Ontem tive uma crise de pânico.
Não, não tive.
Mas poderia ter tido, e estaria tudo certo. Aconteceu de, ao ir dormir, após o momento de leitura que melhora a qualidade do meu sono, ao apagar a luz, entrei em uma espiral de pensamentos – talvez até influenciado pelo livro que estou lendo, ‘Uma Breve História do Cristianismo’- que me levaram a pensar na morte.
Começou pela lembrança de que há exatos trinta anos era colocada uma pá de cal em um relacionamento com uma menina que durara pouco mais de sete meses, havia sido interrompido por um mês e meio e ocorrera uma tentativa de volta em pleno carnaval (?!) que não dera certo. Era segunda-feira e conversamos, e vimos que não tinha volta, não fazia sentido.
Decidi, então, que meu momento seria de apenas dedicação ao trabalho, à profissão de médico que estava em seu início, começando o terceiro mês de residência. Um bom plano. Dois dias depois, em oito de março de mil novecentos e noventa e cinco, a Jacque e eu ficamos juntos pela primeira vez, e estamos até hoje, trinta anos depois. Trinta anos, que loucura.
Pensei nisso, em como passa o tempo, e pessoas já não estão mais entre nós, e temos saudades e as boas lembranças de quando estavam presentes. E inevitavelmente pensei que já percorri boa parte de minha vida, e que tenho menos tempo pela frente do que tenho de vida vivida, e que não sei o que virá depois. Ou mesmo se há um depois.
Pensei naquilo que é importante, afinal de contas, para mim. Em quem é importante, e que quero em minha vida.
E que tenho – sim – essa urgência de viver.
Até.
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