(Crônicas de uma Pandemia – Sétimo Dia)
Parecemos estar em um filme catástrofe.
Os casos aumentam aqui no Sul do Mundo.
Ainda não houve nenhum óbito por aqui. Estamos com cerca de oitenta e um casos confirmados, e estão aumentando, como esperado. Aumentam, também e lamentavelmente, os boatos, hoje chamados de Fake News. Não vou falar disso.
Isolados em casa, o final de semana foi longo. O sol brilhou, o céu estava azul, temperatura amena. Tudo em vão. Não saímos de casa. Será assim amanhã, em que resolverei o que for possível remotamente, mas terça-feira vou ao consultório. Com cuidados, claro.
O mais estranho (perturbador, posso dizer) de tudo é a incerteza quanto ao que vai acontecer. Quanto tempo vai durar. E como vamos sair disso tudo, como pessoas e como sociedade. O mundo em suspense é um momento de reflexão também.
A impossibilidade das interações sociais, o afastamento das pessoas, o isolamento. Tudo deve nos fazer repensar a vida, nossas prioridades. O que é realmente importante, o que – de verdade – vale à pena no mundo? Ou, por outro lado, podemos nos perguntar se a maluca corrida dos dias é realmente importante. Ainda, como é tudo tão frágil, como somos todos iguais. E como fronteiras não existem.
É momento, também, de solidariedade.
Existe um movimento da sociedade como um todo, e falo principalmente em Porto Alegre e RS (que tenho acesso), que reúne virtualmente um grande grupo de pessoas em preparação para a resposta que daremos como sociedade à pandemia, em termos de saúde, com profissionais dos diversos campos (engenharia, logística, administração, médicos, universidades, instituições financeiras, entre outros) se organizando desde doações, compras ou mesmo produção de equipamentos médicos, como respiradores e equipamentos de proteção individual. Procurando saber as necessidades dos hospitais, dos serviços. Uma gigante mobilização, uma emocionante mobilização.
Que saiamos disso melhores do que éramos.
Até.
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