Pois é.
Enquanto passo o carnaval por aí, longe do que chamam de ‘folia’, lembro que já fui bem mais entusiasmado com relação a esse período. Uma fase, que foi divertida e teve seu momento, que – evidentemente – passou.
Mesmo durante esse tempo, os carnavais que tinham minha predileção eram os de um tempo em que não vivi, eram os carnavais do passado, das marchinhas e dos bailes de salão, muito bem representados em uma música que serviu, sim, de estopim para essa nostalgia.
‘Noite dos Mascarados’, do Chico Buarque, lançada em 1967, em dueto com a cantora Jane Moraes.
Noite Dos Mascarados
Quem é você?
Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim
Quem é você?, diga logo
Que eu quero saber o seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco
Que eu quero me arder no seu fogo
Eu sou ceresteiro, poeta e cantor
O meu tempo inteiro só penso no amor
Eu tenho um pandeiro
Só quero um violão
Eu nado em dinheiro
Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
Eu, modéstia à parte, nasci para sambar
Eu sou tão menina
Meu tempo passou
Eu sou Colombina
Eu sou Pierrot
Mas é Carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar
Deixa o barco correr
Deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira
E você me quer
O que você pedir, eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Até.
Nenhum comentário:
Postar um comentário