A Viagem (3).
Primeira manhã em solo italiano, primeiro café da manhã de hotel.
Acordamos em uma manhã fria de inverno em Rapallo, Riviera Italiana, com sol e céu de um azul profundo. O primeiro café da manhã da viagem foi no Hotel Astoria. Frutas, pães, iogurte, cereal e o tradicional capuccino (que em vários momentos da viagem viria meio frio, para desgosto da Marina). Antes do checkout, caminhada em frente ao mar com fotos. Tínhamos um dia longo de viagem, mas não em termos de distâncias, devo dizer.
Após o checkout, saímos com o carro no sentido de Gênova, pela SP227 (Strada Provinciale 227 di Portofino), que liga Rappallo a Santa Margherita Ligure e Portofino. Terça-feira de manhã, obras na rodovia, trânsito lento, mas não tínhamos pressa. De Rapallo até Portofino são apenas 8km, com St. Margherita no meio do caminho. Fomos direto de carro até Portofino e, mais uma vez (por incrível que pareça) não paramos em Portofino.
Ao longo dos últimos vinte e poucos anos, estivemos, a Jacque e eu, ao menos três ou quatro vezes em Portofino, mas NUNCA conseguimos parar lá. Portofino é uma vila de pescadores a sudeste de Gênova que desde os anos 50 do século passado começou a atrair turistas. Virou, ao longo do tempo, um destino requintado, com hotéis luxuosos e iates que ancoram em sua baía no verão europeu. Os acessos a ela são por via marítima ou por uma estrada estreita e cheia de curvas que termina em uma praça com poucas vagas de estacionamento e um estacionamento subterrâneo em que tentamos ficar em 2014, com nossa van maior do que a que estava dirigindo agora e que, após quase raspar a lateral em uma parede enquanto descia ao subsolo, desistimos de ficar lá.
Dessa vez, nem tentei entrar no estacionamento. Com todas as vagas da praça tomadas, e nem um pouco interessado em correr riscos, fizemos o retorno e voltamos em direção à Santa Margherita. O trajeto é belíssimo, com o mar da Ligúria ao lado sol e céu azul. Paramos em meio ao caminho para apreciar a vista e fazer algumas fotos.
Paramos, a seguir, em Santa Margherita.
Deixei o carro em estacionamento público com parquímetro e fomos fazer uma rápida visita à cidade. Santa Margherita é outras das joias da Riviera de Levante Italiana, bem maior que Portofino (mais de dez mil habitantes), e em localização privilegiada a beira do mar. Dizem que parece uma praia da Côte D’Azur, e no verão é bem movimentada. O inverno, por outro lado, é bem tranquilo.
Às vezes, até demais.
Como em uma noite de dezembro do ano 2000, quando a Jacque e eu, vindos de Pisa com uma pequena parada em Vernazza, acabamos pernoitando em Santa Magherita. Hotel Regina Elena da rede Best Western, com tarifa com grande desconto por ser dia da semana e dezembro (baixíssima estação na praia). Hospedados lá, saímos para jantar mais ou menos perto hotel, mas fomos de carro. Boa janta, tudo certo, na hora de retornar entro em uma rua sem saída (era um tempo sem GPS ou Waze). Noite, rua escura. Para o carro, confiro o retrovisor, engato a ré e...
Bato em um carro atrás de mim!
Incrédulo, desço do carro ao mesmo tempo em que um cidadão desce do seu carro. Ele havia surgido do nada, e com os faróis apagados! Nos olhamos e tudo o que digo é “Scusi! Scusi!”. Ele chega, olha nossos carros (eu olhando junto), bate com a mão no seu para-choques, constatamos que não aconteceu nada em nenhum dos carros, e acabamos indo embora. Alívio.
O nosso passeio, a partir da Piazza Vittoria Veneto, seguiu pelo centro, pela Via Palestro, rua para pedestres com diferentes lojas. Parada para um café e ida ao banheiro no Café Vélo, com tema de ciclismo. Lá, moradora de Barcelona, habituada também com os Starbucks da vida, a Roberta pediu um latte, enquanto eu pedi um espresso. O meu, como esperado, veio aquele mínima quantidade de café, e MUITO forte. Quanto ao dela, pediu e veio... leite! Puro, quente... Acabou pedindo um espresso para acrescentar ao leite e ficou tudo bem. Foi também ali que a Karina comprou umas balas (que, segundo ela, pareciam mãe d’água) que eu fui comendo até quase o final da viagem.
Após o café, fomos visitar a Basílica de Santa Margherita.
A Basílica di Santa Margherita Vergine e Martire, e Santuário de Nostra Signora della Rosa, situada na Piazza Caprera, é a sede da paróquia de Santa Margherita d’Antiochia. De arquitetura barroca, teve sua construção iniciada em 1658 e foi consagrada em 1770. Vale a visita.
De volta ao carro, nosso próximo destino era Vernazza, uma das Cinque Terre, onde pretendíamos almoçar. Sairíamos de Santa Margherita em direção à autoestrada no sentido de La Spezia, para desviarmos para a Vernazza mais a frente. Dirigindo numa velocidade boa, respeitando os limites de trânsito, o tempo de viagem até lá seria de entre 1h30 e 1h50. Foi quando acendeu uma luz no painel.
Aqua Blue.
Até.
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