Organização.
O trabalho diário, como médico, envolve muito mais do que “apenas” atender pacientes, a atividade principal. Além de avaliar, diagnosticar, indicar o tratamento considerado o mais adequado, acompanhar a evolução, lidar com possíveis complicações do quadro e, às vezes, do tratamento, parte fundamental é acolher, confortar o paciente que está nos procurando.
Exercitar a empatia.
Essa nossa atividade principal traz embutida, além do atendimento da pessoa que está em nossa frente, que tem uma história de vida, medos e anseios, também uma série de procedimentos burocráticos e administrativos que muitas vezes quase ofuscam o resto. São laudos, relatórios, justificativas, receitas, solicitações e outras. Antes, tudo em papel. Hoje em dia, menos papéis, porém ainda um grau elevado de burocracia, que consome tempo que poderia/deveria ser alocado para pessoas.
É o sistema.
Algumas vezes, o tempo de uma consulta é todo consumido – como deveria ser – em lidar com as queixas dos pacientes, com ajustes no tratamento, com – ao menos – confortá-los, e não resta tempo para o preenchimento desses papéis, desses laudos e relatórios. O que fazer, então? Preencher fora do horário de trabalho, como se fosse hora extra, mas que não será remunerada? “Esperar” um horário vago no consultório para essa tarefa? Essa equação é – para mim – difícil de resolver.
O ideal seria estabelecer um determinado tempo, no horário de trabalho, para resolver assuntos administrativos, entre atendimentos, reuniões de discussão de casos, e atividades no laboratório de função pulmonar. Mas aí eu teria que bloquear ao menos uma hora de meu dia para isso, o que resultaria em menos horários de atendimentos em uma agenda que já está lotada de pacientes (e não estou considerando os pacientes extras e os “encaixes”).
Ainda não resolvi essa questão.
Sigo aberto a sugestões.
Até.
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