domingo, março 19, 2023

A Sopa (Perdidos Mães e Filhos 10)

 A Ideia, O Plano (9).

A viagem das estadias insólitas. 


Não exatamente, para ser honesto. Talvez “algo diferentes”, “meio que alternativas”, fosse uma expressão melhor. Ou não, sei lá. Quero dizer que não ficamos apenas em hotéis dessa vez. Variamos um pouco as estadias, mas em nenhum momento abrimos mão de conforto, afinal não somos hippies e nem selvagens, além de a média de idade do grupo ser maior do que quarenta anos. Não tenho (não temos) mais idade para passar necessidades em viagem.

 

Quando o preço da diária era critério maior para a escolha do hotel, ficamos em alguns lugares, digamos assim, alternativos. Não que fossem ruins, mas nem sempre eram os melhores classificados entre os disponíveis. Como o objetivo sempre foi usar o hotel apenas para dormir, excetuando-se nas vezes em que fomos a resorts – em que o objetivo era aproveitar o local -, nunca foi uma preocupação. 

 

Em nossas vezes na Europa antes de 2014, o sistema de escolher o hotel quando chegávamos na cidade em que ficaríamos à noite, e isso acontecia principalmente em cidades menores, consistia em escolher o hotel baseado em algum guia impresso que tivéssemos, em eu chegar na recepção para saber da disponibilidade de vagas e, se positivo, pedir para ver o quarto. Se tarifa, disponibilidade e quarto estivessem OK, ficávamos ali. Quase sempre funcionava. Quase sempre...

 

Como quando chegamos em Landsberg Am Lech, sul da Alemanha, após não termos encontrada hotéis vagos em Augsburg, em 1999, na viagem original dos Perdidos. Influenciado pela nossa estadia no dia anterior, em Rothenburg ob der Tauber, em que ficáramos no Meistertrunk Hotel, que tinha camas com edredon e travesseiros de pena de ganso e tivéramos uma noite maravilhosa, que acabei desdenhando o hotel cujos quartos não pareciam tão bons quanto os da noite anterior. O resultado foi que acabamos em Munique, no já falado hotel do “dormir logo para acordar logo para ir embora logo”.

 

Ou quando, visitando a Sicília, em 2005, a Jacque, os pais dela e eu, chegamos à noite em um hotel em Agrigento e entrei para o “ritual” de escolha do hotel, pedi para ver o quarto e o “gerente” do hotel, lavou toda louça que havia numa pia antes de mostrar as acomodações. Demorou, e eles me esperando no carro, sem entender a demora. Claro que não ficamos naquele hotel (vai que o próximo a ter que lavar louça fosse eu...).

 

Quando estávamos organizando a viagem, já na fase da escolha das estadias, e a partir do camping escolhido em Florença, decidimos escolher, se possível, estadias um pouco diferentes. Após Florença, a próximo destino escolhido foi em Volterra, na Toscana, não muito longe de San Gimignano. Pesquisei hotéis, casas no campo, apartamentos. Entre as opções, surgiu um antigo mosteiro transformado em pousada.

 


A entrada do Chiostro delle Monache 


Por votação unânime, optamos pelo Chiostro delle Monache

 

Reservei um quarto família, para os seis viajantes.

 

Era, no final das contas, um hostel... e foi legal.

 

Em Montepulciano, a escolha foi por um hotel, fora do centro.

 

Tentamos ficar em Verona, mas as estadias estavam escassas e/ou muito caras. Nossa ideia era usar Verona também como base para irmos à Veneza. Foi um dos lugares que estava mais difícil de encontrarmos onde ficar, por isso decidimos ampliar o escopo da pesquisa. Lembrei, então, de Peschiera del Garda, às margens do Lago di Garda, cerca de 30 minutos de Verona. Entre as opções na cidade, acabamos reservando um apartamento. Ficaríamos duas noites lá, para poder visitar Verona e Veneza.

 

Depois disso, subiríamos a montanha.

 

Então, o último lugar em que ficaríamos antes de retornarmos às proximidades do Aeroporto de Milão (Malpensa) seria nos Dolomitas, perto da fronteira com a Áustria, sul do Tirol, na região do Trentino-Alto Ádige (Südtirol). Um dos lugares mais lindos do mundo, na minha opinião, que não me canso de revisitar.

 

Mas aonde, exatamente, ficaríamos?

 

No meio do nada. Literalmente.

 

Conto em breve, conto em breve.

 

Até.

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