Sou um acumulador.
Não consigo evitar esse comportamento, tenho que admitir, e sei que ele é prejudicial em muitos momentos. A minha dificuldade em me desfazer vem de longo tempo, mas pretendo começar a mudar essa realidade, e reconhecer o problema é o início da cura, eu espero. Eu acumulo, sim. Afetos.
E tenho dificuldade de me desfazer deles.
Ao longo do tempo, tive (temos) relações de diferentes tipos, amizades feitas no trabalho e baseadas apenas nesse ambiente, colegas de aula, desde a escola fundamental até o curso universitário e a pós-graduação, amigos de amigos, pais de amigos da filha, entre outras. Cada relação teve sua importância em algum momento da (minha) vida, em maior ou menor grau. E, fato natural, em algum momento elas podem mudar, no sentido de aproximação ou afastamento, ou ainda aproximação com posterior afastamento.
Tudo como parte da vida, afinal as pessoas mudam, seus interesses se tornam diferentes, a sintonia que tivemos pode não mais existir. Entendo isso de forma racional, obviamente, mas tenho dificuldades – muitas vezes – de aceitar isso com tranquilidade.
Mesmo sabendo que é o curso natural da vida, existem pessoas com as quais eu gostaria manter uma relação próxima, ou retomar uma proximidade perdida, mas que não é possível, até por ter passado o tempo e não fazer mais sentido. Sinto que às vezes eu forço, quando talvez não devesse ou não precisasse, até que percebo e me recolho, volto para o meu canto. Sim, sei que tenho que desapegar daquilo que não faz mais sentido.
E sempre lembro da letra de ‘Tendo a Lua’, dos Paralamas:
‘Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim'
Até.
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