domingo, dezembro 01, 2024

A Sopa

Amigos de trabalho.

 

Esses dias, jantando com um professor do curso de Medicina, hoje aposentado e vivendo entre os amigos, a família e, muito, com os netos, surgiu em meio à conversa esse conceito, de amigos do trabalho, que penso ser um pouco diferente de ‘colegas de trabalho’. E pensei nas relações pessoais que temos ao longo da vida, e as relacionadas ao trabalho em especial.

 

Amigos de trabalho seriam aqueles colegas com quem tens uma relação mais próxima, que vai além da rotina de trabalho, que pode resultar em encontros e eventos não necessariamente estejam ligados a ele, mas que tem a base, a ligação, no convívio no ambiente laboral. Que caso se quebre essa rotina, a relação vai esfriar. Como quando mudas de emprego, ou local de trabalho. É um fenômeno comum e absolutamente corriqueiro. E está tudo bem.

 

Amigos de trabalho podem transcender a relação baseada no local de trabalho e se tornarem amigos mesmo, independente de geografia e profissão. Tornarem-se amigos de vida, digamos assim. O quão frequente é essa “transformação”? Não tenho nem ideia. 

 

Acabei, então, por me questionar com relação a esse assunto, e mais um pouco, indo além, ao conceito de amigo. Quem são nossos amigos da vida? São poucos, todos dizem. O quão poucos, pergunto, e sei que essa é uma questão muito pessoal, e que não há regra, evidentemente.

 

Eu tenho alguns, que procuro manter, cultivar.

 

Tem algum tempo, reconheci em mim a necessidade de cultivar (as minhas) amizades. Reconhecer, valorizar, não deixar que esqueçam que foram e são importantes para que eu tenha me tornado e seja quem eu sou agora. Tenho um respeito muito grande por quem me acompanha de perto (mesmo que não geograficamente) por mais de trinta, quarenta anos. Que estiveram comigo nas boas e nas ruins, sempre próximos, como eu sempre procurei estar deles.

 

E, quando não mais esperava, confesso, surgiu (criei) uma janela para criar e estreitar novas amizades, mesmo que eu dissesse – de brincadeira, obviamente - que não havia mais lugar para novas, a não ser que fossem substituições por morte, já que minha capacidade de afeto estava esgotada. Essa janela, ou dimensão, surgida pelas novas relações, pelas novas amizades, continua a expandir o mundo em que vivo (vivemos) e trazer conforto para a alma.


Até. 

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