domingo, janeiro 01, 2006

A Sopa 05/24

Ano-novo.

Significativamente, o ano – para mim - começou e vai terminar no Brasil. Mais significativo ainda, começa no litoral norte do Rio Grande do Sul, lugar onde passei todos os verões da minha vida (com exceção do último, que foi no hemisfério norte). Mas não é mais o mesmo.

A inevitabilidade da passagem do tempo mostra-se claramente neste pequeno espaço do sul do mundo, que durante um certo período – a infância, mais especificamente - foi o todo o nosso universo. De todos da velha turma, poucos continuam tendo casa por aqui, e até o velho muro do Adriano, onde passamos muitas noites falando da vida e que virou emblema de toda a turma, ‘A Turma do Muro’, já não existe mais.

O sentimento não é de tristeza nem de saudosismo, mas de resignação: é a vida, não há como nem por quê lutar contra. Aliás, não há nada mais inútil que lutar contra as inevitabilidades do mundo. Esse pode ser um objetivo para o novo ano: aceitar aquilo que não podemos mudar, lutar para mudar o que depende de nós, e saber discernir entre os dois. Não é uma nova idéia, eu sei, mas é boa, então tudo bem.

Viemos para cá, Imbé/RS, na sexta-feira no começo da tarde, dia de sol e muito calor, carro alugado sem ar condicionado. Tudo tranquilo, com exceção de ter chegado com o braço esquerdo (aquele que fica apoiado na janela com o vidro aberto) completamente vermelho – o chamado ‘braço de caminhoneiro’ – pela falta da camada de ozônio e de memória minha. Ao chegar aqui, caminhada na beira da praia e banho de mar – ah, saudades do Atlântico sul! – com água de temperatura agradabilíssima.

De volta do mar, banho frio na ducha no pátio dos fundos da casa. Se eu disse que quando morrer vou para Porto de Galinhas – que seria minha visão do paraíso – certamente a casa que terei lá será a mesma que temos aqui em Imbé…

Dois mil e seis, novamente um ano em dois hemisférios, mas - ao contrário de 2004 – dessa vez com duas primaveras. Será um outro ano de mudanças. De reencontro e recomeços. Depois da “morte” da ida para o “exílio”, o renascer da volta para casa.

Mudaram as estações, nada mudou…

Até.

4 comentários:

Anônimo disse...

Voce fica ate quando em Toronto, Marcelo?

Feliz Ano Novo :)

Anônimo disse...

Puxa, mas foi boa sua vinda não foi ?!

Anônimo disse...

Marcelo:

Passei por aqui, após chegar do Reveilon na praia também, somente para dejesar um ótimo 2006 para você e sua família.

PS: Dá uma olhada no Blog do Juca Kfouri, no UOL, que hoje (04/01) tem uma crônica execelente sobre um jogo Palmeiras X Inter, pela semifinal do Brasileiro de 1979.

Abraços.

Edgard

Anônimo disse...

sugiro visitar e participar do portal da www.avozdocidadao.com.br
abraço, ventura e paz em 2006
jorge maranhão