Sigo firme no objetivo, propósito, de me tornar um velho ranzinza.
Não é fácil, confesso, porque normalmente sou legal demais para me tornar o mal-humorado que almejo ser (momento de total pretensão e autoconfiança). Mas que tentamos, tentamos.
Nunca vou ser alguém insuportável com aqueles próximos a mim, evidentemente, mas quero que me tornar progressivamente intolerante com os chatos, os pedantes e as pessoas tóxicas. Não tem razão para eu, ou qualquer outro, ser condescendente com quem não merece. Se você é um chato, uma pessoa desagradável, você merece ser tratado da mesma forma que você trata os outros. Ponto.
E a vida é muito curta para suportar pessoas desagregadoras, inconvenientes. Essas devem ser riscadas – na medida do possível – de nossas vidas. Tudo em prol de nossa saúde mental.
Não só isso.
Quando eu era recém-formado, ou seja, já médico fazendo a residência médica, o meu modo informal de me vestir fez com que eu fosse classificado como me vestindo feito um ‘sem terra’. Àquela época, e durante muito tempo, fui adaptando meu guarda-roupa para realmente parecer médico, "sério", adulto, mas sem perder – digamos assim – a minha essência de “sem terra”. Mesmo quando trabalhei no mundo corporativo foi assim.
Hoje em dia, em que não preciso prestar contas nesse sentido (de estilo, de moda) a ninguém, e dentro do meu projeto de “envelhecimento razinza”, tive hoje cedo uma epifania, se é que podemos chamar desse modo. Eu estou lenta e progressivamente voltando a me vestir feito um ‘sem terra’ (no sentido de me vestir como eu realmente gostaria). Sem querer impressionar ninguém, apenas me sentindo bem.
E isso é importante.
Até.
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