O nosso amor a gente inventa.
Quando eu estava no Canadá, há vinte anos, entre os meus escritos e projetos de escrita estava uma série de crônicas falando sobre relacionamentos meus antigos e as músicas que eu associava a essas relações. Acabei nunca escrevendo, e o tempo passou.
Essa associação entre música e momentos marcantes, em maior ou menor grau, da vida, é um dos temas que me interessam muito. A memória afetiva, assim como acontece com comidas ou determinados perfumes que nos remetem a determinada época ou situação vivida. A sopa que minha Vó fazia, e que a minha mãe faz e que me ensinou, por exemplo.
Quando pensei em escrever as histórias de relacionamentos antigos, o plano inicial eram três crônicas, inicialmente. A primeira, em uma música, contaria – sem citar nomes – a história. A segunda, em duas canções. E a terceira, finalmente, em três. Não sei quantas seriam, mas a o encerramento seria sobre a Jacque, e ‘todas as canções’, ou a canção definitiva. Mas, como eu, disse, não foi adiante a ideia de escrever.
Então...
Uma das histórias seria toda ela com músicas do Cazuza. Começaria com ‘Faz Parte do Meu Show’, tocada em uma televisão em um bar no litoral norte do RS em uma noite de inverno, teria o seu primeiro final com ‘Obrigado (Por ter se mandado)’, e após um curto retorno teria seu final definitivo com ‘O Nosso Amor a Gente Inventa (Estória Romântica)’. Uma história em três atos, ocorrida há quase quarenta anos.
Sempre gostei muito dessa música, que diz que ‘o teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer’, e, também, ‘te ver não é mais tão bacana, quanto a semana passada’. Como o subtítulo diz, conta uma estória romântica. E o poder que ela tem de me transportar ao passado, olhar para trás e ver o caminho que percorri até aqui e a pessoa que me tornei, torna ela ainda mais especial. E, de tempos em tempos, passo alguns dias a ouvindo e/ou tocando.
Por isso foi mais um momento especial ter cantado ela junto com o Thiago, meu sócio na School of Rock, na última quinta-feira, quando fomos os responsáveis pelo ‘Ora Felice’, o happy hour do restaurante Peppo Cucina.
A vida vai bem, obrigado.
Até.
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