Odiar.
Verbo transitivo direto e pronominal, ‘sentir aversão por (algo, alguém, a si próprio ou um ao outro); detestar(-se), abominar(-se)’, também ‘achar muito desprazeroso’, segundo o dicionário. Um verbo forte, um sentimento potente, sem dúvida. Quase exagerado. Odiar algo é muito pesado.
Eu odeio comprar presentes.
De verdade.
Confesso minha dificuldade em escolher presentes para as pessoas, principalmente as mais próximas. É um sempre um dilema, uma dificuldade, um sofrimento. Não que eu ache que as pessoas não mereçam ou que eu não goste de dar presentes. Pelo contrário, fico muito feliz com a reação das pessoas ao receber presentes, assim como gosto de recebê-los. É o escolher e o ir comprar.
São os shopping centers.
Não tenho mais a menor paciência e/ou vontade de circular em shoppings. E não é porque estamos em época de Natal, ou porque estamos nesse período de pandemia. Nada disso. É que acabou minha paciência, meu prazer em andar pelos centros de compras olhando vitrines. Passou meu tempo, foi o que aconteceu.
Por isso que a possibilidade de compras online, via Amazon, Mercado Livre ou outros é tão legal. Não há necessidade de sair de casa, procurar vaga no estacionamento (no domingo da semana passada não encontramos nenhuma vaga em um e fomos para outro), caminhar com aquele passinho lento e que destrói qualquer um, independente do preparo físico. As compras em lojas virtuais, feitas de casa, são o paraíso neste sentido. Mas tem que haver um preparo, uma antecedência.
Consegui fazer isso em parte, com um presente ou outro, mas também fiz compras presenciais. Tentei ser cirúrgico, ir direto aos locais e comprar sem muita enrolação. Funcionou mais ou menos, confesso, mas completei minhas tarefas (com algumas dicas, claro).
Mas não era disso que queria falar.
Queria dizer que as compras virtuais, por mais práticas que sejam, possivelmente sempre vão carecer da experiência do olhar e do toque, e falo aqui de livrarias. Sempre fui e continuo sendo um apaixonado por livros e livrarias. Até me rendi ao Kindle, mas não é a mesma coisa (ainda pode ser a minha lenta assimilação de algumas tecnologias, como foi com o Spotfy, por exemplo). Circular por livrarias é um prazer imenso. Lembro de várias em vários lugares do mundo onde pude passear, desde Porto Alegre, com a antiga Livraria do Globo, até em Buenos Aires, Toronto, Lisboa, Porto e outras em outros lugares que visitei. Houve um tempo em que eu não conseguia entrar em uma livraria e não comprar um livro...
Essa semana que termina hoje (ou terminou ontem, sábado, não importa), antevéspera de Natal, ainda faltando um último presente a comprar, um livro, me fez entrar em uma livraria. Foi em um shopping aonde eu havia ido para ir também ao supermercado. Após as compras, corri até a livraria e, ao circular por entre os livros, os milhares de títulos de livros expostos, senti novamente a sensação de estar entre amigos, de certa forma voltar para casa.
E, claro, além do presente, comprei um para mim, além de uma resolução de final de ano.
Visitar mais livrarias, ler mais.
Até.