Aí na semana passada, sexta-feira, fui aparar a barba e cortar o cabelo. Ao sentar em frente ao espelho, me olhei, e decidi que era hora de mudar a percepção que as pessoas tinham de mim, e de maneira radical. Fazer uma mudança de paradigma.
Passei a máquina quase a zero (como quando o cortei o cabelo virado para Meca, há duas décadas).
Deixei de ser careca para ser um cara que raspa a cabeça.
Até.
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