De gerações.
Eu, quando adolescente, e até onde minha memória permite lembrar, não tive de lidar com o que chamam de hiato de gerações. Sei que a memória nos engana com o passar dos anos, mas, sinceramente, não consigo, olhando para trás, enxergar algum tipo de conflito maior com a geração anterior à minha.
Éramos diferentes, sim, mas havia o respeito mútuo entre aqueles que já haviam passado o que estávamos passando e nós, que naquele momento aprendíamos a viver. No fundo, sentia que nós, os jovens, éramos a continuidade da geração anterior, e estávamos a aperfeiçoando, com toda a presunção de saber fazer melhor que nos era típica.
O tempo passou e, estranhamente, não é no convívio com a geração da minha filha que me faz sentir muito presente esse hiato entre as gerações. Com ela, é tudo natural e tranquilo, e o sentimento é quase o mesmo que tinha quando eu era o jovem que ia melhorar o mundo. Acredito, inclusive, que a geração dela (ou, melhor, o pequeno recorte da geração dela com quem convivo) tem o real potencial de ser melhor do que a minha.
Com quem não tenho tido muita tolerância, por mais que tenha tentado me aproximar e conviver é com (também um pequeno recorte, que convive muito próximo da minha bolha) um pessoal da faixa etária entre vinte e vinte e poucos anos. Realmente difícil. Seria um recorte da Geração Z. Que acham que o mundo começou com eles, que tudo gira em torno deles, que tem baixa tolerância a frustrações, e que acham que se as coisas não foram do jeito que elas idealizaram, não pode ser. De novo, é um recorte que provavelmente não reflete toda uma geração (eu espero).
São uns chatos do caralho.
Desculpa, não resisti.
Até.
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